Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Os 4 primeiros

A verdade do nosso país por quem conhece a realidade:

"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:

-Um desapareceu (António Guterres);

-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora (Durão Barroso);

-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República (Santana Lopes);

-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa... (José Sócrates)"


Esta simples afirmação pode explicar muito bem, e de forma que todos entendem, o estado da Nação!

Nova funcionalidade

Agora, a par da já usual ferramenta de comentários dos posts, temos disponível uma opção que vos permite, rapidamente, deixar a vossa opinião. Escolhendo uma das duas opções (Bom ou Mau) pode-nos deixar rapidamente a sua visão do que acabou de ler ou ver. Agradecemos que dispensem 5 segundos do vosso precioso tempo para escolherem.

Recife, Brasil

O PubEd tem o prazer de anunciar que foi visitado, pela primeira vez, por um amigo do Recife. Esta linda cidade atlântica brasileira é a capital do estado de Pernambuco. Localizada junto do oceano Atlântico, a cidade tem uma área de 217,494 km² e uma população de 1,55 milhões de pessoas (subindo para 3,73 milhões, se contarmos a área metropolitana). A metrópole do Recife é a quarta maior rede urbana do Brasil em termos de população. Alem da cidade do Recife, a área metropolitana compreende mais catorze cidades do Grande Recife.

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14 de Julho de 2008
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Potência militar japonesa

Uma das imposições dos Aliados quando ganharam a Segunda Guerra Mundial foi a não militarização do Japão, que então tinha saído derrotado no Pacífico. No entanto, a pouco e pouco, o Governo japonês tem vindo a alterar este status quo na sua Constituição. Com a conivência dos países vizinhos e grandes potências mundiais como o Estados Unidos, o Governo do país do sol nascente tem introduzido alterações que permitem a existência de um exército, a participação em missões humanitárias armadas, através das Nações Unidas, e mais recentemente, a militarização do espaço. A Lei que permite este uso do espaço aéreo japonês para fins militares foi aprovada em Maio pelo parlamento de Tóquio. Se por um lado isto são boas notícias, porque vai permitir uma maior cooperação internacional a nível de defesa e desenvolvimento do escudo de mísseis que os Estados Unidos querem instalar, por outro faz o Governo japonês confrontarse com escolhas difíceis no que diz respeito à sua estratégia política. A verdade é que, vivendo o Japão numa zona do Globo que é conhecida, especialmente, pela instabilidade da península coreana, a corrida à segurança nuclear é uma das estratégias defendidas por muitos dos especialistas em defesa. No entanto, e para manter o equilíbrio e a estabilidade da região, estes especialistas ocidentais e orientais defendem que tal nuclearização continue a ser feita sob a esfera de influência da aliança americana. Em detrimento de um plano solitário, que pode vir a levantar suspeitas e medos antigos dos vizinhos asiáticos, nomeadamente de potências nucleares como a Coreia do Norte e da China, que viveram experiências traumatizantes sob a influência japonesa na década de trinta e quarenta do século passado. Feridas que ainda hoje estão por sarar e que, de tempos a tempos, vão causando incidentes diplomáticos bem conhecidos de todos nós. Para já, oficialmente, o Japão não tem armas nucleares. No entanto, há quem acredite que já as possua com o apoio dos Estados Unidos. De uma forma ou de outra, armamento nuclear está disponível em território japonês, seja sob tropas japonesas ou americanas. Como é do conhecimento público, o Japão alberga dos maiores contingentes militares americanos no exterior, contingente esse que Tóquio debate estratégias de defesa. Para alguns, o recursos à tecnologia nuclear é encarado como uma forma de manter a estabilidade na região. Vivendo o Japão numa zona do Globo que é conhecida, especialmente, pela instabilidade da península coreana, a corrida à segurança nuclear é uma das estratégias defendidas por muitos dos especialistas em defesa militar japonesa inclui vários porta-aviões, submarinos e outras embarcações armadas de tecnologia nuclear. O dilema asiático A aprovação da nova Lei foi apoiada tanto pela coligação no poder como pela oposição vai permitir ao Japão utilizar a sua rede de satélites, que é das mais avançadas do mundo, para vigilância militar. Permitindo ainda que possa ser usada como sistema de aviso e como parte integrante do sistema de defesa de mísseis balísticos que está a ser construído pelos Estados Unidos. Este sistema de defesa no Japão está direccionado para a Coreia do Norte que, em 1998, testou um míssil que sobrevoou território japonês e, em 2006, testou uma arma nuclear. No entanto, as autoridades japonesas estão também preocupadas com a grande potência asiática, a China, e o seu programa espacial. As crescentes capacidades militares chinesas ficaram bem patentes quando em 2007 destruíram um dos seus satélites com um míssil. A possível interligação entre o sistema americano e japonês parece estar ainda longe de ser conseguido, muito pela indecisão japonesa. Por um lado, Tóquio quer um escudo que os proteja dos hipotéticos ataques nucleares da Coreia do Norte ou da China e sabem que não têm a capacidade técnica ou financeira para o elaborarem. Por outro lado, sabem que serem parte da engrenagem militar dos Estados Unidos os metem numa posição bastante delicada, fazendo com que os inimigos dos americanos se tornem também seus inimigos. Com os recentes rumores de incursões militares americanas em solo iraniano, os japoneses têm muito que ponderar antes de tomarem uma decisão tão importante como é a de se aliarem aos Estados Unidos na questão do escudo anti míssil. Desde a Guerra Fria que o Japão não se via numa posição tão delicada. Nos períodos mais decisivos da Guerra Fria o território nipónico servia de base estratégica aos Estados Unidos no confronto com os soviéticos, pelo que lhes era fácil rejeitarem as exigências de maior participação no combate global por parte dos americanos sem recearem perderem o apoio essencial de Washington. Agora, com o fim da Guerra Fria, e com os conflitos de interesse centrados noutras áreas do globo, a posição estratégica dos japoneses desvaneceu-se, desaparecendo também grande parte do seu poder negocial perante os americanos. Por outro lado a aproximação dos Estados Unidos e da China, principalmente a nível económico, está a tornar-se cada vez mais um trunfo contra os japoneses, visto que a América já não depende exclusivamente do mercado japonês na Ásia. Perante este cenário, a crescente ameaça nuclear da Coreia do Norte e o poderio económico/militar chinês, ao Japão só lhes resta apostar num cada vez maior envolvimento militar e estratégico com os americanos. Envolvimento esse que já viu alguns desenvolvimentos, quer seja com o apoio ao reabastecimento da frota americana do Índico ou o envio de tropas em ajuda humanitária para o Iraque em 2004. Actualmente, o maior envolvimento da parte japonesa vem do apoio na ponte aérea de transporte de forças americanas para o Iraque. A nova legislação está de acordo com os requisitos americanos no campo da cooperação da defesa antimíssil pelo que, apesar de não dar muitas garantias face aos chineses ou norte-coreanos, assegura, de certa forma, a defesa do país e das forças americanas aí estacionadas.
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7 de Julho de 2008
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Sabores portugueses em Pequim

O nome nuvem, porventura, não dirá muito mais do que a possibilidade de chuva ou tempo taciturno para a maioria de nós, no entanto, Nuvem, para os que falam português ou que conseguem ler as letras ocidentais em Pequim, a capital da China, desde os finais do mês de Junho, passou a ser significado de restaurante de comida
portuguesa. O primeiro na cidade que vai acolher os Jogos Olímpicos no mês que vem, e dos poucos restaurantes de comida genuinamente portuguesa existentes na China continental. À frente dos destinos da cozinha está um chefe português que já passou por Macau, Tailândia e outros locais no sudoeste asiático. A sua última paragem foi no antigo território português, onde esteve a trabalhar durante algum tempo num empreendimento turístico propriedade de portugueses. Este novo restaurante em Pequim é uma aposta, na ordem das centenas de milhar de euros, feita por um empresário de Macau e outro de Pequim. Instalado na zona antiga da capital chinesa, na zona dos “hutongs”, bairros chineses que datam da Era dos primeiros imperadores chineses há milhares de anos, ocupa um edifício de madeira de cinco andares e com capacidade para centenas de pessoas. Actualmente só duas das salas estão operacionais mas, segundo nos confirmou o gerente e chefe de cozinha do Nuvem, Ricardo Eugénio, estará totalmente a funcionar antes do início dos Jogos Olímpicos no mês de Agosto. Várias vertentes À entrada encontramos um “hall” com uma garrafeira de vinhos portugueses, onde marcam presença todas as marcas mais conhecidas, uns passos mais à frente a primeira sala de jantar e a entrada para as cozinhas. No piso inferior está a ser instalada uma cave e, em breve, também uma pequena zona de bar “lounge”. Subindo as escadas de madeira ao primeiro andar encontramos outra sala ampla e com pequenas divisões onde serão instaladas mesas junto às janelas para que durante a refeição possam apreciar a magnífica vista para esta zona antiga da cidade de Pequim. Esta sala e a do rés-do-chão terão uma capacidade de 240 pessoas sentadas. No segundo andar está a ser criada mais uma sala de jantar ampla que poderá ser também usada para actividades culturais e onde irá também ser instalado um churrasco de sabores portugueses. O terceiro andar é constituído por um amplo terraço que, especialmente durante o tempo quente, servirá como zona de jantar e zona para saborear uma bebida antes ou depois da refeição, ou simplesmente para descansar enquanto olha em redor e ver os telhados desta zona antiga.

Boa receptividade
O Nuvem está aberto há pouco mais de uma semana e, segundo o seu cozinheiro e gerente, está a ser bem aceite pela população de Pequim, nomeadamente os locais e os residentes estrangeiros que ali vivem há já algum tempo e que gostam de comer comida ocidental. Segundo o gerente português os planos iniciais são para, nos primeiros seis meses, meter toda a máquina a trabalhar e a servir genuína comida de Portugal. Os produtos, bacalhau, azeite, etc, são importados de Macau mas existem planos para os importar directamente de Portugal. Para o efeito o próprio gerente está a planear uma vinda a Portugal para contactos e procurar fornecedores que possam garantir a qualidade dos produtos e a fiabilidade dos fornecimentos. Um dos grandes problemas, segundo o gerente, é a falta de uma estrutura de importadores de produtos portugueses e a falta de uma estrutura de exportadores em Portugal especializados e vocacionados para o mercado asiático. Do menu fazem parte o tradicional caldo verde, bacalhau com natas e o bacalhau à lagareiro, arroz de pato, presuntos de carne de porco preto e chouriço, assim como uma extensa lista de vinhos brancos, tintos e rosés. Com o objectivo de ter casa cheia todos os dias em mente, o gerente do restaurante, Ricardo Eugénio, mostra-se orgulhoso do trabalho feito até agora e é peremptório a
afirmar que não se trata de um restaurante para turistas. Animação cultural Com uma vista privilegiada para o lago de Houhai, já na zona dos antigos bairros, os “hutongs”, e ruas comerciais pejadas de lojas, bares e casas de chá, o restaurante português é um símbolo perfeito da mistura entre o antigo e o moderno. De acordo com o gerente, entre os chineses, o prato mais requisitado á a sapateira e o bacalhau, nomeadamente o bacalhau à lagareiro, um dos pratos mais emblemáticos do Nuvem. Para breve estão a ser preparados alguns espectáculos culturais, especialmente com grupos folclóricos vindos de Macau. No entanto, segundo Ricardo Eugénio, estão a ser desenvolvidos esforços e contactos para que possam vir cantores, nomeadamente de fado, directamente de Portugal para actuarem durante algum tempo na capital chinesa completando assim os sabores portugueses com sonoridades também do nosso país. Pois só assim se pode dar uma experiência completa da cultura portuguesa. Para tal contam com o apoio incondicional da nossa Embaixada na capital chinesa, segundo nos afirmou o gerente do restaurante. Apesar de ainda não haver nada confirmado, é certo que o restaurante irá apostas em animação cultural portuguesa.
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30 de Junho de 2008

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O destino das monarquias asiáticas

Um dos factores mais importantes para qualquer monarquia, e mesmo qualquer democracia, é o nível económico do país. No caso do Nepal e do Butão, são duas economias fracas, com rendimentos per capita abaixo dos 1500 dólares americanos. O fim da dinastia Shab do Nepal, uma dinastia que contava já 239 anos, e a sua substituição por uma democracia é um momento histórico para o Sudoeste asiático. Um momento em que se vê o fim de uma Era que há muito desapareceu noutras zonas do globo e que nesta área teimosamente se mantém. O dramatismo que levou à queda do Rei Gyanendra da liderança dos destinos do Nepal foi tal que o monarca do reino vizinho, o Butão, decidiu dar por fim o seu reino absoluto e marcou eleições livres. Acto que se realizou em Março deste ano, pela primeira vez neste reino feudal. O resultado do poder do povo e dos militantes maoístas no Nepal, que ajudaram à queda do Rei Gyanendra, foram um factor importante na decisão do jovem Rei do Butão. Tentar evitar os erros dos seus pares foi desde sempre uma das tendências dos monarcas. Ao longo dos tempos os reis sempre tiveram tendência para olhar para os outros monarcas no mundo e aprender com os seus erros e as suas experiências. Os contactos entre os monarcas são constantes e estes mantêm uma consciência de classe que os leva a tentar evitar os erros que os outros cometem. No caso do Butão, e do Rei Jigme Namgyel Wangchuck, um processo de democratização bem pensado e planeado ao mais ínfimo pormenor pela casa real, resultou numas eleições onde os dois partidos mais votados são manifestamente monarcas. Esta estratégia resultou num processo de tornar o país numa Monarquia Parlamentar sem que a população tivesse necessidade de vir para as ruas exigir mais liberdade e representatividade. Pelo contrário, no Nepal, o Rei optou por uma postura rígida e os resultados foram os conhecidos, com o monarca a ser deposto, perdendo todas as regalias que tinha e todo o poder. Agora, com o Nepal uma República e o Butão uma Monarquia Constitucional, a Ásia passa a ter apenas uma mão-cheia de países onde a monarquia dita as regras do poder. Tirando as casas reais do Médio-Oriente (Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrain, Qatar e Omã) na Ásia existem apenas dois países onde os Reis, de forma mais visível ou mais dissimulada, vão regendo os destinos dos seus países. A Tailândia e o Brunei. As restantes monarquias, Camboja, Malásia e Japão, não são mais do que meras figuras emblemáticas, algumas delas nem consenso nacional conseguem gerar. Agora, resta saber quais vão ser os efeitos dos acontecimentos do Nepal e do Butão no sultanato do Brunei e no antigo reino do Sião. Será que o tão amado Rei Bhumibol Adulyadej da Tailândia irá acabar por ter um fim humilhante como o do Rei Gyanendra? Será que o Sultão do Brunei irá enveredar por uma estratégia similar à do Rei do Butão, abrindo mão do poder que detém? Um dos factores mais importantes para qualquer monarquia, e mesmo qualquer democracia, é o nível económico do país. No caso do Nepal e do Butão, são duas economias fracas, com rendimentos per capita abaixo dos 1500 dólares americanos. Baixos rendimentos e grandes diferenças na sociedade são elementos essenciais para o florescer de ideologias de esquerda radicais e, neste caso, o Nepal é um exemplo perfeito. No caso do Brunei e da Tailândia, os altos rendimentos per capita, 33 mil e os oito mil dólares americanos respectivamente, fazem com que as ideologias de esquerda radicais tenham algumas dificuldades em se implementar e dão origem a classes médias e altas com muita influência na vida social e política do país. Os monarcas sabem disso e usam a prosperidade económica a seu favor, fazendo com que, não poucas vezes, os seus súbditos os vejam como os responsáveis pelo bom desempenho económico do país. Outro importante requisito para que os monarcas continuem a ser populares e contem com a aceitação geral é terem capacidade de convencer aliados estrangeiros poderosos da necessidade de se manterem no trono para a estabilidade dos respectivos países. Se o soberano tiver apoio de uma grande potência, que tenha interesses na sua região de influência, tem garantido o apoio necessário no caso de instabilidade interna. O maior erro do ex-Rei do Nepal foi ter afrontado a Índia, seu vizinho e uma potência emergente na Ásia, quando se manifestou mais próximo da China, outra grande potência asiática e rival da Índia. Desde sempre que Nova Deli olhava para o Nepal e prestava-se a ajudar a dinastia Shah no caso de necessidade. A partir do momento em que Gyanendra manifestou o seu apreço pela China, o charme de que gozava na capital indiana deixou de existir, favorecendo assim o florescer da oposição, que até então era controlada com o apoio indiano. O monarca tailandês, Bhumibol Adulyadej, ficou conhecido por ser um exímio diplomata durante a crise da Segunda Guerra Mundial, tecendo alianças com os países da ASEAN e com os Estados Unidos da América. Quanto ao sultão do Brunei, tem conseguido convencer o Reino Unido e os países da ASEAN da importância estratégica e económica do seu país para a estabilidade do Sudeste Asiático. Estas estratégias garantem mais estabilidade aos reinados destes dois monarcas. Para já o futuro para estas duas últimas monarquias da Ásia não parece estar ameaçado com os acontecimentos, seja dos negativos do Nepal, seja dos positivos do Butão. No entanto, podemos esperar mudanças no campo da democracia em ambos."

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16 de Junho de 2008
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A lesa-majestade e a política tailandesa


Militares imiscuídos no sistema político não é nada de estranho, ou de novo, na monarquia constitucional tailandesa. Aos olhos ocidentais isto pode parecer um assunto a evitar, no entanto, a convivência do sistema democrático com os militares
sempre foi uma realidade na Tailândia. Basta olhar para trás na história para ver que os homens de farda verde sempre estiveram muito perto dos corredores do poder em Banguecoque, quando não poucas vezes, mesmo nas rédeas desse poder com a bênção da própria monarquia. Nas passadas semanas, e com mais incidência nos últimos dias, circulam rumores de mais um golpe de estado. Os tailandeses, que se orgulham em serem um povo democrático, mas ao mesmo tempo não têm qualquer pudor em especular acerca de uma tomada do poder por vias violentas, ou não democráticas, como são os golpes de estado. Aliás, a situação tem acontecido tão frequentemente que muitos, mesmo do meio político, a vêm como algo natural e nada de excepcional para restaurar a ordem. Os últimos tempos têm sido prósperos em acontecimentos que têm alimentado as linhas de pensamento de vários articulistas tailandeses que, criativamente, vão surgindo com vários cenários para a crise. No entanto, todos acabam com o mesmo final, os tanques na rua para tomar o Palácio do Governo. Possivelmente ainda com a memória fresca do golpe de estado de 2006, que depôs o antigo Primeiro-Ministro Thaksin Shinawatra, acreditam que o golpe de estado e mudança de poder possa acontecer sem que se derrame sangue ou mesmo sem que um tanque saia à rua. Na realidade, basta olhar para os mais recentes acontecimentos para
reparar-mos que os militares têm já exercido uma grande influência mesmo sem terem que retirar o Primeiro-Ministro, Samak Sundaravej, da cadeira do poder. Toda a controvérsia em volta da polémica das declarações do ministro Jakrapob Penkair, que numa intervenção perante jornalistas estrangeiros fez declarações consideradas “crime de lesa-majestade”, ilustram perfeitamente o poder que os militares têm e as suas manobras de bastidores para fazerem prevalecer os seus próprios interesses. O ministro Jakrapob fez as declarações da controvérsia já em Agosto do ano passado, tendo, entretanto, um membro das autoridades policiais apresentado queixa acusando-o de insultar a monarquia (o que na Tailândia é “crime de lesamajestade”). Desde então o Governo tem mantido o assunto em segredo, até que a oposição começou a pressionar para que se resolvesse. O próprio ministro só começou a mostrar sinais de inquietação depois dos militares entrarem em cena no início de Maio, tendo ir procurar ajuda em dois ex-primeiros-ministros, Chavalit e Thaksin, tendo regressado de mãos vazias. Do último Primeiro-Ministro ouviu conselhos de reflexão, tendo ficado no ar a ideia de que se devia demitir. Algo que os militares pediram no passado dia 20 de Maio depois de uma reunião das mais altas patentes, e cujo resultado foi transmitido ao primeiro-ministro Samak, pelo Chefe do Exército, General Anupon Paochinda. A sugestão dos militares foi seguida à risca, tendo primeiro-ministro removido o ministro da comitiva que estava de saída para uma visita às Filipinas. Dez dias depois do início das manobras de bastidores dos militares, o ministro anunciou a sua demissão. Esta demissão forçada abriu um precedente no governo, tendo sido ele próprio que deu origem a esse mesmo precedente, quando decidiu tentar encobrir por tanto tempo a polémica envolvendo um seu ministro. Foi este acto que trouxe os militares a terreiro. Samak não é conhecido como bom político, nem sequer é bem visto por grande parte da população, no entanto, o seu aspecto bondoso e a sua forma de falar simplória, a par da sua capacidade para convencer e as suas capacidades comunicativas, têm sido armas poderosas que tem usado para balancear contactos com o mundo militar e civil. Aliás, uma das suas primeiras observações depois de subir ao poder foi de que, se os militares não interferirem no seu mandato, os deixará gerir os seus “negócios”, ressalvando que estes não se envolvam directamente em assuntos políticos. É sabido que nenhum governo pode sobreviver na Tailândia sem ter o apoio dos militares e, nos últimos anos, de uma forma ou de outra, todos eles contaram com o apoio dos homens das armas. No entanto, e para que esse namoro de interesses não acabe por ser um entrave à boa governação, é necessária muita habilidade política e apoio democrático. Algo que, aparentemente, falta a este executivo que vai manobrando nas águas agitadas da política tailandesa. A juntar a esta polémica estão as manifestações que há várias semanas têm vindo a ser feitas na capital. Supostamente apoiadas pela oposição mas sem objectivo específico, se bem que a oposição fala que estão a protestar pela decisão do Governo em alterar a Constituição. Alterações que, segundo a oposição, só irão servir para proteger algumas pessoas que estão a enfrentar acusações na justiça. Entenda-se, o antigo Primeiro-Ministro, Thaksin Shinawatra, que regressou ao país logo após os militares (que o depuseram) terem deixado o poder.
Sabendo da pouca fundamentação das manifestações, agora viram-se para o pedido de demissão do Governo, baseado no facto da economia não estar a recuperar como esperariam quatro meses depois do executivo ter tomado posse. A tensão, por motivos políticos e económicos está a escalar de tal forma que até já os jornais fazem apelos ao bom senso dos políticos e das autoridades envolvidas. “Se a sociedade não quer cair na armadilha da violência deve tentar encontrar uma solução”, lia-se à dias no Khao Sod, um dos jornais de língua tailandesa de maior circulação, enquanto que no Thai Rath se apelava a que ambas as partes fizessem ouvir os seus pontos de vista de forma ordeira, defendendo que “a democracia deve ser alcançada de forma pacífica”. Num ponto todos concordam, os manifestantes têm o direito de fazerem ouvir os seus protestos, enquanto que às autoridades cabe a missão de manter a ordem pública. É neste sensível cenário que se vive a actual política da Tailândia, sem que sua Majestade, o Rei Bhumibol Adulyadej, se tenha ainda sequer pronunciado.
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Artigos no Registo

9 de Junho de 2008
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Os novos desafios de Portugal no Sudoeste asiático

O Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas será assinalado na Tailândia com uma recepção do embaixador Português em Banguecoque a representantes de todos os quadrantes sociais do antigo Reino do Sião, no hotel
Shangri-La, perto da zona onde se localiza a embaixada junto ao rio Chaopraya. Igualmente convidada está toda a comunidade portuguesa e famílias luso-descendentes (em especial das antigas “paróquias” portuguesas de Santa Cruz, Rosário e Conceição).
As nossas relações com a Tailândia remontam há quase 500 anos. Sendo os portugueses os primeiros ocidentais a manterem uma base permanente nesta parte do mundo, da qual ainda hoje restam indícios e que estão agora a ser recuperados.
Brevemente irá ter início a segunda fase do projecto de recuperação do património português da antiga capital do reino do Sião, Ayuthaya. Segundo adianta o embaixador Faria e Maya, em entrevista exclusiva ao REGISTO, em paralelo à recepção será exibido, em ecrã gigante, “uma montagem de video-clips sobre Portugal” e uma exposição de fotografias e cartazes de promoção turística e cultural. A todos os presentes serão distribuídos folhetos de informação sobre a realidade portuguesa no sector das exportações e das novas tecnologias, iniciativas que vão contar com apoio do recentemente aberto Centro de Negócios da AICEP em Singapura. Ainda segundo embaixador, e em data ainda a confirmar, “mas enquadrada também nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, está prevista a abertura de uma exposição sobre a mensagem universalista da vida e obra do Padre António Vieira, no ano em que se celebra o 4º centenário do seu nascimento, promovida pela Embaixada e pelo Centro Cultural Português do Instituto Camões e cujo acervo será oportunamente também exibido pelo Leitorado Português na Universidade de Kuala Lumpur (Malásia)”.“A integração deste evento no período das comemorações do Dia de Portugal depende, porém, do respectivo material ser aqui recebido com a necessária antecedência”, acrescenta. Os aspectos económicos A Tailândia está atenta ao que se vai fazendo em Portugal e está ciente dos avanços tecnológicos que se registam no nosso país, tanto no campo da Biotecnologia, como das Ciências da Comunicação ou da Biologia Marinha, só para referir alguns. Para tal, e no âmbito das boas relações e da cooperação entre os dois Estados, entende-se que devem ser criadas as condições ideais para que os agentes destes campos possam desenvolver os seus contactos. Sendo Portugal e a Tailândia dois países com Governos democráticos, não lhes cabe obrigar os agentes económicos a desenvolverem contactos. Têm, sim, a obrigação de criarem as condições para que essa cooperação aconteça e é isso que tem estado a ser feito, segundo explicou o embaixador. Quando confrontado com a falta de ligações directas entre Portugal e o Sudeste Asiático, algo que será essencial para que a cooperação económica seja uma realidade, Faria e Maya fez questão de relembrar que o Acordo de Transportes Aéreos entre Portugal e a Tailândia, assim como o Acordo Comercial entre a TAP e a Thai Airways continuam em vigor. Contudo, os Governos apenas criam as condições ideais para que a cooperação possa existir, devendo o passo seguinte ser dado pelas instituições envolvidas. O embaixador faz questão de referir que, mesmo sem que o acordo aéreo esteja a ser utilizado, o volume de turistas de Portugal para a Tailândia tem vindo a aumentar incessantemente nos últimos anos. No entanto, a cooperação entre os dois países é, e deve ser, mais do que económica. Para lá das questões políticas e económicas, a nossa participação e afirmação cultural passa também por trazer à Tailândia testemunhos da nossa cultura contemporânea, como a música ou o cinema e teatro, referiu o embaixador. No último Festival de Dança e Música de Banguecoque esteve a Marisa, que deixou recordações tão agradáveis em quem a viu e ouviu que se tudo correr como planeado, deve voltar aqui a actuar em breve. Mas nem só de fado vive a cultura portuguesa. Em Banguecoque esteve também a Companhia Nacional de Bailado, com o Lago dos Cisnes. A par disto, estão a decorrer negociações para que a vinda da Ópera Nacional de São Carlos seja uma realidade no decorrer deste ano. Também para este ano estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de fazer algo de original: uma composição musical, da autoria de um membro de uma família portuguesa originária de Macau, os Siqueira, - os quais, pelo facto de alguns dos seus membros terem ocupado altos cargos no Governo tailandês, são muito próximos da família real, - deverá ser editada em «cd». Um dos membros dessa família decidiu, sendo músico, escrever uma cantata para orquestra baseada nos Lusíadas. A partitura dessa cantata foi a prenda de Portugal ao Rei Bhumidol nas comemorações dos 60 anos do seu reinado. Parte dessa peça musical fora apresentada a 10 de Junho de 2007, tendo sido interpretada por uma orquestra e
um coro tailandês.
O Embaixador Faria e Maya, representa Portugal na Tailândia, Birmânia, Vietname, Singapura, Laos, Cambodja e Malásia. Em Banguecoque recebeu o REGISTO para uma entrevista EXCLUSIVA, na qual aponta o caminho para a cooperação portuguesa.

A situação da Birmânia
Apesar de ainda não ter apresentado credenciais em Rangoom, capital da Birmânia, a Embaixada portuguesa ”fez o acompanhamento diário, informando o Ministério dos Negócios Estrangeiros das sequelas da tragédia que se abateu sobre uma grande parte da população daquele país, em especial na região do Delta do Irrawaddy, com a passagem do Ciclone Nargis, que terá causado cerca de 150 mil vítimas mortais, para
além dos desalojados e sem abrigo, da escassez alimentar (acentuado défice nas reservas de arroz), da destruição de culturas de subsistência, do desemprego e do risco iminente da eclosão de doenças epidémicas”. Estes factores levam as Nações Unidas e outras organizações a temerem que mais de um milhão e meio de pessoas possam estar em risco. Paralelamente, de acordo com Faria e Maya, a Embaixada procedeu a
constantes averiguações a possibilidade de eventuais turistas ou outros viajantes portugueses se encontrarem em território birmanês na ocasião. Felizmente “não se tendo apurado qualquer situação que reclamasse a nossa protecção ou cuidado”. Relativamente ao único agregado familiar português residente na Birmânia, e registado junto da Embaixada em Banguecoque, um casal luso-birmanês e três crianças menores, ”encontravam-se em segurança e de boa saúde em Rangoon, apesar dos problemas iniciais de abastecimento de água potável e cortes de energia eléctrica”.
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Artigos no Registo

Como se sabe colaboro semanalmente com um jornal local, O Clarim. No entanto, não sendo numa base periódica fixa, colaboro também com um jornal diário de Portugal, o Registo.
À semelhança do que faço com os artigos publicados em Macau, vou passar a disponibilizar aqui os textos publicados em Portugal na secção Artigos no Registo.
Para já vou disponibilizar os artigos publicados no ano passado e que abordam questões asiáticas.

2 de Junho de 2008
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Nepal: O rei perdeu o trono

Parece um título de romance de cordel mas não é. É a triste história da vida de um país mais conhecido pela sua proximidade com a Índia e por ser o “lar” de milhares de tibetanos no exílio, do que pela sua própria existência. No entanto, em 2001 este país encalhado nos Himalaias, viveu um dos seus mais trágicos incidentes quando parte da família real foi assassinada dentro do palácio, alegadamente, pelo próprio príncipe herdeiro. Algo que nunca fora esclarecido porque, após o massacre o príncipe, segundo se lê no relatório oficial, cometeu suicídio. A explicação oficial deste regicídio fora de que o príncipe herdeiro queria casar com uma pessoa, pela qual estava apaixonado, mas essa relação não recebeu a bênção da família real. A história recente do Nepal podese dizer que começou em 2001. Após o massacre, e após alguns anos de altos e baixos a nível político e social, o monarca no trono de uma monarquia parlamentar decidiu, o Rei Gyanendra, decidiu fazer um “golpe de estado real”, tomando todo o poder em mãos. Isto, como já se esperava, fez exasperar os sentimentos dos partidos da oposição. Até aí distanciados por ideologias e outras diferenças, viram nesta acção do monarca uma força convergente que lhes deu motivos de unirem forças e lutarem por uma causa comum. Após vários anos de revoltas, manifestações, negociações, promessas não cumpridas, entre outros incidentes, no dia 10 de Abril deste ano realizaram-se as tão prometidas eleições livres. Os resultados foram conhecidos quase um mês depois, a 8 de Maio e, como se esperava, os resultados não surpreenderam, uma maioria para os partidos de ideologia maoísta. O Nepal celebra agora uma “nova era” como a mais nova República no mundo, depois da nova Assembleia Constituinte ter dissolvido a monarquia que reinava há mais de um século. Juntamente com esta dissolução veio uma ordem, vexatória para quem já tinha sido considerado como o “rei-deus”, de despejo do Palácio Real no prazo de duas semanas. Num passo sem precedentes na história deste povo, que até há bem poucos anos adorava os seus monarcas ao ponto de os ver como a reincarnação de Vishnu, o Deus Hindu da Protecção, a nova Assembleia Constituinte resolveu acabar com a dinastia Sha, que já reinava no Nepal há 240 anos, sendo a última monarquia hindu ainda existente. Este passo marca a vitória dos maoístas, que lutavam há mais de uma década para depor o poder que viam como retrógrada e estratificado, estritamente ligado ao sistema de castas e que manteve a maior parte dos 29 milhões de nepaleses no limiar da pobreza. As primeiras palavras dos líderes maoístas, após a vitória, foram de que “o povo tinha sido libertado de séculos de tradições feudais e que novas portas se abriam para mudanças sociais radicais e desenvolvimento económico. O ex-rei Gyanendra nunca fora um Rei democrático, era pelo contrário um “one man-show” como o acusavam aqueles que
sempre se lhe opuseram. A sua postura autoritária e arrogante foi um dos aspectos mais importantes no processo de desacreditação da autoridade e respeito que a família
real tinha no seio da população nepalesa. A posição que Gyanendra assumiu em 2005, ao assumir todo o poder, acabou em 2006 mas só depois de 13 mil pessoas terem perdido a vida numa das mais sangrentas revoltas dos últimos anos em todo o mundo. No entanto, e apesar da voz do povo ter falado num processo eleitoral que, de acordo com as instituições internacionais decorreu sem percalços e de forma ordeira, nem tudo está a decorrer como pretendido. As manifestações continuam, agora contra as posições dos maoístas. As forças políticas ainda não conseguiram encontrar uma forma de implementar o sistema republicano num país governado, desde há séculos, por um regime monárquico. A demora na elaboração dos diversos articulados da nova constituição, prevendo o fim da monarquia e do fim das regalias da família real. Um episódio caricato, mas que retrata o quanto imatura é toda esta situação de democracia, aconteceu há dias quando tudo estava preparado para se realizar uma cerimónia de juramento de novos membros de alguns gabinetes do Governo. A cerimónia teve de ser adiada porque o Primeiro-Ministro estava a dormir. Estes incidentes, a par com muitos outros, têm manchado a imagem que os novos lideres querem transmitir para o
exterior, demonstrando apenas a falta de cultura democrática e de sentido de responsabilidade reinante na nova classe política nepalesa. Mais grave ainda é o facto dos partidos que derrubaram a monarquia só estarem unidos por um inimigo comum. Antes desta causa unitária lutavam pelo poder entre si, algo que alguns agora vêm como o maior problema para o futuro democrático do Nepal. Agora que já não existe uma monarquia que queriam ver deposta, vão acabar virando-se uns contra os outros, obrigando o país a mergulhar numa crise ainda pior do que aquela que viveu até agora, acreditam alguns dos mais destacados analistas políticos asiáticos que acompanham o desenrolar deste processo com muita atenção.

João Santos Gomes

"

TED o sexto sentido

O futuro está a chegar.
Vejam este vídeo e dêem uma olhadela ao futuro próximo. Um aparelho que poderá estar disponível muito em breve.
O TED… o sexto sentido portátil…

Medina Carreira reflecte

Quero começar o dia com este artigo assinado por Medina Carreira e que me veio parar à caixa do correio electrónico hoje… é longo mas vale a pena ler e reflectir.

"Reflexões pelo Professor Medina Carreira

Nota: O Professor Medina Carreira, um dos mais capacitados economistas
portugueses, sempre que fala, deixa o País a reflectir, estupefacto. Aqui deixamos a síntese de uma das últimas entrevistas que concedeu e, a não perder.

"Vocês, comunicação social o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6»....Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas é sem açúcar..."

"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularucho» porque não dependo do aparelho político!"

"Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"

"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2...esta economia não resiste num país europeu."

"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."

"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco!"

"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for..."

"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
-Um desapareceu;
-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa..."

"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado."

"Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!"

"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente..."

"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:
-Prometem aquilo que sabem que não podem."

"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"

"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! "

"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo
Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!"

"Nós em Portugal sabemos é resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem,
conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? «Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e
deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!"

"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de
que isto é a maldita crise. Não é!"

"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?"

"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."

"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...."

"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos
fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é
descentralizar a «bandalheira»."

"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."

"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."

"Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai
empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem..."

"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa."

"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta inter-penetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas... Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si... Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade."

"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!"

"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser
pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.

O Português está farto de ser enganado!

Todos os dias tem a sensação que é enganado!""

quinta-feira, 26 de março de 2009

Lugares de amigos

Entre ontem e hoje recebemos visitas de amigos dos dois lados do Atlântico.
Pela primeira vez um morador da cidade luxemburguesa de Sprinckange veio visitar o nosso blog. Espero que se repita e divulgue junto da imensa comunidade portuguesa residente. Os portugueses são mais de 10 por cento da população deste grão-ducado.
Do outro lado do mar vieram visitas da belíssima cidade de Fortaleza. Esse paraíso à beira-mar plantado em terras de Santa Cruz e que nos presenteia com praias belíssimas e pessoas fantásticas. Que voltem sempre e tragam mais amigos para ver o que se vai dizendo por aqui no PubEd.
Quero também salientar que do mesmo país, e da sua digníssima capital, recebemos já hoje uma visita.
Estas visitas de amigos, sejam amigos de amigos, ou simplesmente curiosos que passam pelas nossas opiniões, deixam-nos sempre com uma pontinha de orgulho porque é o resultado do nosso trabalho. Não queremos que concordem sempre connosco ou com as nossas opiniões, ou que gostem do nosso estilo de prosa. O que importa é que, à semelhança do que nós também fazemos com outros, somos lidos e visitados.
Como dizia um escritor “não nos importamos se concordam ou não, o importante é que nos leiam”, ao que eu acrescento, nos leiam e nos critiquem... Para bem ou para mal... para mim é-me indiferente porque faço-o por gosto!
Obrigado e voltem sempre.

LVS e Pequim

Em Portugal costuma-se dizer que de "Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos".
Aqui em Macau o mesmo dito se poderia aplicar aos americanos da Las Vegas Sands (LVS). Como temos vindo a dar estampa aqui, já vão três executivos de topo pela porta da rua. Depois de James Purcell e William Weidner, agora foi a vez de Brad Stone, vice-presidente executivo e responsável pelos investimentos na Cidade Estado de Singapura. São três demissões num mês numa empresa que aparenta dar sinais de fraqueza depois de todo o fulgor com que veio para Macau. Não esquecendo também a saída do homem forte de Macau, Neto Valente, precisamente por não concordar com as visões de Sheldon Adelson para a RAEM e a sua concepção de Macau antes e depois da LVS.
No entanto, nem tudo parecem ser problemas para os homens de Las Vegas. Afinal, o que sempre se orgulharam de dizer (e que justifica muitos dos abusos praticados em Macau e que estiveram na origem das demissões retratadas anteriormente) parece ser mesmo verdade. O dono da LVS sempre se vangloriou dizendo que tinha excelentes contactos em Pequim e que tratava todos os assuntos directamente com a capital. Agora, em tempos de crise, vêm esses contactos à luz do dia. Segundo a imprensa especializada existem empresas do continente interessadas em investir na LVS, nomeadamente uma empresa de construção que irá desbloquear o problema das obras no COTAI que ficaram abandonadas aos primeiros sinais de crise!
Fala-se também noutras empresas, nomeadamente de Hong Kong. Uma certeza fica, são todas de capitais chinesas (perceba-se, de Pequim) e assim também se concretiza um dos ambicionados desejos dos líderes chineses, de que as empresas continentais tivessem acesso a um quinhão dos lucros do Jogo de Macau!
Não querem o jogo no continente, mas quanto aos lucros a conversa já é outra. Enquanto isso é Macau e todos nós que vamos sofrendo para que outros tenham acesso aos lucros!

Mais do mesmo

O administrador executivo da Teledifusão de Macau (TDM) anunciou ontem que a companhia vai criar mais três canais terrestres. Um desportivo e outro de sociedade (a que chamam Vida na voz de Manuel Gonçalves) em língua chinesa e outro canal de cariz mais internacional com conteúdos em inglês, chinês e português.
Um anúncio feito numa altura em que a empresa apresentou contas positivas de mais de uma dezena de milhões de patacas. Claro, não nos podemos esquecer que o balanço assim é porque os nossos impostos serviram para injectar mais de 100 milhões na empresa para pagar dívidas! Assim é fácil ter-se balanços positivos!
Bom, voltando aos canais... Quando se sabe que a população prefere ver os canais de Hong Kong (há muito que assim é) porque consideram que a programação dos locais é de baixa qualidade, a empresa em vez de apostar na reformulação e melhoria dos conteúdos, anuncia mais canais! É esperar para ver o que aí vem. Desconfia-se que seja mais do mesmo, ou seja, uma pasmaceira de manhã à noite sem nada de interessante para se ver e pouquíssima produção local. E, da que se vai fazendo, seria melhor nem existir porque só nos envergonha!
No meio de toda esta megalomania há um aspecto que me deixa frustrado. Em Macau existem muitos produtores e realizadores de qualidade. Aliás, já mais do que uma vez o provaram quando lhes foi dada a oportunidade de fazerem o seu trabalho com os equipamentos adequados. Não se percebe então porque é que a empresa não aposta nestes valores locais. Falta de dinheiro era a desculpa que antes avançavam para pagar míseros salários a mais de 90 por cento dos funcionários (os outros 10% são os “amigos” e esses são pagos a peso de ouro há anos), no entanto, agora até apresentam lucros, pelo que a desculpa da falta de flexibilidade financeira já não pode colar...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Deixo agora um cheirinho do meu artigo n’O Clarim a publicar em breve na secção habitual de opinião.

"(...)Em Banguecoque, que está longe de ser o exemplo ideal de cidade organizada, todos os transportes públicos funcionam a GPL, incluindo os famosos “tuk-tuks” (os triciclos que inundam as ruas e ruelas da capital do reino). Nesta cidade até mesmo muitos dos barcos utilizados para a travessia do rio dos reis (Chaophraya) são movidos a GPL ou a gasóleo verde. Sendo que estes últimos pagam mais impostos do que os movidos a gás.
Estes exemplos que refiro não são de agora. São aplicados, tanto em Banguecoque como em Hong Kong, há muitos anos. De tal forma que a população já nem concebe o seu dia-a-dia sem eles.
Olhemos para Hong Kong
O que me deixa consternado é que na terra onde vivemos só agora se criam comissões e equipas de estudo para pesquisar a possibilidade de aplicar estas medidas em Macau. Aplicar medidas que, dentro em breve, estarão obsoletas!
Fala-se da aplicação da energia solar em edifícios do Governo. Lembro-me da minha infância na Europa e do painel solar que a minha casa tinha e que nos servia para aquecer a água usada no duche. Já lá vão mais de vinte anos! As tecnologias agora usadas são outras e mais avançadas, pelo que discutir a introdução de soluções que já estão ultrapassadas, ou o estarão muito em breve, é uma perda de tempo e de recursos públicos.
A título de exemplo deixo uma ideia que está a ser desenvolvida no território vizinho de Hong Kong e que se prende com a utilização da energia do vento para gerar electricidade para os prédios do Governo e habitacionais. Uma ideia de um inventor francês radicado em Hong Kong há muitos anos. (…)"

O restante poderá ser lido em breve nas páginas do jornal, em papel, ou no website http://www.oclarim.com.mo/

CCAC na privada

Aqui por Macau temos estado toda a manhã a ouvir na rádio macaca (ooops, Rádio Macau) que o Comissariado Contra a Corrupção vai ver a suas competências alargadas ao sector privado.
Deu entrada na Assembleia Legislativa um diploma tendo em vista essa alteração e os deputados rapidamente se manifestaram. Uns são completamente contra, outros levantam as mais variadas dúvidas. Eu, sei que no fim da discussão todos vão votar SIM ou, quanto muito, haverá algumas abstenções e o diploma, como sempre, passará a valer com letra da Lei.
A questão que fica no ar não se prende com o facto do YesMan dos deputados mas sim com as verdadeiras intenções desta legislação. O CCAC foi criado como órgão de fiscalização dos departamentos governamentais e dos seus funcionários. De uma forma ou de outra tem feito o seu trabalho. No entanto, alargar as suas competências à Privada parece ser um pouco pretensioso.
Na mesma rádio ouvi a procuradora adjunta dizer que se estão a basear em legislação de Hong Kong e de Singapura para a criação destas novas competências visto que nestes dois territórios os congéneres têm competências no sector privado. Aliás, a ideia na base da criação destes organismos em Hong Kong e na cidade Estado (que não se chamam comissariados, o de Hong Kong chama-se em inglês - Independent Commission Against Corruption e o de Singapura - Corrupt Practices Investigation Bureau) foi a de regular o sector privado.
A extensão, em Macau, das competências (de polícia de investigação) do CCAC ao sector privado, é, no mínimo, alarmante se não regulada convenientemente. O organismo defende-se dizendo que se estão a basear nos exemplos atrás referidos o que, em vez de nos apaziguar as dúvidas, apenas nos deixa mais alarmados. É que, tanto Hong Kong como Singapura têm um primado da Lei baseado na Common Law, enquanto que a Lei de Macau é de raiz continental (portuguesa) e as diferenças são mais do que muitas.
Por outro lado, ficamos preocupados com o facto do CCAC estar a tomar em mãos responsabilidades que são, essencialmente, de polícia. E, para tal, no nosso Direito, temos o poder judiciário e as polícias de investigação para fazer o serviço.

terça-feira, 24 de março de 2009

Houston, Estados Unidos da América

Recebemos hoje a primeira ilustre visita do país do Tio Sam… Veio-nos visitar a partir de Houston. Desde já muito bem-vindo.
A cidade de Houston, de acordo com as fontes online, é a quarta maior cidade dos Estados Unidos da América e a maior cidade do estado do Texas. Tem uma população de 2,2 milhões de habitantes, dentro de uma área de 1.600 km². É a sede do condado de Harris e o centro económico da área metropolitana da Grande Houston - a sexta maior do país, com uma população de cerca de cinco milhões de pessoas.
Foi fundada a 30 de agosto de 1836 pelos irmãos Augustus Chapman Allen e John Kirby Allen num território próximo da baía de Búfalo. A cidade foi oficialmente criada a 5 de junho de 1837 pelo então presidente da antiga República do Texas, General Sam Houston. A crescente actividade portuária e a indústria ferroviária, combinadas com a descoberta do petróleo em 1901, induziram o rápido aumento da população.

Novas tendências

Ora aqui está a peça de roupa que faltava. Um casaco anti-contacto especialmente direccionado para o mercado feminino. Foi criado nos states e tem como objectivo proteger as mulheres de “contactos” indesejáveis.
O casaco funciona como que um “cinto de castidade moderno!” só que em vez de impedir alguma coisa de entrar, impede que se toque.
Para os mais afoitos que mesmo assim tentem a sua sorte serão brindados com uma descarga eléctrica que os deixará, no mínimo, KO!
Esperamos ansiosamente que esta peça essencial de qualquer guarda-roupa feminino chegue a este lado do globo.
E, para que não pensem que é só para mulheres quando se fala de moda. Eis que os nossos amigos japoneses tiveram a ideia formidável de criar roupa-interior (entenda-se cuecas) para homem que podem ser usadas durante 1 semana (sim 7 dias no mínimo) sem ser mudadas! Os testes decorrem neste preciso momento a bordo da Estação Espacial Internacional onde o astronauta japonês tem estada a usar este tipo de cueca.
Depois de vários testes, que incluem inclusive sessões de exercício, está provado que as cuecas do japonês nem sequer ficaram molhadas, enquanto que os outros astronautas tiveram de mudar de roupa-interior! Imaginem o cheiro que vai naquela nave!
Isto deve ser de extrema utilidade... Vejam o que se poupa só em detergente!

2009 é o nosso ano!

Acabei de ouvir o seleccionador nacional português Carlos Queirós a afirmar que 2009 “vai ser o ano da selecção nacional”.
Valha-nos Deus! E eu que até nem sou religioso!
Não perco o sono por causa do futebol mas, quando se trata da equipa de todos nós, fico triste com as pobres exibições e desastroso rumo que levam. Assim como fico acordado até altas horas da madrugada para ver os jogos…Sinceramente, não nos vejo a ir à África do Sul por muito que me apeteça ter uma desculpa para ficar acordado até mais tarde!
Sinceramente (sim outra vez!), espero estar enganado!
Fica o contentamento da foto desta esbelta apoiante da equipa de todos nós! Cuida-te R7…

Casa Garden no Hoje de ontem

Como havia sido prometido. Assim que disponível o link do Hoje Macau para as estórias ontem citadas.
Apenas a da Casa Garden mereceu a publicação online… pelo que só essa terá aqui a sua hiperligação.

Nano Tata

Penso que já toda a gente ouviu falar do lançamento do novo carro. O bolinhas mais barato do mundo. Uma campanha planetária levada a cabo pela bem oleada máquina de marketing da família Tata, uma das mais ricas do mundo e da Índia. O carrito, que custa pouco mais de 15 mil patacas no subcontinente indiano, apresenta-se como o novo carocha, o carro do povo!
Dizia o patriarca Tata na cerimónia de lançamento que agora toda a gente poderia ter acesso a um veículo de quatro rodas na Índia e no resto do mundo.
O carrito nem é totalmente feio, por acaso a nível de design já vi pior a circular em Macau. No entanto, no respeitante à segurança acredito que a diferença com os outros carros é abismável, tanto que a Europa vai ter uma versão especial para que possa passar a todos os testes necessários para entrar no mercado.
Outro dos aspectos que deve deixar muito a desejar, a julgar também pelas exigências europeias, prende-se com os níveis de poluição do motor.
Critico o facto do carro ser tão barato, principalmente porque para se atingir esse preço se cortou em factores muito importantes como a segurança e as medidas de protecção ambiental. Para um país como a Índia, onde os engarrafamentos são a ordem do dia, o facto de milhões poderem comprar mais um carro, só poderá vir piorar ainda mais a situação.
Aqui por Macau, o Tata Nano poderá vir resolver muitos problemas! O nosso trânsito até nem é muito problemático!

Se bebes levas

Hoje veio-me para à caixa do correio electrónico um pequeno link de um vídeo da polícia malaia.
Lá para os lados de Kuala Lumpur parece que tratam os traficantes de droga de forma pouco ortodoxa. Além de terem pena de morte, existem ainda outros meios que podem ser aplicados.
De acordo com fontes “seguras” semelhante tratamento é também aplicado em alguns casos de condução sob influência do álcool. Uma forma muito efectiva!
Pelas muitas vezes que visitei o país só agora me apercebi da real razão de não encontrar pessoas (locais entenda-se) embriagadas! A princípio pensei por se tratar de um país muçulmano as pessoas não ingeriam bebidas alcoólicas.
A verdade está aqui.
Na Malásia o slogan “Se beber não conduza” tem outro sentido!
Olha se isto pega em Macau ou em Portugal!...

segunda-feira, 23 de março de 2009

O silêncio é de ouro

Na noite de núpcias, a jovem noiva pede ao marido 500 patacas para fazer amor com ele pela primeira vez. Ele, todo excitado com a espera que chegara ao fim, aceita sem reclamar.
Este cenário repetiu-se sempre que eles fizeram amor ao longo de mais de 30 anos, com ele a pensar que esta era uma forma que ela encontrara para ter dinheiro para as suas despesas supérfluas sem ter que lhe pedir dinheiro.
Um dia, quando chegava a casa, a mulher encontra o marido bêbado e desesperado. Passados alguns minutos ele lá consegue começar a explicar que, devido à crise econômica, a sua empresa estava a reduzir o número de empregados e ele tinha acabado de ser despedido. E, agora com 59 anos, o que iria ser dele? Quem o iria empregar?
Calmamente a mulher puxou da caderneta bancária e deu-lha para a mão. A caderneta continha as poupanças que ela tinha depositado ao longo de mais de três décadas a fazer amor com ele e tinha mais de 2 milhões de patacas. Depois lhe mostrou uns certificados de aforo que valiam mais de 3 milhões. Depois, calmamente, explicou-lhe que lhe tinha pedido dinheiro sempre que faziam amor por seria uma forma de pouparem para qualquer eventualidade.
O marido, ainda meio bêbado e muito admirado quase não conseguia falar. Passado algum tempo, já recomposto da surpresa, disse muito arrependido: “se tivesse sabido disse teria ido para a cama só contigo”.
Foi depois disto que ela o matou!
Os homens, realmente, não sabem manter-se calados!

Por vezes vale a pena não dizer nada!

Montpellier, França

Montpellier é uma cidade francesa com mais de mil anos de história e com uma arquitetura que mistura estilos antigos com modernidade. É a capital do departamento de Hérault (departamento 34) e da região francesa de Languedoc-Roussillon. O nome Montpellier provém de Mont Pelé, ou monte pelado, em função da escassa vegetação existente em toda a área onde se insere a cidade.
A população da cidade é de cerca de 229.055 habitantes, no entanto, incluindo a área metropolitana, ascende a quase meio milhão de pessoas.
A cidade é mais conhecida pela sua universidade, a Universidade de Montpellier.
Obrigado pela visita Vanessa.

Em Mugabe ninguém toca!

As autoridades de Hong Kong informaram, recentemente, que a Primeira Dama do Zimbabué está imune de qualquer acusação no caso da alegada agressão ao repórter do The Sunday Times, Richard Jones.
A senhora Grace Mugabe, segundo o fotojornalista, deu-lhes uns murros com anéis de diamantes (!) quando este lhe tirava umas fotos junto de um hotel de luxo em Hong Kong no dia 15 de Janeiro.
De acordo com a versão oficial a senhora estava de férias, pelo que o representante da Human Rights Monitor de Hong Kong, Law Yuk-kai, pergunta-se se não estando em funções oficiais terá direito a imunidade diplomática.
De acordo com o Departamento de Justiça da RAEHK parece que sim! “Grace Mugabe não pode ser detida ou presa, e goza de imunidade criminal” lê-se no documento feito público pelo Departamento.
O jornal e o fotojornalista perguntam agora se “ela voltar a Hong Kong será que está autorizada a atacas quem bem lhe apetecer e ir-se embora sem que nada lhe aconteça”?

Minuto de Cultura do dia!

O que me chegou por email… no serviço!
Sob o título “Minuto de Cultura do dia!



Questão:



- Como nasceu o hábito dos casais andarem de mãos dadas?







Resposta:



- Foi um procedimento de iniciativa masculina...
“Se eu a soltar, ela vai às compras.”




Bom, sem comentários... lol...

O que li hoje

Acabei de passar os olhos agora pela imprensa local, em papel diga-se, e três histórias captaram a minha atenção. Não pela sua importância, mas pela sua piada.
Vou começar pela história do Aeroporto de Zhuhai publicada no Ponto Final (não existe edição online, portanto, comprem o jornal!) onde se diz que a infra-estrutura começou a receber vôos internacionais e que poderá ser uma ameaça para Macau!
Acredito que possa ser e até defendia que Macau e Zhuhai deveriam unir esforços e usar apenas um só aeroporto. Caindo a escolho no da “mainland” porque teria mais potencial para desenvolvimento futuro. No entanto, para tal, seria necessário dar emprego (do lado de lá) a toda a malta que trabalha no aeroporto do lado de cá (porque já temos desempregados que cheguem) e que lhes pagassem o mesmo que auferem agora!
Diz-se no artigo que o aeroporto poderá ser uma ameaça ao aeroporto da Taipa que, devido à crise internacional, está já a sofrer bastante!
A crise serve de desculpas para muita coisa!
Os outros artigos que quero destacar foram publicados no Hoje Macau (e prometo meter os links se tais estiverem disponíveis mais tarde, depois dos jornais terem sido vendidos!).
A primeira referia que o antigo Governador de Macau (ooops, o careca), o General Vasco Rocha Vieira, poderá ser o cabeça de lista do PSD na lista para as eleições européias.
Bom, para quem tinha afirmado a pés juntos que nunca iria entrar na política... Das duas uma, ou o PSD aposta num péssimo resultado, ou esqueceram-se de fazer uma pesquisa sobre a imagem do General junto do povinho! Vamos esperar pra ver!
A outra notícia, a mais hilariante de todas, é de novo local. E, espantem-se, prende-se com a Casa Garden. Nada mais, nada menos. Essa mesmo, a sede da Fundação Oriente em Macau. Tão digníssima residência do comerciante Lourenço Marques que, de acordo com um seu auto-proclamado herdeiro, José Carvalho e Rego (o mesmo que tentou vender a Fortaleza do Monte a uns japoneses, certo?), foi adquirida pelo antigo Leal Senado por “usucapião”. O processo arrasta-se há já seis meses e agora promete ir para tribunal.
De uma coisa não nos podemos queixar, Macau continua a dar-nos imensos temas para nos divertirmos!
De enfadonha e aborrecida não podemos acusar esta santa cidade!

Decepcionado!

Anteriormente tinha anunciado aqui a “Robot elegante” que irá fazer a sua aparição nas passerelles de todo o mundo em breve!
Vejam o vídeo da sua apresentação oficial à comunicação social nipónica e internacional.
Fiquei decepcionado, não com a menina, que parece ser o sonho de qualquer homem, mas com a falta de coerência dos amigos nipónicos.
Então na apresentação de uma máquina que parece ser revolucionária, tecnologia de ponta, as cortinas do palco são manuais! Até em minha casa as cortinas das janelas são eléctricas... E não tenho nenhuma “robot elegante”... Para já!

Vejam o vídeo publicado pelo nosso blog amigo até ao fim para ver o “staff” atrás da cortina!

Luanda, Angola

Um nosso amigo residente em Angola visitou-nos a partir de Luanda. A capital do país é também a sua maior cidade, sendo também a capital da província com o mesmo nome. Localizada na costa do Oceano Atlântico, é o principal porto e centro administrativo angolano. Tem uma população de aproximadamente 4,5 milhões de habitantes, o que faz dela a terceira maior cidade lusófona do mundo, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro no Brasil.
Os habitantes de Luanda são na sua grande maioria membros de grupos étnicos africanos, incluindo Ovimbundu, Kimbundu e Bakongo. Existe uma pequena minoria de origem europeia. A língua oficial e mais falada é o português, sendo também faladas várias línguas do grupo bantu.
Em 2010 a cidade acolhe a cermónia de abertura da Copa das Nações Africanas.

domingo, 22 de março de 2009

Gaiolas que ninguém quer ver

Por muito que se anuncie que se está a proteger o Património e a cumprir as regulamentações da UNESCO no que diz respeito ao World Heritage, em Macau continuam-se a ver variadas violações impunes diariamente. De acordo com a regulamentação da UNESCO, nas imediações dos locais classificados (e em ordem de manter a classificação e respectivos subsídios) é necessário cumprir determinados requisitos. Seja a altura de novas edificações (que tanta polémica já deu) seja a preservação dos edifícios e sua fisionomia, entre muitos outros factores. No entanto, o que se nota em Macau (desde sempre e parece que as autoridades pouco se interessam!) é que em redor desses locais classificados existem zonas que mais parecem barros degradados! Trago hoje apenas o exemplo das grades nas janelas! Tempos houve em que em Macau era frequente haver ladrões que escalavam o exterior dos prédios para conseguirem entrar nos apartamentos e assim os furtar. Para fazer face a esse problema importou-se do “mainland” a moda das grades nas janelas, aquilo a que por aqui jocosamente chamamos de gaiolas! Agora, passada essa época dos “homens-aranha” as ditas gaiolas continuam a proliferar, apesar de existir regulamentação de construção que proíbe o seu uso. No entanto, essa regulamentação não é posta em prática (eu próprio já tive essa experiência. Telefonei para as Obras Públicas a explicar o problema no meu prédio e circundantes e disseram-me que nada poderiam fazer! Que, se quisesse, poderia apresentar o caso em tribunal!). Estas grades nas janelas e varandas proliferam por todo o lado. Apesar de darem um mau aspecto aos edifícios, metem em perigo em quem neles vive. Imaginem um incêndio em que não se pode usar as escadas. Por onde poderão os habitantes sair se as janelas parecem as da prisão? Bom, deixo apenas duas fotografias da zona por detrás do nosso maior ex-libiris, as Ruínas de São Paulo e a Fortaleza do Monte e que, de acordo com a UNESCO, deveria ser uma zona, do ponto de preservação arquitectónica, exemplar! Da próxima vez trarei exemplos de outras violações, nomeadamente de construções ilegais que existem por todo o lado mas parece que as autoridades não conseguem (ou não querem) ver!
Estas fotos, que servem apenas de exemplo, são da rua onde vivo perto da Fortaleza do Monte.

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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