Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O CLARIM - Semanário Católico de Macau

Maltratado

DEVE ter notado que deixei de trazer a estas páginas assuntos relacionados com a CTM e o seu péssimo serviço. Tal, involuntariamente, deveu-se ao reconhecimento de que nada iria mudar apesar de, no início e quando ainda havia alguém de língua portuguesa preocupado na estrutura da empresa, muitas promessas terem sido feitas.

A verdade é que o serviço da CTM continua tão mal que só as concorrentes conseguem fazer pior! Mas, qualidade, ou a total ausência dela, à parte, a verdade é que na CTM pouco ou nada há a salientar pela positiva.

A minha última experiência nas instalações da companhia deveu-se ao processo que, paulatinamente, tenho vindo a desenvolver, tendo em vista a total desvinculação dos seus serviços. Dado ainda não haver outra opção para a Internet e para o telefone fixo (apesar de já ter sido adjudicada, infelizmente ainda temos de «gramar» com serviços de baixa qualidade e somos obrigados a pagar dos preços mais altos do mundo). Tudo, claro, com a conivência do nosso Governo e da direcção que regula as telecomunicações.

Como se sabe, a CTM já não tem como accionista qualquer empresa portuguesa. A Portugal Telecom vendeu a sua participação há já algum tempo, ficando assim de fora dos destinos da empresa. No entanto, o facto de não ter qualquer accionista luso não a isenta da obrigação do uso das duas línguas oficiais de Macau. Mas neste aspecto – reconheço – se há alguém a apontar o dedo, esse alguém é mesmo o Governo que não incluiu nas normas constantes no contrato de concessão tal obrigatoriedade. Afinal, que se pode pedir de uma firma privada quando é o próprio Governo o primeiro a «estar nas favas» para o cumprimento do acordado na Lei Básica e para a promoção do Português como uma das línguas oficiais e pilar do segundo sistema? Já para não falar no completo desinteresse pela cultura lusófona fora daquilo que tem sido feito e que parece mal deixar cair. Penso que para bem entendedor meias-palavras devem bastar, mas este assunto será alvo de outro artigo em breve.

Mas voltando à CTM e à experiência recente que me fez interromper o jejum de críticas ao rol de erros, falhas e falta de consideração pelos clientes:

A ida à loja da empresa deveu-se ao processo de encerramento de uma das contas de telemóvel que ainda tinha na dita operadora. E, como estou de saída de Macau, pedi para que as contas fossem saldadas no momento, ao invés de ter de esperar que fosse enviada a conta – a última suponho – para a morada de casa para posterior pagamento. Receando falhar esse pagamento e como sou cumpridor das minhas obrigações, achei por bem pagar tudo ali na hora: o montante em falta e a respectiva penalização pela quebra de contrato. Depois de todos os formulários preenchidos num dos balcões de atendimento personalizado, o funcionário, pouco satisfeito com o facto de eu estar a cancelar a conta, mandou-me dirigir ao balcão dos pagamentos. Assim fiz e quando ali cheguei a funcionária de serviço (que não verá aqui o nome retratado, mas que bem merecia!...) parecia estar a fazer um grande «frete». Olhou para os dois recibos que tinha comigo e, à «fina força», queria apenas receber o montante relativo ao saldo da conta, gritando, literalmente, que a «outra» conta, relativa à quebra de contrato, tinha de ser paga posteriormente, quando me fosse enviado o recibo.

Tentei, por diversas vezes e tentando não me alterar, apesar de me apetecer meter a mão pelo vidro adentro e apertar-lhe o «gargalo», explicar-lhe que se a CTM não recebesse o montante neste dia, possivelmente, não o iria receber, porque eu estaria de saída do território. Sinceramente, penso que quando falamos para o sistema automático do «hotline» temos mais interacção do que aquela que estava a ter com a dita funcionária.

Depois de muito insistir e de a ouvir vociferar em Chinês do outro lado do vidro, como se o estrangeiro depois de mais de uma década em Macau não percebesse a língua, lá se decidiu a receber o dinheiro. Algo que afirmava, a pés juntos no início, que não poderia ser feito. Pergunto: o que terá mudado ao fim de cinco minutos de gritos e insultos? Será que, entretanto, a CTM alterou os regulamentos internos e passou a aceitar aquilo que a funcionária insistia ser uma irregularidade? Má vontade, pura e simples! Falta de educação e arrogância de quem não sabe fazer mais nada do que aquilo que um par de horas de treino lhe ensinaram a fazer. A ignorância nesta terra anda sempre de mão dada com a arrogância e falta de educação, infelizmente!

Bem sei que a senhora está a seguir ordens e que os seus superiores devem estar muito contentes porque cumpre o que lhe dizem e não levanta ondas com ideias novas. Mas será esse o serviço que queremos de uma concessionária de serviço público que recebe milhões do Governo (indirectamente dos nossos impostos)? Fica muito mal à CTM, mas já estamos habituados, não é?

Nota final: se a CTM realmente quiser apurar o que aqui escrevo, estou na disponibilidade de facultar uma cópia do recibo da conta onde consta o nome da dita funcionária e o local e hora onde aconteceu, visto que deve ter ficado gravado no circuito interno e será fácil comprovar.

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