Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sábado, 16 de março de 2013

DST discrimina turistas


OS Serviços de Turismo de Macau têm, há já algum tempo, um sistema de guia electrónico para os turistas. É uma espécie de telefone portátil que debita informação sobre os mais variados locais e que pode ser usado livremente por quem nos visita. Tanto quanto tenho conhecimento, os ditos aparelhos podem ser levantados nas instalações do Turismo no Largo do Senado pelos turistas interessados e usados durante o passeio pelos locais da rota do Património Mundial. Durante três dias e mediante um depósito para assegurar o seu bom uso e restituição.
O serviço de «áudio-guia» portátil foi lançado, com pompa e circunstância, pelo ido director Costa Antunes e tinha como objectivo responder às necessidades dos turistas que inundam as nossas ruas diariamente. Não são conhecidos números da sua utilização, mas deduzo que se não os fizeram públicos é porque não devem famosos! Desde 27 de Julho do ano passado que os tais guias estão disponíveis, pelo que já passaram seis meses, altura para se fazer uma avaliação do impacto da medida e dos milhões investidos.
Nunca experimentei o dito aparelho mas tive acesso aos textos que são fornecidos pela DST à instituição responsável por criar as versões sonoras nas variadas línguas e estes deixam algo a desejar no que diz respeito à exactidão dos dados e da informação prestada, mas, como se costuma dizer, mais vale isto do que nada! Aliás, em Macau a falta de rigor na informação histórica é algo que não nos deixa surpreendidos nos serviços públicos.
Este novo serviço tem a pretensão de tornar os visitantes mais independentes, enquanto percorrem a cidade de atracção em atracção, tendo acesso a vários tipos de informação. No entanto, os turistas estão longe de estar satisfeitos, nomeadamente aqueles que não viram o seu idioma contemplado no aparelho, apesar de serem dos que mais visitam a RAEM para ver a sua história. Porque, como sabemos, a grande maioria dos visitantes que vem da China, vem a Macau pelos casinos, pelo que os «áudio-guia» de nada servem apesarem de lhes estarem reservadas duas das línguas nos mesmos!
Neste momento há informação em seis idiomas, Mandarim, Cantonense, Português, Inglês, Japonês e Coreano, tendo sido deixado de parte duas das mais importantes línguas em termos de número de turistas, o Tailandês – um dos mercados mais importantes fora do Jogo – e o Tagalog das Filipinas, de onde o número de turistas tem vindo a crescer de ano para ano, a bom ritmo e com grande poder de compra.
Quem mais se queixa de discriminação são os tailandeses que visitam Macau e não conseguem ter acesso à informação histórica que tanto procuram. Muitos deles dominam Inglês mas não o suficiente para conseguir seguir a narrativa na língua de Shakespeare. Sendo a Tailândia um dos mercados mais importantes para Macau no Sudeste Asiático, não se percebe como é que a DST faz uma omissão destas.
Muitos dos turistas tailandeses com quem falei mostraram-se bastante desapontados com a falta de sensibilidade do turismo de Macau e uma grande parte pondera não regressar a Macau, apenas devido a esta falta de consideração.
O turista tailandês, regra geral, não viaja em grupo, pelo que os guias electrónicos assumem uma grande importância para a sua autonomia na visita a Macau. Já outros dos grupos cujas línguas estão incluídas, apenas visitam os locais turísticos de Macau em grupos organizados, não havendo necessidade da utilização destes aparelhos porque estão sempre acompanhados de um guia profissional que, bem ou mal, tem obrigação de lhes explicar o património.
Ainda assim, resta salientar que nem tudo é negativo: Este serviço está disponível diariamente para levantamento entre as 9:00 e as 17:00 horas e, apesar de ser um serviço gratuito, os interessados têm de fazer um depósito de 200 patacas para garantir a boa utilização do aparelho e a sua entrega em boas condições, o que, na minha opinião, é uma medida apropriada e que salvaguarda a integridade da propriedade do Governo de Macau. É que os ditos aparelhos, apesar de serem uns simples rádios, não devem ter sido muito baratos. A devolução do aparelho tem de ser feita no prazo de três dias no balcão de informações no Largo do Senado.
Também o Museu do Grande Prémio e o Museu do Vinho contam com visitas áudio-guiadas. Os aparelhos podem ser levantados pelos turistas nos respectivos museus, mediante um depósito simbólico, e têm que ser entregues no local no mesmo dia.

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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