Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Alerta para transacções bancárias

 
VOU contar-vos o que se passou comigo recentemente e que penso já ter acontecido a muitas outras pessoas, que nem sequer dão pelo sucedido, por não prestarem a devida atenção aos extractos bancários.

O exemplo recai no Banco Nacional Ultramarino, mas deve, sem que o possa confirmar, acontecer em todos os bancos de Macau.
Não sei quantas vezes isto sucedeu mas, tendo em conta os meus hábitos consumistas, presumo que inúmeras vezes. No entanto, relato apenas as que descobri e que me levaram a apresentar queixa formal.
Trata-se de um «buraco na lei» em relação aos bancos e à forma como cobram taxas abusivamente aos clientes, sem que estes tenham qualquer conhecimento que o mesmo está a ser feito.
Num fim-de-semana, não tendo dinheiro na conta à ordem, decidi levantar um depósito a prazo, para que tivesse dinheiro disponível para pagar o que fosse necessário. Acredito que não deva ter sido o primeiro cliente a levantar dinheiro de uma conta a prazo, num fim-de-semana ou em dias feriado, através da página electrónica do BNU. Tal é possível a qualquer hora do dia. A única nota na página onde são feitos os depósitos e levantamentos das contas a prazo é que «a constituição e o levantamento de Dep. A Prazo está disponível todos os dias. O serviço fica indisponível apenas no final do dia, quando o banco procede à actualização dos ficheiros (entre as 9h00 p.m. – 2h30 a.m.)». Não há qualquer aviso de que a verba só estará disponível no dia útil seguinte.
A transacção foi feita sem problemas, tendo a quantia transferida da conta a prazo para a conta à ordem ficado, de acordo com a página da Internet, disponível para uso, como era possível ver na secção onde se verifica o saldo disponível, sendo que o saldo contabilístico era igual ao saldo disponível, pelo que não havia qualquer verba retida.
No mesmo dia, ou no seguinte, fiz uns pagamentos também através da Internet e uns levantamentos na Caixa Automática.
Mais tarde, quando verificava a conta bancária e o extracto da conta, verifiquei que, em dois meses seguidos, me tinha sido descontado uma quantia de 50 patacas com a justificação «O/D Interest Overdraft Interest».
Tendo eu tido, há algum tempo, uma conta «overdraft», entretanto encerrada, pensei que ainda fosse algum engano do banco relativamente a esta conta e à cobrança de juros.
Depois de alguma insistência e de algumas idas ao banco propositadamente para tratar do assunto, fui informado que se trata de um «problema do sistema». Fiquei logo com a «pulga atrás da orelha».
Segundo explicaram, o sistema informático apenas disponibiliza o dinheiro, transferido de uma conta a prazo para a conta à ordem, no dia útil seguinte. No meu caso, seria na segunda-feira ou no dia após o feriado. Contudo, a quantia transferida ficou logo visível no montante, algo que não me conseguiram explicar, escudando-se o banco no «problema do sistema».
Um «problema do sistema» que, entretanto, o cliente tem que pagar, sem ter qualquer responsabilidade por isso e, pior ainda, tendo sido induzido em erro pelo banco quando na sua conta «online» lhe indicou que a verba estava disponível.
A reclamação foi feita pedindo que os montantes sejam restituídos, algo que, conhecendo o BNU, não acredito que vá acontecer.
Os bancos, à semelhança de todas as outras instituições financeiras, conseguem sempre arranjar forma de justificar estes erros e incutir ao cliente a responsabilidade. Já parece a CTM com a velocidade da Internet!
Peço aqui, publicamente, à Autoridade Monetária de Macau que se pronuncie sobre este caso. E, caso necessitem, podem aceder à minha informação no BNU para investigarem o problema.
Aceito que possa estar errado, porque nunca leio as letras pequeninas dos contratos que assino mas, se isto é legal, é algo muito injusto para os clientes que acreditam nos bancos a quem confiam o seu dinheiro.

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