ESTAVA há dias a passar os olhos pela imprensa diária e deparei com um artigo num jornal local que noticiava um concerto em Macau. Um concerto que, como dizia o artigo, ninguém tinha tido conhecimento aqui na terra!
Refiro-me à actuação da cantora punk Peaches, que teve lugar no Venetian, mas que este empreendimento se «esqueceu» de promover. No mesmo artigo podia-se ler que a maioria dos espectadores eram provenientes de Hong Kong, sendo que a imprensa de Macau teve conhecimento do evento porque, por curiosidade ou pura sorte, se deparou com a promoção na página electrónica da empresa de Las Vegas. Para cúmulo, não se tratou de um qualquer concerto, mas sim de um festival com vários grupos. Um festival denominado MIMA (Macau International Music and Arts) organizado pelos mesmos responsáveis do extinto Rockit Music Festival de Hong Kong. No entanto, apesar de usarem o nome de Macau, nem se deram ao trabalho de nos informar!
Porque não fazer do recinto do Venetian uma área de Hong Kong e colocar nas entradas balcões de controlo de passaporte como nas fronteiras?
A verdade é que a empresa Las Vegas Sands Macau (LVS), desde a saída do advogado Neto Valente, parece «estar-se nas tintas» para a RAEM. As promoções que faz são todas direccionadas a clientes do exterior. Quem se lembra das promoções no início da sua actividade, onde os residentes podiam usufruir de noites nos hotéis a preços convidativos ou as promoções de serviços e produtos nos resort especialmente para quem aqui vive? Pois, por coincidência ou não, desde a saída do proeminente advogado esse apego à comunidade de Macau parece ter desvanecido, se não mesmo desaparecido.
A empresa foi autorizada a operar em Macau perante certas condições, entre as quais se incluía, certamente, trazer valor acrescentado para a comunidade (contratação de mão-de-obra local, benefícios para os residentes, apoio às associações de cariz caritativo, entre outros aspectos) que normalmente este tipo de empresas têm de garantir como contrapartida do lucro que auferem e pelo facto de terem sido preferidas em detrimento de outros candidatos. Assim são obrigados no Estado americano do Nevada.
A verdade é que da LVS, nos últimos meses, o que se nota é apenas um completo descuido por Macau e desrespeito pelas leis do Território. A começar pelo facto de não usar as línguas locais, nem respeitar as tradições culturais da região. A ver, por exemplo, os caracteres chineses usados na toponímia no interior do edifício, que são simplificados em detrimento dos tradicionais usados em Macau. Isto já para não falar na completa inexistência do uso da segunda língua oficial, o português.
Quanto às reclamações apresentadas (mesmo em inglês) a empresa faz ouvidos moucos e ignora-as totalmente. Pessoalmente enviei-lhes diversos pedidos de esclarecimento que nunca foram atendidos. Acredito que não estarei sozinho e que muitos outros residentes se sintam lesados com tudo isto. Pelo que apelo ao Governo que decida fazer algo para proteger a boa imagem de Macau perante quem nos visita e, principalmente, perante todos os que aqui vivem e que não gostam de ser chamados de burro tão frontalmente.
Refiro-me à actuação da cantora punk Peaches, que teve lugar no Venetian, mas que este empreendimento se «esqueceu» de promover. No mesmo artigo podia-se ler que a maioria dos espectadores eram provenientes de Hong Kong, sendo que a imprensa de Macau teve conhecimento do evento porque, por curiosidade ou pura sorte, se deparou com a promoção na página electrónica da empresa de Las Vegas. Para cúmulo, não se tratou de um qualquer concerto, mas sim de um festival com vários grupos. Um festival denominado MIMA (Macau International Music and Arts) organizado pelos mesmos responsáveis do extinto Rockit Music Festival de Hong Kong. No entanto, apesar de usarem o nome de Macau, nem se deram ao trabalho de nos informar!
Porque não fazer do recinto do Venetian uma área de Hong Kong e colocar nas entradas balcões de controlo de passaporte como nas fronteiras?
A verdade é que a empresa Las Vegas Sands Macau (LVS), desde a saída do advogado Neto Valente, parece «estar-se nas tintas» para a RAEM. As promoções que faz são todas direccionadas a clientes do exterior. Quem se lembra das promoções no início da sua actividade, onde os residentes podiam usufruir de noites nos hotéis a preços convidativos ou as promoções de serviços e produtos nos resort especialmente para quem aqui vive? Pois, por coincidência ou não, desde a saída do proeminente advogado esse apego à comunidade de Macau parece ter desvanecido, se não mesmo desaparecido.
A empresa foi autorizada a operar em Macau perante certas condições, entre as quais se incluía, certamente, trazer valor acrescentado para a comunidade (contratação de mão-de-obra local, benefícios para os residentes, apoio às associações de cariz caritativo, entre outros aspectos) que normalmente este tipo de empresas têm de garantir como contrapartida do lucro que auferem e pelo facto de terem sido preferidas em detrimento de outros candidatos. Assim são obrigados no Estado americano do Nevada.
A verdade é que da LVS, nos últimos meses, o que se nota é apenas um completo descuido por Macau e desrespeito pelas leis do Território. A começar pelo facto de não usar as línguas locais, nem respeitar as tradições culturais da região. A ver, por exemplo, os caracteres chineses usados na toponímia no interior do edifício, que são simplificados em detrimento dos tradicionais usados em Macau. Isto já para não falar na completa inexistência do uso da segunda língua oficial, o português.
Quanto às reclamações apresentadas (mesmo em inglês) a empresa faz ouvidos moucos e ignora-as totalmente. Pessoalmente enviei-lhes diversos pedidos de esclarecimento que nunca foram atendidos. Acredito que não estarei sozinho e que muitos outros residentes se sintam lesados com tudo isto. Pelo que apelo ao Governo que decida fazer algo para proteger a boa imagem de Macau perante quem nos visita e, principalmente, perante todos os que aqui vivem e que não gostam de ser chamados de burro tão frontalmente.