A Doçi Papiaçam di Macau nasceu da vontade um grupo de Macaenses que, munidos de pouco mais do que a força de vontade, em 1993, decidiram reviver o “espírito da récita macaísta”.
Este grupo de amadores do teatro no dialecto de Macau, o patuá, conta já com 16 anos de currículo.
A primeira vez em palco deu-se aquando da visita do ex-Presidente da República de Portugal, Mário Soares e para assinalar a reabertura do antigo Teatro D. Pedro V. Levaram à cena nessa altura a peça Ver o Presidente, ou melhor, no doçi papiaçam de Macau, “
Olá Pisidente”.
A primeira peça foi ovacionada por todos e o que se seguiu foi a ordem natural das coisas. Um ano depois traziam “
Mano Beto Vai Saiong” (O mano Beto vai a Portugal); no mesmo ano e por altura do Natal “
Unga Sonho di Natal” (Um sonho de Natal). No ano de 1995 foram em digressão, passaram pelos Estados Unidos da América (São Francisco), Brasil (São Paulo) e Portugal (Lisboa) com o enredo de “
Chacha Querê Festa” (A avó quer festa).
Em 1996 deu-se o convite para participar no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica onde apresentaram, cidade do Porto no norte de Portugal, “
Saiong Téra Galante” (Portugal, Terra Esquisita). Aliás, peça que iria marcar também a primeira participação no maior cartaz cultural de Macau em 1997, o VIII Festival de Artes de Macau. Desde então têm sido presença assídua todos os anos.
A partir dessa data até aos dias de hoje já levaram ao palco “
Macau Arviro” (Macau marota) em 1999; "
Pápi Tá Ferado” (Pai, estás lixado) no ano 2000; “
Siara Zinha” (Mulher zinha) em 2001; “
Mezinha Mufino” (A desgraçada Mézinha) um ano depois. Em 2003 foi a vez da “
Mama Sogra já vem!” (A sogra chegou) e em 2004 “
Unga Tiro na Escuridam” (Um tiro no escuro). “
Anjo di Mar, Fula di Céu” (Uma Sereia do Céu) subiu ao palco em 2005 e no ano seguinte foi a vez de “
Vila Paraíso”. As duas últimas peças, em 2007 “
Cuza Dotôr?” (Que é isso, doutor?) e no ano passado “
Sorti Dóci” (A doce sorte).
Para este ano reservam-nos outra grande surpresa, o “
Letrado chapado”, uma alegoria à profissão de advogado em Macau.