Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A China promove, Macau esquece

VOU novamente usar o exemplo da Companhia de Telecomunicações de Macau que, depois de algum tempo em que se esforçou por usar ambas as línguas oficiais, parece ter regredido e voltado a esquecer que há clientes que não falam chinês. No entanto, a CTM é apenas um exemplo entre muitos outros. Esta empresa, apesar do bom serviço que vai prestando ao nível das telecomunicações, tem áreas em que são precisas mais melhorias, sendo que os alertas dos consumidores devem ser levados em conta.
Recentemente lançaram um novo «portal» de Internet, bastante mais funcional e que tenta agregar todos os serviços tornando o seu uso mais fácil ao utente (www.eservices.ctm.net). Contudo, se não ler chinês ou inglês de nada lhe vale. Esperamos que em breve isso seja resolvido e que a segunda língua oficial constante do artigo nono da lei fundamental passe a figurar como opção, a par das duas já existentes.
O exemplo da CTM não é único em Macau mas, sendo esta uma empresa de grande importância para quem fala português, acaba por ser visada nesta coluna várias vezes.
Quem conhece a realidade do território sabe que para se usar a língua portuguesa tem de haver esforço de todas as partes. E, no caso das empresas privadas, esse esforço tem de ser acompanhado de uma dose de boa vontade. No caso da CTM, que tem capitais estatais portugueses, ­– através do accionista Portugal Telecom, – pedir que se use a língua portuguesa não será nada de mais. O idioma de Camões é oficial em Macau e é também a língua do segundo maior accionista. Se usam chinês porque é a língua mais usada pelos clientes, deveriam ter o português em segundo lugar por respeito à Lei Básica e ao seu accionista português. Quanto ao inglês, continua a ser a terceira língua e a de trabalho.
A empresa manifestamente faz esforços para que tal seja uma realidade e eu sou testemunha disso. Mas, apesar de tudo, as lacunas são ainda muito grandes e cabe a todos nós a responsabilidade de ir apontando o que está menos bem. O facto de ser citada nesta coluna assiduamente justifica-se com o facto de ser uma fornecedora de serviços que usamos a todo o momento. Por isso, sempre que nos deparamos nas lojas, na nossa caixa do correio ou na Internet com informação que não obedece ao que em Macau consideramos normal, devemos fazer disso exemplo.
Durante o mês de Agosto promoveram uma campanha de vendas, entre o dia 20 e 22, onde os clientes que soubessem ler chinês (porque o que me foi enviado para a caixa de correio electrónico não tinha outra língua, apenas tendo sido reparado depois de eu reclamar junto de uma pessoa na organização, que ainda se vai preocupando com o uso correcto das línguas) teriam a possibilidade de adquirir serviços e aparelhos a preços promocionais.
A própria mensagem automática recebida, aquando da queixa feita por correio electrónico, veio redigida em três línguas, mas com o português em terceiro plano.

Pormenores

O facto de abordar amiúde estas situações tem-me dado alguns dissabores na rua, muitos deles vindos de portugueses. Algumas pessoas chegam a dizer que é demais andar sempre a criticar a falta do uso de português e que nada irá mudar. Uma perda de tempo!
No entanto, considero que se não formos nós a reclamar o uso da nossa língua ninguém o fará e o português acabará por ser completamente colocado de parte. Cabe a todos nós, com mais ou menos fundamentalismo, fazer com que a língua lusa se mantenha em Macau e que seja usada nos serviços que directamente se relacionam com a vida de todos os cidadãos.
Se, por um lado, temos Pequim a dar sinais claros de que aposta no português por causa do enorme mercado que representa; por outro, temos Macau e as entidades de Macau a retirar-lhe cada vez mais a importância que tem.
Não se trata de saber se o português é usado ou não. Todos sabemos que ao longo do tempo a língua de Camões apenas foi usada nos meios governamentais, e mesmo aí, a sua aplicação tende a diminuir. Mas apesar de tudo o Governo vai fazendo algum trabalho de casa em alguns departamentos.
Mas há exemplos de má promoção das línguas oficiais. Vejam o dos Serviços de Turismo, que promove a campanha contra as pensões ilegais. Há panfletos por todas as entradas de Macau. Os da fotografia são das Portas do Cerco. O português desapareceu!
A verdade é que Pequim decidiu que seria Macau o pólo ideal para dinamizar o uso e ensino do português. Com a estrutura toda montada torna-se mais fácil o recrutamento e a coordenação dos quadros necessários para explorar as oportunidades de negócio que a China tem em todos os Países de Língua Portuguesa. Conhecendo-se a tendência internacional para a aposta na diplomacia económica, espero que a aposta do Governo Central nos países de língua portuguesa signifique que a língua de Camões passe a ter uma importância ainda maior.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

PSP sem multas

Olhem para o pormenor do sinal de trânsito! Não quer aquilo dizer que é PROIBIDO ESTACIONAR? Ou será que as leis só se aplicam ao pobre povo que, na falta de mais locais de estacionamento, se vê obrigado a deixar os veículos em locais proibidos.
Esta é uma das infrações recorrentes da Polícia e parecem pouco se incomodar. Até na entrada da esquadra o fazem. Mais valia pedirem a DSAT para remover o sinal de proibição, substituindo-o por um de estacionamento reservado. Assim poupariam o embaraço de não conseguirem explicar porque é que se estão nas tintas!

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Afinal ainda se usa...

Esta fotografia vai ao encontro daqueles que se queixam de já não haver sinalética nas três línguas em Macau. Esta, a crer na ordem das línguas, deve ainda datar da “era” portuguesa, está bem visível num estabelecimento na cidade.
Deve ser quase peça de museu pelo que as autoridades deveriam apressar-se a fazer cópias para distribuir pelos estabelecimentos comerciais da RAEM para promover o tão aclamado (eu diria martirizado) artigo 9 da Lei Básica de Macau.

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The world's most expensive cars - Rare beasts for the filthy rich - on BoreMe

Para quem não sabe o que fazer a tanto dinheiro, deixamos umas sugestões que não envolvem Ferraris ou Porches… mas também são carros…

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Ou Mun aborda rumores do Clarim

De acordo com uma notícia publicada hoje no maior jornal de Macau, ou jornal de lingual chinesa Ou Mun “existem rumores de que o jornal da Diocese de Macau, O Clarim, está a ser alvo de pressão por parte de representantes governamentais. E, ainda de acordo com a notícia do Ou Mun, depois de uma reunião entre o editor do jornal e o Bispo D. Domingos Lam, o jornal “deixa de abordar política de Macau”.
Ao Ou Mun o bispo afirmou que apenas convocou o editor do jornal para lhe reiterar a posição da Diocese em relação às questões políticas.
O jornal chinês cita ainda o deputado Pereira Coutinho como tendo sido quem deu o alerta para a situação via SMS, tendo referenciado o caso estando ligado à publicação do artigo “Em nome do Pai”, publicado na edição de 13 de Agosto, e onde se aborda a questão de sepulturas perpétuas.
Coutinho adiantou ainda que o jornalista lhe disse que na reunião com o bispo lhe foram dadas ordens para não abordar temas de política local e apenas se focar em desporto, cultura e assuntos da paróquia. O deputado disse também que o jornalista lhe ligou porque não estava satisfeito com o facto de estar a ser alvo de pressão e que o bispo lhe disse que estavam a ser alvos de pressão na paróquia porque o jornal é um órgão Católico e tem de ser cuidadoso nos assuntos que aborda.

Leiam o artigo em chinês ou usem o tradutor do Google para o traduzir. Não é o ideal mas dá para entender.

domingo, 5 de setembro de 2010

Algo vai mal no Consulado

HÁ não muito tempo dirigi-me ao nosso Consulado Geral para levantar o novo passaporte, como me havia sido indicado dias antes quando procedi à sua renovação. Eram 14:27 horas quando cheguei à entrada do edifício. As portas ainda estavam fechadas! Depois de ler as instruções afixadas em placas no local, dirigi-me à porta do lado direito e esperei. Às 14:33 horas a porta abriu pela mão do segurança e como tinha três pessoas na fila à minha frente esperei que me dessem ordem de entrada, tendo logo sido encaminhado para o balcão respectivo para o levantamento do documento em causa.
No momento em que me dirigi à fila de espera do balcão, com apenas uma pessoa na minha frente, o funcionário disse-me, literalmente, para me encostar ao balcão. Surpreendido, porque como mandam os bons costumes devemos esperar na fila até que a pessoa na nossa frente seja atendida, lá obedeci à descabida ordem sem reclamar. A insistência do funcionário foi de tal forma que tive mesmo de me encostar de modo a tocar no balcão, ao lado da pessoa que tinha chegado antes de mim. Achei curiosa a exigência, mas, no entanto, aguardei que me fosse pedido o recibo para levantamento do passaporte.
O dito recibo foi-me exigido de forma pouco educada, juntamente com o passaporte antigo, acerca do qual disse para terem atenção, pois não deveriam inutilizar o visto para a China, até porque já havia pago para manter o documento antigo. Alguns segundos mais tarde foi-me entregue o passaporte e o recibo com a resposta de que não tinham passaporte nenhum para me dar! Se quisesse que voltasse mais tarde, porque os mesmos tinham chegado na remessa da manhã e ainda não estavam disponíveis! Isto já passava das 14:30 horas.
No meu direito e educadamente perguntei a razão, visto que o recibo indicava apenas o dia (sem menção de hora, logo poderia ser das nove até ao fim do dia). A resposta indiferente e num tom agressivo veio apenas reforçar o que tinha sido dito anteriormente. Ao perguntar a razão de tal falta de educação, porque nessa altura já as pessoas que estavam no interior das instalações olhavam para o balcão em questão, foi-me respondido que não poderiam fazer nada e que não estavam interessados em explicar fosse o que fosse.
Perante tal situação e falta de consideração para com os utentes pedi para chamarem o Chanceler, pois queria saber ao certo o que se passava. O funcionário que me tinha atendido já havia deixado claro que não me iria explicar mais nada. Em resposta ao pedido recebi, entre resmungos do mesmo indivíduo, que poderia fazer queixa a quem bem quisesse que a ele nada o afectaria.
Já farto da situação, retirei-me e perguntei a outro funcionário onde seria possível contactar o responsável. Queria, pois, saber como obter o meu novo passaporte. Na altura nem sequer tinha em mente apresentar qualquer queixa. Queria apenas ter o passaporte, porque não tinha oportunidade de perder mais um dia de trabalho para voltar ao Consulado, que apenas abre durante as horas normais de expediente.
Passados alguns minutos de espera, já na entrada principal do Consulado, o Chanceler chegou. Depois de explicada a situação prontamente fui atendido e vi o meu caso resolvido. Tudo feito educadamente e sem qualquer rispidez.

Queixas recorrentes

As queixas de mau tratamento no Consulado repetem-se e nada tem sido feito para as resolver.
Pelo tratamento que me foi dado por, apenas, um funcionário, fiquei com uma péssima ideia de toda a instituição. No entanto, a forma como o meu problema foi resolvido e o atendimento que os outros funcionários me deram deixam-me acreditar que o problema não é da instituição nem de todos quantos ali trabalham. O problema reside apenas numa pequena minoria, que pensa poder fazer tudo o que lhe apetece, gozando de plena imunidade.
O conselho de várias pessoas, tanto do interior da instituição como do exterior, foi de que procedesse a uma queixa formal junto de Lisboa, pois só assim acreditam que tal seja corrigido.
Nós, que vivemos em Macau e temos de usar os serviços consulares, não o fazemos para agradar a quem lá trabalha. Quando ali vamos tratamos quem nos atende com cordialidade e apenas esperamos o mesmo de volta.
Neste caso, o passaporte já estava no Consulado e não havia necessidade de ter de voltar mais tarde. Isso foi provado com o facto de eu ter vindo embora, alguns minutos mais tarde, com o documento na mão. Bastava que o funcionário tivesse tido a amabilidade de pedir para esperar um pouco.
Espero que os responsáveis tomem em atenção às queixas dos utentes e tentem corrigir o que está errado.
Quem não serve para trabalhar na linha da frente pode muito bem passar a trabalhar noutro local onde não tenha de atender pessoas directamente.
Resta acrescentar que a queixa seguiu os trâmites normais em Portugal, na Direcção de Serviços da Administração e Protecção Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros e na DECO. Informaram-me que o responsável do Consulado em Macau está ao corrente do assunto e que serei actualizado sempre que haja desenvolvimentos do caso.
Espero, mais não seja, que sirva para melhorar o serviço prestado a todos quantos se deslocam ao Consulado Geral de Portugal em Macau e para dignificar o nome de quem lá trabalha.

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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