Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

domingo, 24 de julho de 2011

O CLARIM - Semanário Católico de Macau

Farol e a língua francesa

NA semana passada foi curioso ler o mesmo assunto com duas abordagens diferentes na imprensa portuguesa de Macau. Num jornal lia-se «UNESCO “satisfeita” com “defesa” do Farol», enquanto que, no mesmo dia, outro dizia «UNESCO garante que incumprimentos de Macau podem tirá-lo da lista».

Como comum leitor, fiquei um pouco confundido. Então, como podemos fazer duas interpretações tão distintas de uma mesma informação? As Nações Unidas, afinal, gostam ou não do que tem sido feito para proteger o nosso farol?

Já por várias vezes escrevi sobre o Farol da Guia nestas páginas e em publicações fora do território e julgo que o que tem sido feito para proteger o património é, manifestamente, muito pouco. O facto de existir na RAEM um «lobby» forte da construção civil, aliado à escassez de terrenos, tem levado à necessidade, cada vez maior, de construir em altura. No entanto, o mal nem está em construir para os céus, é sim o escolherem os piores locais!

Também julgo que, na falta de espaço, se tem de construir em altura. Numa terra singular como Macau, que tem de proteger as suas peculiaridades, as autoridades têm de ser extra cautelosas na emissão de autorizações de construção. A nível arquitectónico e ambiental, há um sem número de aspectos que devem ser levados em conta.

As críticas da UNESCO incidem, principalmente, na falta de um plano de urbanização adequado e na escassez de medidas preventivas para evitar atropelos aos critérios pelos quais Macau foi classificado. Esta entidade chega mesmo a avançar com a possibilidade do título ser retirado, como já foi feito anteriormente a outros locais.

Por cá, os responsáveis afirmam que tudo está a ser cumprido. Contudo, as críticas dos sectores mais preocupados com o património e as da própria organização com sede em Nova Iorque não param de surgir. E o mais preocupante é que estas continuam a versar sobre os mesmos pontos, pelo que se depreende que pouco ou nada tem sido modificado.

Não se duvida que o Governo tenha implementado várias medidas, mas, perante a reincidência das críticas, sou levado a acreditar que o que tem sido feito não atingiu o alvo pretendido.

Aqui critica-se a falta de eficiência. Não basta fazer; tem de se fazer bem.

Em relação ao Farol da Guia, a UNESCO é clara: não pode ter a sua vista obstruída de nenhum dos ângulos. A verdade é que o mesmo só está totalmente visível, actualmente, de dois locais: do Tap Seac e da Praça Flor de Lótus.

Vários edifícios foram construídos recentemente que impedem a vista do farol. E se tais foram autorizados, a única solução para o problema agora seria demoli-los: uma decisão polémica e custosa para os cofres do Governo. Claro que é necessário ter coragem para tomar tal decisão. Afinal, o património é a única mais-valia que Macau tem actualmente e, se for destruído, começaremos por ser excluídos da Lista de Património Mundial e a ficar cada vez mais parecidos com um bairro de Zhuhai. Ora, não me parece que seja do interesse de Pequim. Nosso não é certamente!

Alliance Française também quer

Depois da recente febre das instituições de ensino em mudar de instalações, a «coisa» parecia ter acalmado. No entanto, veio agora a saber-se que a Alliance Française também tem esperanças de, em breve, ter casa nova. E não o fazem por menos! Pretendem um edifício histórico ou um construído de raiz, segundo afirmaram os seus responsáveis.

A instituição, que marca presença em Macau desde os anos oitenta do século passado, tem contribuído para a disseminação da língua do marechal Jacques de la Palice (o das verdades de La Palice, aquelas que se tornam ridículas de tão evidentes) junto da população da RAEM e tem, de acordo com os seus responsáveis, crescido de ano para ano. E, ainda de acordo com números da instituição, este ano têm mais de sete centenas de estudantes.

A língua francesa foi a minha segunda língua durante mais de duas décadas. Falava-se em casa assiduamente, visto o meu pai ser fluente naquele idioma, depois de ter vivido vários anos na zona de Paris, assim como muitos outros elementos da minha família. Tenho, por isso, uma afinidade muito grande com a língua e com o País. No entanto, não posso deixar de me insurgir quando vejo responsáveis pela divulgação do idioma em Macau virem a público dizer que está tudo bem e que o número de estudantes exige maiores instalações.

Gostaria de saber como me explicam o facto de haver pessoas que fizeram exames de aferição do nível de conhecimentos da língua e cultura francófonas e que ainda hoje esperam pelos resultados. Algumas fizeram-no há mais de um ano! Pessoas que manifestaram interesse em voltar a estudar a língua, que se deslocaram às instalações para pedir informações e só foram atendidas depois de terem de esperar mais de uma hora, ou porque os funcionários não chegavam a horas ao local de serviço ou se mostravam indisponíveis para o atendimento. Mesmo assim, impelidos pelo desejo de voltar a estudar francês, essas pessoas ignoraram o facto de serem atendidas com maus modos e decidiram fazer o exame que deveria ter o resultado comunicado via telefone nos dias seguintes. Nunca sucedeu e, mesmo depois de alguns telefonemas a perguntar pelo mesmo, nunca o conseguiram saber! Claro, o resultado foi desistirem da ideia!

A Alliance Française teve momentos altos em Macau em anos precedentes. Hoje, porém, reduz-se a uma simples e medíocre escola que ensina um idioma, para além de algumas esporádicas iniciativas, de que aproveitam para trazer uns filmes que aqui chegam emprestados de Hong Kong, ou de concertos como o da DJ belga, no passado sábado, possível porque a artista estava na China, sendo deste modo fácil trazê-la a Macau.

As iniciativas de cariz cultural são de pequena envergadura: umas sessões de cinema, umas pequenas exposições e pouco mais. Regra geral, na altura do Dia da Tomada da Bastilha, o dia nacional de França.

De resto, não me lembro de nada que tenha sido organizado pela AF, de raiz, para Macau nos últimos anos.

O CLARIM - Semanário Católico de Macau

«Data ilustra amizade entre os dois povos»

O CLARIM conversou com o novo embaixador de Portugal na Tailândia, Jorge Torres Pereira. O diplomata abordou as relações diplomáticas entre Portugal e o reino de Bhumibol Adulyadej. Quinhentos anos de história pautados por acontecimentos de paz e sã convivência, sem relatos de qualquer tipo de conflitos.

FAZ 500 anos que os portugueses estabeleceram relações diplomáticas com o antigo Reino do Sião. Portugal e Tailândia partilham uma história, como poucas há no mundo: cinco centenas de anos de convivência pacífica e de mútuo entendimento. A prova disso mesmo é o local onde a «nossa» representação diplomática se encontra na capital tailandesa.

À beira do Rio dos Reis, a feitoria portuguesa realça a amizade existente entre estes dois povos. Os monarcas tailandeses, desde Ayuthaya, sempre manifestaram apreço pelo povo vindo da pequena nação a sul da Europa, razão pela qual lhe deram um local para se estabelecerem, depois de os terem incluído no grupo de cidadãos a serem evacuados da antiga capital, após a derradeira invasão birmanesa.

Desde então, Portugal tem presença garantida no bairro de Thonburi (Banguecoque). Anteriormente, na primeira capital do Reino, já havia (e ainda existe hoje em dia, se bem que em ruínas, um Ban Portuket) um bairro português completo, com igrejas e outras edificações de cariz luso.

É este feliz encadear de eventos que Portugal e a Tailândia comemoram em 2011. As iniciativas são mais do que muitas e seria de todo descabido aqui relatá-las. Isso ficará para outra oportunidade, visto que a Revista Cultura vai dedicar um número a esta efeméride. No entanto, como tivemos o prazer de conhecer recentemente o novo representante diplomático de Portugal na Tailândia, aproveitámos para fazer um ponto da situação e saber o que vai seguir-se.

Jorge Torres Pereira chegou à Tailândia em Dezembro de 2010, estando à frente dos destinos diplomáticos de Portugal no antigo Sião, abrangendo, na função, o Cambodja, a Birmânia, o Vietname, a Malásia e o Laos.

No âmbito das comemorações dos 500 anos das relações diplomáticas, teve lugar no dia 20 deste mês um evento que, por si só, é ilustrativo da amizade e do entendimento entre os dois povos: foi lançada, simultaneamente, em Portugal e na Tailândia, uma série comemorativa de selos.

O CLARIM Tendo este evento como mote, o que vai ser feito e o que destacaria?
JORGE TORRES PEREIRA – Até ao final de 2011, a Embaixada irá organizar um sem número de eventos: uma exposição do Legado da Arte, onde se inclui um «Menino Jesus reclinado», junto dos «Budas Reclinados», no «National Museum». Irão ser publicadas traduções em tailandês de autores portugueses e será organizada uma exposição no «Bangkok Art and Culture Centre» sobre máscaras asiáticas, onde irão estar em exibição dois belíssimos vestidos tradicionais tailandeses e peças da colecção do Museu do Oriente em Lisboa, que virão expressamente para serem aqui mostradas.

Durante este ano será também levada a cabo uma iniciativa única, em que se vai tentar mostrar a Tailândia pelos olhos de um artista português (fotógrafo) e Portugal pelos olhos de um tailandês (pintor) – uma exposição que vai, certamente, atrair muitos visitantes ao «Emporium», um dos maiores centros comerciais de Banguecoque. Ainda no campo da cultura, vai haver fado pela bem conhecida Katia Guerreiro, que irá representar Portugal no «International Bangkok Festival of Dance and Music». Vai realizar-se um seminário internacional de história, com a co-organização da Universidade Técnica de Lisboa, numa das universidades mais famosas da Tailândia, a «Chulalonkorn University», onde, paralelamente, vai decorrer a semana da língua portuguesa.

No campo económico, está programado um seminário sobre oportunidades de negócio e, no desportivo, está previsto, no «National Stadium», um encontro de futebol entre a equipa jovem da Academia do Sporting Club de Portugal e a selecção sub18 tailandesa.

A finalizar o ano, e de forma propositada como iniciativa de encerramento, será prestada homenagem aos descendentes portugueses (os Portuket), no bairro de Santa Cruz, aqui em Banguecoque.

CL Relativamente à emissão da série de selos comemorativos, em termos diplomáticos, que peso tem esta iniciativa?
J.T.P. – Uma iniciativa de emissão simultânea de selos em dois países, comemorativa dum determinado evento, é em si mesma significativa. Implica que as duas entidades se falem, coordenem e acertem todos os pormenores (com artistas a trabalhar de um lado e do outro), com um cuidado especial no dia do lançamento e no primeiro dia de circulação. Traduz o excelente relacionamento entre as duas partes e a vontade de não deixar de fora nenhuma das modalidades de comemoração.

Portugal assinala efeméride

Entretanto, também em Portugal se vão organizando eventos alusivos à efeméride. Soubemos, por exemplo, pelo antecessor de Torres Pereira, o embaixador António Faria e Maya, que, no âmbito das comemorações dos 500 anos, se realizaram no passado dia 12, na Academia de Marinha portuguesa, duas palestras. Ambas foram apresentadas pelo presidente da Academia, almirante Vieira Matias, na presença do presidente da Academia das Ciências. A primeira contou com a participação da historiadora Maria da Conceição Flores, que falou sobre «Os Portugueses e o Sião no século XVI»; a segunda foi proferida pelo antigo embaixador em Banguecoque, Sebastião Castelo Branco, que falou sobre a sua experiência na Tailândia, sobre o legado da «nossa» Embaixada e de outros locais da presença portuguesa naquele país, e sobre as perspectivas de oportunidades para o desenvolvimento futuro das relações luso-tailandesas.

CLA História de Portugal na Ásia e a História da Tailândia estão, irremediavelmente, ligadas em vários aspectos. Os próximos eventos comemorativos têm isso em mente?
J.T.P. – Os eventos tentam abordar todas as vertentes do relacionamento entre os dois países. São manifestações oficiais simbólicas da componente Estado-a-Estado, edição de livros, trabalhos de investigação histórica publicitados em seminários e congressos e vertidos em actas e livros; exposições a sublinhar o legado artístico, a dimensão do património arquitectónico, a importância de diferentes instituições portuguesas no panorama asiático (Fundação Gulbenkian e Fundação Oriente/Museu do Oriente); a divulgação de artistas portugueses (como o concerto da fadista Katia Guerreiro); o chamativo popular dum jogo de futebol (entre selecções de camadas jovens); o empenho em incrementar as visitas ao Bairro Português, em Ayuthaya; o aproveitamento do clima de maior conhecimento mútuo para lançar oportunidades de negócio; e a homenagem aos luso-descendentes (tailandeses das comunidades católicas de Santa Cruz, Rosário e Concepcion), que ainda conservam um sentido de pertença ao núcleo identitário português.

CL Foi enviada uma «Sala Thai» (pavilhão de estilo tailandês) para Portugal, como oferta simbólica. Pode-nos fazer o ponto da situação?
J.T.P. – Sobre as comemorações em Lisboa, dinamizadas pela Embaixada da Tailândia, seria melhor contactar directamente os meus colegas tailandeses. Ao que tudo indica, a «Sala Thai» já está quase pronta e será inaugurada no início do próximo ano, no âmbito duma visita de relevo a Portugal. Mais não posso dizer, por agora.

CL Visto que a diplomacia não é só comemorações, como descreve a situação de Portugal na Tailândia? E nos outros países onde tem jurisdição diplomática?
J.T.P. – Portugal tem, obviamente, um lugar «sui generis» devido ao pioneirismo do nosso relacionamento com o Sião/Tailândia, mas no plano do dia-a-dia da vida económica tailandesa tem uma posição relativamente modesta, particularmente no que se refere às trocas comerciais e aos fluxos de investimento. Participamos, naturalmente, no relacionamento entre a União Europeia e a Tailândia e temos uma posição de manifesto interesse no acompanhamento da construção da Comunidade ASEAN, em 2015, e na integração regional posterior a essa data. O nosso cartão-de-visita da presença portuguesa desde o século XVI pode também funcionar nos outros países em que me encontro acreditado ou prestes a apresentar credenciais (Camboja, Laos, Myanmar, Malásia, Vietname), por forma a sustentar um revigoramento na esfera económica e comercial.

A diplomacia portuguesa está apostada em contribuir para o essencial incremento das nossas exportações. Os mercados asiáticos já de há muito foram identificados como cruciais para esse esforço. Acabo de participar numa acção de promoção de vinhos portugueses em Banguecoque e continuo esperançado em poder organizar um seminário, ainda este ano, com «entrepreneurs» tailandeses interessados em Portugal, quer directamente, quer em geometrias variáveis que incluam países de expressão oficial portuguesa.

Em Setembro entrarão em funcionamento os consulados honorários em Hanói e Ho Chi Min, em que os seus titulares foram escolhidos precisamente para consolidarem a rede de apoio aos empresários portugueses (e vietnamitas), em articulação com a Embaixada em Banguecoque e a delegação regional da AICEP, sedeada em Singapura. Em Setembro ainda concretizar-se-á uma missão empresarial à Malásia, com o patrocínio da AICEP, em que aproveitarei, em Kuala Lumpur, para despertar a curiosidade dos empresários portugueses para outros mercados, nomeadamente o tailandês. Já temos empresas activas na Malásia e no Vietname (e também, bem entendido, em Singapura, mas esta está fora da minha «jurisdição»). Em Vienciana (capital do Laos) aprestamo-nos para contar com um cônsul-honorário.

CL Como pode Macau contribuir para o fortalecimento da presença portuguesa, tanto na Ásia, como, mais em concreto, na Tailândia? Os laços históricos são muitos, inclusivamente através de antigas famílias macaenses, das quais os Siqueira são, possivelmente, o expoente máximo.
J.T.P. – No plano cultural e de contributo para as comemorações dos 500 anos na Tailândia, Macau estará presente, não só pela contribuição do professor Jorge Morbey num simpósio sobre Ayuthaya, como pela edição dum número alusivo da Revista Cultura. Constatei, no meu «trabalho de casa» sobre a dimensão histórica da nossa presença na Ásia, que muitos investigadores tiveram ou têm um vínculo a Macau e que tal especificidade não se irá perder. Quanto ao aproveitamento das potencialidades de Macau em diversos projectos regionais na área económica, confesso que ainda terei que me inteirar melhor sobre o assunto.

CL A terminar, o que nos pode avançar acerca da língua portuguesa nesta área do mundo?
J.T.P. – Fazemos sempre todos os esforços para consolidar a promoção da língua portuguesa. Relembro que temos leitorados em Banguecoque (e igualmente um Centro Cultural), em Hanói e em Kuala Lumpur, todos bem activos nesta tarefa.

Programa até Dezembro

Para quem se desloque à Tailândia e queira aproveitar para participar nas comemorações, O CLARIM publica a lista dos eventos que vão ter lugar até ao final do ano. Alguns ainda não foram confirmados, mas estão já programados.

29 de Julho – Seminário académico – «Archaeology: Ayutthaya and Portugal», no «National Museum» em Banguecoque.
22 a 26 de Agosto – Semana da Língua e Cultura Portuguesa, na «Chulalongkorn University» (a confirmar).
31 de Agosto – Seminário académico – «Siamese-Portuguese Descendents: Language/Architecture/Way of life», na «Faculty of Liberal Arts, Thammasat University» (a confirmar).
14 de Setembro a 6 de Outubro – Exposição «Masks of Asia», no «Bangkok Art and Culture Centre».
15 de Setembro – Jogo de futebol entre a equipa jovem da Academia do Sporting Club de Portugal e a selecção sub18 da Tailândia, no «National Stadium» (a confirmar).
10 de Outubro – Noite musical – Katia Guerreiro no «Thailand Cultural Center», no âmbito do «XIII International Festival of Dance and Music».
27 de Outubro a 2 de Novembro – Exposição «Thailand/Portugal: Close Glances», no Centro Comercial «Emporium».
2 a 4 de Novembro – Seminário internacional de história – «500 Years of Thai-Portuguese relations» – organizado pelo Instituto do Oriente, Universidade Técnica de Lisboa e a «Chulalongkorn University».
21 de Novembro – Seminário de negócios – «Business Opportunities in Portugal, Gateway to EU and Portuguese speaking countries».
2 de Dezembro – Nossa Senhora da Conceição – Evento comemorativo na igreja da Imaculada Concepção, em Banguecoque.
10 de Dezembro – Rosário – Evento comemorativo na igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Banguecoque.
11 de Dezembro – «Honouring the Portuket» – Evento comemorativo na igreja de Santa Cruz, em Banguecoque.

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