UM assunto agora recorrente, durante esta fase da gripe A H1N1, é o dos medidores de temperatura. As famosas «pistolas» de laser, que se encontram por todo o lado e que nos são, indiscriminadamente, apontadas à cabeça, voltam a estar no centro da polémica.
Já aquando da crise da Pneumonia Atípica (SARs), a questão foi levantada, tendo havido vários locais que optaram por substitui-las por sistemas de medição mais seguros e mais bem aceites pela generalidade da população, assim como pela comunidade médica. A polémica estava instalada quando se deixou de falar de Pneumonia Atípica e as restrições adoptadas foram retiradas, acabando o assunto por cair, naturalmente, no esquecimento. Agora, com a necessidade de se controlar constantemente a temperatura a grande número de pessoas, especialmente nos locais públicos, volta a ser falado, uma vez que voltaram a ser trazidas a uso as mesmas «armas».
Depois de uma busca na internet fica-se a saber que estas «pistolas» de laser são conhecidas como «non-contact infrared thermometers/infrared pyrometers», ou seja, termómetros de infravermelhos que funcionam sem contacto no objecto a que se quer medir a temperatura. E que o seu uso, ou função principal, é serem usadas para medir a temperatura de objectos que sejam de difícil acesso ou acarretem algum tipo de perigo.
Quanto ao uso em humanos, apesar de não ser de todo consensual, muitos especialistas defendem que é perigoso e não indicado, visto que a intensidade do feixe de laser é tão elevada, que qualquer contacto acidental com o olho, especialmente em crianças, pode causar cegueira. Ou ainda, que a sua fiabilidade é tão baixa, que não tem qualquer fundamento médico. Pelo que os valores apurados de nada valem, por não serem correctos.
Posições pouco claras
O Conselho dos Consumidores foi contactado para que fosse prestada informação sobre o assunto, mas até à conclusão deste artigo nada tinha sido esclarecido. Apenas informaram que, «relativamente às pistolas de medição de temperatura, o Conselho de Consumidores de Macau não tem, por ora, nenhuma informação sobre o assunto».
Pelo que, não havendo informação oficial, temos a obrigação de avançar com informação relevante disponibilizada por grande parte dos fornecedores e construtores deste tipo de equipamento industrial.
De acordo com declarações de Jim Seffrin, director do Infraspection Institute, autoridade americana na área dos infravermelhos, numa conversa com O Clarim, os «termómetros de infravermelhos são completamente passivos, pelo que não existe um risco para a saúde, associado com medição da temperatura na pele dos seres humanos». No entanto, sendo usado um feixe de laser, é necessário evitar que o mesmo atinja os olhos, porque pode causar lesões graves irreversíveis no globo ocular. Jim Seffrin adiantou, contudo, que se deve ter em atenção que os modelos profissionais, que são usados em Macau em diversos locais, «são desenhados para uso industrial; pelo que a sua medição de temperatura em seres humanos não é de confiança, porque não são calibrados para tal».
Partilhando da mesma opinião, em essência, está Andy Wong, da 3M Hong Kong. De acordo com este construtor de termómetros de laser, os «”non-contact IR thermometers” são para detectar temperatura em ar-condicionado e caixas eléctricas. Não são desenhados para medir temperatura humana». Estes aparelhos são feitos para medir temperaturas de superfície, não a temperatura corporal. Pelo que, se tal for feito, os valores obtidos são sempre inferiores à temperatura real, explicou este especialista da 3M a’O Clarim.
Sendo a sua leitura pouco fiável, como adiantam estes especialistas, porque são usados em Macau para aferir temperaturas que se querem bem medidas? Será que não havia dinheiro para comprar termómetros médicos indicados para medição de temperatura corporal, como são usados em muitos hospitais por este mundo fora? E que, aliás, até existem para uso doméstico?
Não nos podemos esquecer que a temperatura está a ser controlada em Macau como medida importante para prevenir a propagação da gripe A H1N1.Ora, se tal não é seguro, como se pode prevenir a proliferação do vírus? Será por isso que o número de casos não pára de aumentar?
Já aquando da crise da Pneumonia Atípica (SARs), a questão foi levantada, tendo havido vários locais que optaram por substitui-las por sistemas de medição mais seguros e mais bem aceites pela generalidade da população, assim como pela comunidade médica. A polémica estava instalada quando se deixou de falar de Pneumonia Atípica e as restrições adoptadas foram retiradas, acabando o assunto por cair, naturalmente, no esquecimento. Agora, com a necessidade de se controlar constantemente a temperatura a grande número de pessoas, especialmente nos locais públicos, volta a ser falado, uma vez que voltaram a ser trazidas a uso as mesmas «armas».
Depois de uma busca na internet fica-se a saber que estas «pistolas» de laser são conhecidas como «non-contact infrared thermometers/infrared pyrometers», ou seja, termómetros de infravermelhos que funcionam sem contacto no objecto a que se quer medir a temperatura. E que o seu uso, ou função principal, é serem usadas para medir a temperatura de objectos que sejam de difícil acesso ou acarretem algum tipo de perigo.
Quanto ao uso em humanos, apesar de não ser de todo consensual, muitos especialistas defendem que é perigoso e não indicado, visto que a intensidade do feixe de laser é tão elevada, que qualquer contacto acidental com o olho, especialmente em crianças, pode causar cegueira. Ou ainda, que a sua fiabilidade é tão baixa, que não tem qualquer fundamento médico. Pelo que os valores apurados de nada valem, por não serem correctos.
Posições pouco claras
O Conselho dos Consumidores foi contactado para que fosse prestada informação sobre o assunto, mas até à conclusão deste artigo nada tinha sido esclarecido. Apenas informaram que, «relativamente às pistolas de medição de temperatura, o Conselho de Consumidores de Macau não tem, por ora, nenhuma informação sobre o assunto».
Pelo que, não havendo informação oficial, temos a obrigação de avançar com informação relevante disponibilizada por grande parte dos fornecedores e construtores deste tipo de equipamento industrial.
De acordo com declarações de Jim Seffrin, director do Infraspection Institute, autoridade americana na área dos infravermelhos, numa conversa com O Clarim, os «termómetros de infravermelhos são completamente passivos, pelo que não existe um risco para a saúde, associado com medição da temperatura na pele dos seres humanos». No entanto, sendo usado um feixe de laser, é necessário evitar que o mesmo atinja os olhos, porque pode causar lesões graves irreversíveis no globo ocular. Jim Seffrin adiantou, contudo, que se deve ter em atenção que os modelos profissionais, que são usados em Macau em diversos locais, «são desenhados para uso industrial; pelo que a sua medição de temperatura em seres humanos não é de confiança, porque não são calibrados para tal».
Partilhando da mesma opinião, em essência, está Andy Wong, da 3M Hong Kong. De acordo com este construtor de termómetros de laser, os «”non-contact IR thermometers” são para detectar temperatura em ar-condicionado e caixas eléctricas. Não são desenhados para medir temperatura humana». Estes aparelhos são feitos para medir temperaturas de superfície, não a temperatura corporal. Pelo que, se tal for feito, os valores obtidos são sempre inferiores à temperatura real, explicou este especialista da 3M a’O Clarim.
Sendo a sua leitura pouco fiável, como adiantam estes especialistas, porque são usados em Macau para aferir temperaturas que se querem bem medidas? Será que não havia dinheiro para comprar termómetros médicos indicados para medição de temperatura corporal, como são usados em muitos hospitais por este mundo fora? E que, aliás, até existem para uso doméstico?
Não nos podemos esquecer que a temperatura está a ser controlada em Macau como medida importante para prevenir a propagação da gripe A H1N1.Ora, se tal não é seguro, como se pode prevenir a proliferação do vírus? Será por isso que o número de casos não pára de aumentar?