HÁ não muito tempo dirigi-me ao nosso Consulado Geral para levantar o novo passaporte, como me havia sido indicado dias antes quando procedi à sua renovação. Eram 14:27 horas quando cheguei à entrada do edifício. As portas ainda estavam fechadas! Depois de ler as instruções afixadas em placas no local, dirigi-me à porta do lado direito e esperei. Às 14:33 horas a porta abriu pela mão do segurança e como tinha três pessoas na fila à minha frente esperei que me dessem ordem de entrada, tendo logo sido encaminhado para o balcão respectivo para o levantamento do documento em causa.
No momento em que me dirigi à fila de espera do balcão, com apenas uma pessoa na minha frente, o funcionário disse-me, literalmente, para me encostar ao balcão. Surpreendido, porque como mandam os bons costumes devemos esperar na fila até que a pessoa na nossa frente seja atendida, lá obedeci à descabida ordem sem reclamar. A insistência do funcionário foi de tal forma que tive mesmo de me encostar de modo a tocar no balcão, ao lado da pessoa que tinha chegado antes de mim. Achei curiosa a exigência, mas, no entanto, aguardei que me fosse pedido o recibo para levantamento do passaporte.
O dito recibo foi-me exigido de forma pouco educada, juntamente com o passaporte antigo, acerca do qual disse para terem atenção, pois não deveriam inutilizar o visto para a China, até porque já havia pago para manter o documento antigo. Alguns segundos mais tarde foi-me entregue o passaporte e o recibo com a resposta de que não tinham passaporte nenhum para me dar! Se quisesse que voltasse mais tarde, porque os mesmos tinham chegado na remessa da manhã e ainda não estavam disponíveis! Isto já passava das 14:30 horas.
No meu direito e educadamente perguntei a razão, visto que o recibo indicava apenas o dia (sem menção de hora, logo poderia ser das nove até ao fim do dia). A resposta indiferente e num tom agressivo veio apenas reforçar o que tinha sido dito anteriormente. Ao perguntar a razão de tal falta de educação, porque nessa altura já as pessoas que estavam no interior das instalações olhavam para o balcão em questão, foi-me respondido que não poderiam fazer nada e que não estavam interessados em explicar fosse o que fosse.
Perante tal situação e falta de consideração para com os utentes pedi para chamarem o Chanceler, pois queria saber ao certo o que se passava. O funcionário que me tinha atendido já havia deixado claro que não me iria explicar mais nada. Em resposta ao pedido recebi, entre resmungos do mesmo indivíduo, que poderia fazer queixa a quem bem quisesse que a ele nada o afectaria.
Já farto da situação, retirei-me e perguntei a outro funcionário onde seria possível contactar o responsável. Queria, pois, saber como obter o meu novo passaporte. Na altura nem sequer tinha em mente apresentar qualquer queixa. Queria apenas ter o passaporte, porque não tinha oportunidade de perder mais um dia de trabalho para voltar ao Consulado, que apenas abre durante as horas normais de expediente.
Passados alguns minutos de espera, já na entrada principal do Consulado, o Chanceler chegou. Depois de explicada a situação prontamente fui atendido e vi o meu caso resolvido. Tudo feito educadamente e sem qualquer rispidez.
Queixas recorrentes
As queixas de mau tratamento no Consulado repetem-se e nada tem sido feito para as resolver.
Pelo tratamento que me foi dado por, apenas, um funcionário, fiquei com uma péssima ideia de toda a instituição. No entanto, a forma como o meu problema foi resolvido e o atendimento que os outros funcionários me deram deixam-me acreditar que o problema não é da instituição nem de todos quantos ali trabalham. O problema reside apenas numa pequena minoria, que pensa poder fazer tudo o que lhe apetece, gozando de plena imunidade.
O conselho de várias pessoas, tanto do interior da instituição como do exterior, foi de que procedesse a uma queixa formal junto de Lisboa, pois só assim acreditam que tal seja corrigido.
Nós, que vivemos em Macau e temos de usar os serviços consulares, não o fazemos para agradar a quem lá trabalha. Quando ali vamos tratamos quem nos atende com cordialidade e apenas esperamos o mesmo de volta.
Neste caso, o passaporte já estava no Consulado e não havia necessidade de ter de voltar mais tarde. Isso foi provado com o facto de eu ter vindo embora, alguns minutos mais tarde, com o documento na mão. Bastava que o funcionário tivesse tido a amabilidade de pedir para esperar um pouco.
Espero que os responsáveis tomem em atenção às queixas dos utentes e tentem corrigir o que está errado.
Quem não serve para trabalhar na linha da frente pode muito bem passar a trabalhar noutro local onde não tenha de atender pessoas directamente.
Resta acrescentar que a queixa seguiu os trâmites normais em Portugal, na Direcção de Serviços da Administração e Protecção Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros e na DECO. Informaram-me que o responsável do Consulado em Macau está ao corrente do assunto e que serei actualizado sempre que haja desenvolvimentos do caso.
Espero, mais não seja, que sirva para melhorar o serviço prestado a todos quantos se deslocam ao Consulado Geral de Portugal em Macau e para dignificar o nome de quem lá trabalha.
No momento em que me dirigi à fila de espera do balcão, com apenas uma pessoa na minha frente, o funcionário disse-me, literalmente, para me encostar ao balcão. Surpreendido, porque como mandam os bons costumes devemos esperar na fila até que a pessoa na nossa frente seja atendida, lá obedeci à descabida ordem sem reclamar. A insistência do funcionário foi de tal forma que tive mesmo de me encostar de modo a tocar no balcão, ao lado da pessoa que tinha chegado antes de mim. Achei curiosa a exigência, mas, no entanto, aguardei que me fosse pedido o recibo para levantamento do passaporte.
O dito recibo foi-me exigido de forma pouco educada, juntamente com o passaporte antigo, acerca do qual disse para terem atenção, pois não deveriam inutilizar o visto para a China, até porque já havia pago para manter o documento antigo. Alguns segundos mais tarde foi-me entregue o passaporte e o recibo com a resposta de que não tinham passaporte nenhum para me dar! Se quisesse que voltasse mais tarde, porque os mesmos tinham chegado na remessa da manhã e ainda não estavam disponíveis! Isto já passava das 14:30 horas.
No meu direito e educadamente perguntei a razão, visto que o recibo indicava apenas o dia (sem menção de hora, logo poderia ser das nove até ao fim do dia). A resposta indiferente e num tom agressivo veio apenas reforçar o que tinha sido dito anteriormente. Ao perguntar a razão de tal falta de educação, porque nessa altura já as pessoas que estavam no interior das instalações olhavam para o balcão em questão, foi-me respondido que não poderiam fazer nada e que não estavam interessados em explicar fosse o que fosse.
Perante tal situação e falta de consideração para com os utentes pedi para chamarem o Chanceler, pois queria saber ao certo o que se passava. O funcionário que me tinha atendido já havia deixado claro que não me iria explicar mais nada. Em resposta ao pedido recebi, entre resmungos do mesmo indivíduo, que poderia fazer queixa a quem bem quisesse que a ele nada o afectaria.
Já farto da situação, retirei-me e perguntei a outro funcionário onde seria possível contactar o responsável. Queria, pois, saber como obter o meu novo passaporte. Na altura nem sequer tinha em mente apresentar qualquer queixa. Queria apenas ter o passaporte, porque não tinha oportunidade de perder mais um dia de trabalho para voltar ao Consulado, que apenas abre durante as horas normais de expediente.
Passados alguns minutos de espera, já na entrada principal do Consulado, o Chanceler chegou. Depois de explicada a situação prontamente fui atendido e vi o meu caso resolvido. Tudo feito educadamente e sem qualquer rispidez.
Queixas recorrentes
As queixas de mau tratamento no Consulado repetem-se e nada tem sido feito para as resolver.
Pelo tratamento que me foi dado por, apenas, um funcionário, fiquei com uma péssima ideia de toda a instituição. No entanto, a forma como o meu problema foi resolvido e o atendimento que os outros funcionários me deram deixam-me acreditar que o problema não é da instituição nem de todos quantos ali trabalham. O problema reside apenas numa pequena minoria, que pensa poder fazer tudo o que lhe apetece, gozando de plena imunidade.
O conselho de várias pessoas, tanto do interior da instituição como do exterior, foi de que procedesse a uma queixa formal junto de Lisboa, pois só assim acreditam que tal seja corrigido.
Nós, que vivemos em Macau e temos de usar os serviços consulares, não o fazemos para agradar a quem lá trabalha. Quando ali vamos tratamos quem nos atende com cordialidade e apenas esperamos o mesmo de volta.
Neste caso, o passaporte já estava no Consulado e não havia necessidade de ter de voltar mais tarde. Isso foi provado com o facto de eu ter vindo embora, alguns minutos mais tarde, com o documento na mão. Bastava que o funcionário tivesse tido a amabilidade de pedir para esperar um pouco.
Espero que os responsáveis tomem em atenção às queixas dos utentes e tentem corrigir o que está errado.
Quem não serve para trabalhar na linha da frente pode muito bem passar a trabalhar noutro local onde não tenha de atender pessoas directamente.
Resta acrescentar que a queixa seguiu os trâmites normais em Portugal, na Direcção de Serviços da Administração e Protecção Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros e na DECO. Informaram-me que o responsável do Consulado em Macau está ao corrente do assunto e que serei actualizado sempre que haja desenvolvimentos do caso.
Espero, mais não seja, que sirva para melhorar o serviço prestado a todos quantos se deslocam ao Consulado Geral de Portugal em Macau e para dignificar o nome de quem lá trabalha.
Carta ao Director
ResponderEliminarExmo Senhor
Director do Semanário
O Clarim
Exmo. Senhor,
LI com interesse o artigo publicado na anterior edição do Clarim sob o título "Algo vai mal no Consulado". Lamento a minha demora a reagir, a qual se deveu estritamente a uma acumulação de compromissos oficiais nos últimos dias. Espero contudo vir ainda a tempo de saudar o interesse desse jornal e da comunidade portuguesa em Macau na crítica construtiva ao serviço que prestamos ao público que nos visita.
Como resulta do próprio artigo, o episódio relatado foi objecto duma queixa formal, cujo tratamento está a seguir os seus trâmites normais em Portugal e em Macau; por essa razão, abstenho-me de comentar directamente o assunto.
Asseguro contudo que esse tipo de situações é anómalo nos milhares de atendimentos que todas as semanas fazemos a portugueses e estrangeiros, pelo conjunto da equipa do Consulado. Mas se algum problema ocorrer, o Consulado está apto a dele tomar nota e a procurar resolvê-lo – com ou sem conhecimento de Lisboa.
Reajo portanto com firmeza à alegação de que “as queixas feitas em Macau não são tratadas diligentemente”. Enquanto responsável máximo deste Consulado-Geral, asseguro que felizmente, as queixas não são frequentes; mas garanto também que sempre que alguém suscitou alguma questão, a equipa em Macau – a começar ou a acabar em mim próprio – procurou, procura e procurará resolver o assunto com rigor e com preocupação de bom serviço ao utente.
Resulta aliás do próprio relato publicado no Clarim que tendo o problema na própria ocasião sido submetido ao Chanceler, tudo foi resolvido pronta e educadamente. É esse o nosso padrão.
Agradeço antecipadamente a publicação desta carta.
Com os meus cumprimentos e estima pessoal,
O Cônsul-Geral
Manuel Carvalho