Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tanto desprezo

Tanto desprezo

 
CADA vez mais me custa engolir sapos e, quando estes me são impostos pelo Governo, ainda piora a situação. Não consigo perceber como é que uma modalidade desportiva, a única que dá títulos internacionais de nível mundial a Macau, continua tão desprezada a nível oficial.
São já nove os títulos asiáticos. Será por ser liderada por caucasianos? Sinceramente, não quero acreditar que assim seja, mas todos os indícios apontam para isso.
Mais uma vez um grupo de casmurros de Macau – alguns nascidos cá; outros, «filhos da terra adoptados» que consideram o território como a sua terra – vestiram-se por amor à camisola e às cores da RAEM para ir renovar um título asiático.
Na Imprensa sempre se foi lendo alguma coisa acerca dos resultados, penso que por apontamentos feitos via telefone, em contacto com os atletas envolvidos. Não me parece que tenha sido enviado qualquer jornalista para acompanhar o campeonato asiático de hóquei em patins, cuja selecção de Macau é campeã.
Já quanto à TDM, tanto a rádio como a televisão, que são do Governo, nem se dignaram enviar um jornalista, nem um operador de câmara. Um desprezo total pelos atletas e pelo esforço que fazem para carregar a cruz da camisola do Lótus. Tanto quanto sei, não houve cobertura televisiva do campeonato transmitido nos canais locais.
Não consigo compreender como é que os atletas encontram forças para ainda continuarem a dar o seu suor, quando da parte do Governo e da Comunicação Social – esta por ele gerida e mantida – continuam a ser completamente ignorados.
O campeonato asiático foi organizado numa cidade chinesa e, ao que parece e que foi noticiado na Imprensa, as condições eram péssimas: má comida, frio, poucas condições para os atletas, entre outros contratempos. No entanto, mesmo assim, a selecção liderada por Alberto Lisboa conseguiu trazer mais um título para Macau. É, sem dúvida, a equipa de Macau com mais títulos internacionais, mas nem por isso recebe o reconhecimento do Governo de Macau. Não se justificava já uma medalha da parte das autoridades da RAEM?
Será por serem, maioritariamente, de origem portuguesa? Mas, afinal, o que é Macau, senão uma mistura de etnias e de nacionalidades aqui concentradas ao longo de cinco séculos?
Seria bom que o Governo, de uma vez por todas, metesse esses complexos de inferioridade atrás das costas e apadrinhasse aquilo que de bem se faz em Macau. Em vez de andarem a importar atletas da «mainland», que acabam por nada dar a Macau, virem-se para o que de bem se faz aqui dentro, sejam os atletas nascidos ou não em Macau. Que eu saiba, nenhum dos patinadores foi contratado especialmente para vir representar as cores de Macau, ao contrário do que acontece em outras modalidades. Todos eles são «feitos» e desenvolvidos em Macau, com o esforço do seleccionador e de toda a equipa da entidade responsável pelo hóquei patinado do território.
A triste realidade é que a selecção de Macau de hóquei patins é campeã asiática, tendo participado neste último campeonato sem ter perdido um único encontro, mas continua a ser desprezada pelas entidades oficiais do território.
Os atletas treinam em péssimas condições, fazendo imensos sacrifícios para se encontrarem e, mesmo assim, os resultados aparecem. Imaginem se da parte do Governo houvesse o mesmo apoio que prestam a outras modalidades, nomeadamente ao futebol, em que existe uma selecção totalmente patrocinada pelo Governo e que nada faz, senão sofrer goleadas, quando joga com as suas congéneres estrangeiras.
É uma pena que esta situação se arraste, sem que ninguém faça nada para a mudar!

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