COMEMORA-SE hoje o Dia do Trabalhador. Apesar desta efeméride, vou falar, porém, de outro assunto que considero bem mais importante neste momento. Há várias semanas, tenho vindo a tentar compreender como é que há ainda quem defenda a existência de listas étnicas para as eleições legislativas; contudo, por muito que me esforce, não consigo. Faz-me confusão que concepções raciais possam ainda ser invocadas nos nossos dias, para fazer sobressair uma comunidade. E isto numa época em que cada vez mais se fala de integração e igualdade. Especialmente em Macau, onde é tão evidente a pluralidade de culturas e uma sã convivência entre diferentes credos e convicções. Não critico quem quer que seja que defenda tal concepção, mas considero inaceitável tal pretensão. Com o aproximar das eleições para a Assembleia Legislativa, várias têm sido as movimentações da comunidade portuguesa local. São tantas, que só revela a divisão que nela existe. No último acto eleitoral, essa mesma divisão evidenciou que de nada valem listas étnicas. Aquela onde pontificavam ilustres macaenses que recentemente deram entrevistas aos jornais, nem um único deputado obteve, tendo atingido um resultado nada dignificante para uma comunidade como a nossa. Agora, a poucos meses de novas eleições, vários nomes começam a chegar-se à frente com a mesma conversa sobre a necessidade de listas que representem esta ou aquela comunidade. Aproveito, desde já, a oportunidade para afirmar que, pelo que me diz respeito, não quero nenhuma lista a representar-me como pertencente à etnia portuguesa radicada em Macau! Quero, sim, que me representem enquanto residente, enquanto pertencente a uma comunidade que vê Macau como a sua terra e, se possível, que represente interesses também identificativos com a minha classe profissional. É tudo o que espero do candidato em quem votarei. Assim o fazia em Portugal e assim o faço aqui. Quanto a representar a minha etnia, fica a meu cargo no dia-a-dia e com quem me relaciono pessoal e profissionalmente. Recentemente o único candidato português eleito directamente para o hemiciclo veio afirmar que se candidata e que estaria até disponível a formar uma lista de consenso com outros líderes da comunidade. Mas, como é natural, e sendo ele o único que fora eleito directamente, não abdica da sua posição de cabeça de lista. Os outros líderes ficaram ultrajados e bloquearam qualquer tentativa de entendimento. Em minha mera opinião, tal tipo de reacções apenas denota um objectivo: o desejo de protagonismo, reduzindo as eleições apenas a um pretexto para esse fim. Ao contrário do que deveria ser aquele acto cívico: uma forma de servir Macau e quem aqui vive. É isso, aliás, que se espera de quem ocupa ou pretende ocupar lugares públicos, especialmente aqueles para os quais é eleito directamente. O facto de Pereira Coutinho não abdicar da posição de cabeça de lista é, no meu entendimento, compreensível. Afinal, é ele quem tem levado a lista aos lugares do hemiciclo e tem provas dadas, ao longo dos anos, que vem trabalhando na coisa pública. Os outros, se ambicionam ser cabeças de lista, têm de apresentar primeiro resultados a nível político, pois só assim merecerão ser líderes de uma lista ganhadora. Pessoalmente, tenho boas relações com todos os que até agora se pronunciaram sobre a questão das listas. Nutro por todos eles um carinho especial e considero que, cada um na sua área específica, tem muito para dar a esta terra. Já que diz respeito a política, as decisões são do foro privado e resolvem-se nas assembleias de voto.
Afirmações infelizes
O actor de Hong Kong que se tornou estrela graças aos pontapés e graçolas com pouca graça em Hollywood, parece que perdeu a memória! Para quem não se lembrasse, Jackie Chan foi, em tempos, um feroz crítico do regime chinês aquando do Massacre de Tiananmen. Agora, e porque lhe convém profissionalmente (muitos dos seus investimentos estão focalizados na China) vem a público defender que uma sociedade livre não será benéfica para a China! «Não tenho a certeza de que gozar de liberdade seja algo positivo. Cada vez mais penso que nós, os chineses, temos de ser controlados. Se ninguém nos controlar, faremos apenas aquilo que queremos», afirmou a estrela no fórum económico realizado na ilha de Hainão! E acrescentou ainda que a liberdade fez de Taiwan e Hong Kong sociedades caóticas. Estas afirmações acolheram fortes aplausos do «establishment» chinês, mas foram bastante criticadas por Taiwan e por defensores da democracia em Hong Kong, assim como um pouco por todo o mundo democrático e mesmo na China «continental». Das duas uma: ou Jackie Chan tem memória muito curta, ou está a sofrer de algum efeito secundário provocado pela participação no vídeo de promoção do combate à comercialização de produtos piratas. Quem tem passado a fronteira em GongBei sabe a que me refiro! A desculpa que deu posteriormente, de que estava a referir-se ao meio cinematográfico, só veio piorar ainda mais a situação!
Afirmações infelizes
O actor de Hong Kong que se tornou estrela graças aos pontapés e graçolas com pouca graça em Hollywood, parece que perdeu a memória! Para quem não se lembrasse, Jackie Chan foi, em tempos, um feroz crítico do regime chinês aquando do Massacre de Tiananmen. Agora, e porque lhe convém profissionalmente (muitos dos seus investimentos estão focalizados na China) vem a público defender que uma sociedade livre não será benéfica para a China! «Não tenho a certeza de que gozar de liberdade seja algo positivo. Cada vez mais penso que nós, os chineses, temos de ser controlados. Se ninguém nos controlar, faremos apenas aquilo que queremos», afirmou a estrela no fórum económico realizado na ilha de Hainão! E acrescentou ainda que a liberdade fez de Taiwan e Hong Kong sociedades caóticas. Estas afirmações acolheram fortes aplausos do «establishment» chinês, mas foram bastante criticadas por Taiwan e por defensores da democracia em Hong Kong, assim como um pouco por todo o mundo democrático e mesmo na China «continental». Das duas uma: ou Jackie Chan tem memória muito curta, ou está a sofrer de algum efeito secundário provocado pela participação no vídeo de promoção do combate à comercialização de produtos piratas. Quem tem passado a fronteira em GongBei sabe a que me refiro! A desculpa que deu posteriormente, de que estava a referir-se ao meio cinematográfico, só veio piorar ainda mais a situação!
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