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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Erros e falta de coerência

ESTÁ em curso uma grande campanha dos Serviços de Saúde de Macau para consciencializar a população para os perigos da gripe A H1N1.
Em todas as entradas da Região Administrativa Especial é medida a temperatura de quem chega, sendo obrigatória a apresentação de uma Declaração de Saúde, onde se tem de registar uma série de dados pessoais e o historial de viagens dos últimos 15 dias.
Tudo isto será normal perante aquilo que se vive a nível mundial e tendo em consideração as lições que tirámos da crise da pneumonia atípica e da gripe aviária. No entanto, existem erros do passado que continuam a ser feitos sem que ninguém os corrija.
Recentemente tive de me ausentar de Macau pelas Portas do Cerco e deparei-me, pela primeira vez, com a necessidade de preencher a dita declaração. Para minha surpresa, verifiquei que se trata da mesma que foi utilizada durante a gripe aviária. As mesmas perguntas, o mesmo desenho gráfico, o mesmo tamanho e os mesmos erros ortográficos e gramaticais! A única mudança visível foi a troca da palavra aves por porcos! Caso para dizer que os Serviços de Saúde podem ser acusados de muitas coisas, mas uma delas certamente não é a falta de coerência!
Mais tarde, e pensando que os Serviços de Saúde se iriam aperceber do erro e rectificá-lo passado algum tempo, tive de preencher mais uma vez a dita declaração no aeroporto, depois de uma viagem à Tailândia, e voltei a verificar que os erros continuavam os mesmos. Com a agravante de não haver qualquer informação em português nos cartazes ali expostos para os viajantes que chegam a Macau por esta via.
Aliás, pelo que vi, no aeroporto os Serviços de Saúde têm dado prioridade ao uso do inglês, em detrimento quer do chinês quer do português, sendo que esta última língua oficial é totalmente ignorada. O chinês, por sua vez, é relegado para segundo plano, como se pode ver na fotografia que tive oportunidade de fazer, apesar dos protestos do elemento da equipa da Saúde que se encontrava no local para medir a temperatura e recolher as Declarações de Saúde.
De salientar que todo o processo de recolha, triagem e organização do fluxo dos passageiros que saem da zona de recolha de bagagem e se dirigem ao exterior está uma autêntica confusão.
No local onde só deveria ser permitida a passagem a um passageiro de cada vez regista-se um amontoado de pessoas, que empurram sem qualquer controlo das autoridades e passam à frente de tudo e de todos, sem que ninguém os chame à atenção. Muitos deles acabam por passar perante os elementos dos Serviços de Saúde sem entregar a declaração e, inacreditavelmente, sem que nada lhes aconteça.
Durante os minutos que esperei na fila para entregar a minha declaração, aguentando empurrões de quem estava atrás de mim e vendo muitos outros passando as faixas de protecção, apesar dos protestos de quem esperava e dos elementos dos Serviços de Saúde, fiquei sem perceber se a declaração é de entrega obrigatória. E, se é obrigatório entregá-la por lei, porque não são tomadas medidas efectivas para punir, ou pelo menos advertir, quem ignora a lei e completamente atropela os direitos dos outros cidadãos? Ou, por outro lado, porque não se ensina a estas pessoas que a boa educação obriga a que se respeitem as filas e as outras pessoas.

O SMS da risota

A par de todas estas falhas, muitas delas evitáveis, os Serviços de Saúde enviaram também, para puro deleite de quem as recebeu, uma série de mensagens curtas de telemóvel. Vou aqui transcrever, integralmente e sem acentos, a que recebi ao chegar a Macau, no sábado passado, e outra que me foi enviada para o meu telefone pessoal no dia seguinte. No sábado, 30 de Maio às 16:04: «Nota SS: Ao regressa do exterior, os cidadãos devem ficar em casa 7 dias e caso apareçam sintomas, usam mascara e recorrem ao medico de imediato». No dia seguinte, Domingo, 31 de Maio às 18:24: «SS apelam cidadaos vindos do exterior para evitarem ir aos lugares públicos nos 7 dias apos chegada; se aparecerem sintomas, usem mascara e recorram ao medico».
Depois de ter contactado várias pessoas acerca do conteúdo das missivas, e estando eu incluído no grupo de «cidadaos vindos do exterior» ou que «regressa do exterior», fiquei na dúvida se poderia sair de casa porque, segundo instruíam, «devem ficar em casa 7 dias» e apelavam «para evitarem ir aos lugares públicos nos 7 dias apos chegada». Não consegui chegar a nenhuma conclusão, pelo que tive de me dirigir ao meu local de trabalho na segunda-feira de manhã, evitando assim alguma complicação com o meu empregador, por este não estar a par de ordens superiores emanadas dos Serviços de Saúde!
Acredito que o que se pretendia dizer na mensagem de telefone era que quem chega a Macau deve estar alerta para os sintomas que possa vir a sentir, em especial nos sete dias a seguir à sua chegada. Pelo que, se possível, devem evitar dirigir-se a locais muito frequentados e, caso notem alguns sintomas de gripe, devem dirigir-se de imediato ao médico para serem examinados.
São pormenores como estes aqui apontados que os serviços devem tentar corrigir, a par de outras grandes lacunas que se vão detectando diariamente e que afectam a vida de todos nós.

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