Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Energia para Macau

N'O Clarim de sexta-feira escrevia o seguinte:
"É do conhecimento de todos que no território há comissões e gabinetes para estudar tudo e mais alguma coisa. No entanto, é apenas do conhecimento de alguns que essas entidades pouco ou nada fazem, a não ser o publicarem relatórios inconclusivos e estudo preliminares!
Nos últimos tempos temos visto um organismo relativo à poupança de energia, ou aplicação de energias renováveis em Macau, vir a público anunciar isto e aquilo.
A última grande notícia do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético prende-se com o estudo da implementação de combustíveis verdes e novas tecnologias nos autocarros públicos. Falaram ainda dos resultados da introdução do gás natural em Macau e do projecto que existe para o uso de energia solar por parte dos edifícios dos serviços do Governo e, ainda, da possibilidade da regulamentação dos níveis das emissões poluentes. Uma medida, – referiram, – que está já a ser aplicada aos veículos de duas rodas e que pode ser alargada a todos os veículos automóveis.
Não há dúvidas de que tudo o que for feito para proteger o ambiente onde vivemos é de elogiar. E, como todos também sabemos, acções falam mais do que quaisquer palavras proferidas.
A verdade é que Macau, além do gás natural, que pouco uso tem tido por falta de incentivos ou regulamentação que obrigue ao seu uso, nada mais há.
Estou um pouco reticente no que se refere a comparar Macau com territórios vizinhos, mas neste caso não nos resta outra solução. Vou citar apenas dois exemplos, o de Hong Kong e o da capital tailandesa, Banguecoque.
Na antiga colónia britânica, um vasto número (quase a rondar os cem por cento) dos transportes públicos, nomeadamente táxis e autocarros, funcionam a gás natural ou a gás liquefeito (GPL). Há mesmo casos de autocarros movidos exclusivamente a energia eléctrica, a funcionar normalmente, e não apenas à experiência, como ocorreu em Macau durante algum tempo, mas de que nunca mais se ouviu falar.
Em Banguecoque, longe de ser o exemplo ideal de cidade organizada, todos os transportes públicos funcionam a GPL, incluindo os famosos «tuk-tuks» (os triciclos que inundam as ruas e ruelas da capital). Nesta cidade, até mesmo muitos dos barcos utilizados para a travessia do rio dos reis (Chaopraya) são movidos a GPL ou a gasóleo verde. Sendo que estes últimos pagam mais impostos do que os movidos a gás.
Estes exemplos que refiro não são de agora. São uma realidade, tanto em Banguecoque como em Hong Kong, há muitos anos. De tal forma que a população já nem concebe o seu dia-a-dia sem eles.

Olhemos para Hong Kong
O que me deixa consternado é que na terra onde vivemos só agora se chegou à criação de comissões e equipas de estudo para pesquisar a possibilidade de aplicar tais iniciativas em Macau. Desnecessário será aplicar medidas que, dentro em breve, se tornariam obsoletas!
Fala-se da aplicação da energia solar em edifícios do Governo. Lembro-me da minha infância na Europa e do painel solar que já existia na escola para aquecer a água usada no duche depois das aulas de Educação Física. Já lá vão mais de vinte anos! As tecnologias agora usadas são outras e mais avançadas, pelo que discutir a introdução de soluções já ultrapassadas, ou que o estarão muito em breve, é uma perda de tempo e de recursos públicos.
A título de exemplo, deixo uma ideia que está a ser desenvolvida no território vizinho de Hong Kong e que se prende com a utilização da energia eólica para produzir electricidade para os prédios do Governo e habitacionais. Uma ideia de um inventor francês radicado em Hong Kong há muitos anos.
Depois do exemplo pioneiro dos clubes de «fitness» que estavam a usar a energia despendida pelos seus clientes durante os exercícios para aquecer a água dos duches e manter ligadas as lâmpadas de iluminação do ginásio, este inventor teve a ideia de aplicar o princípio da geração de energia através de ventoinhas de vento de pequena dimensão. Havia, porém, um problema: é que, normalmente o vento por estes lados não sopra suficientemente forte para fazer girar as tradicionais ventoinhas. Por isso, surgiu um novo conceito que está agora a ser aplicado, tanto por privados como por instituições públicas, visto ser de baixo custo e alta eficácia.
O investimento é de apenas 250 patacas por cada conjunto de pequenas ventoinhas, que podem ser instaladas no topo dos prédios e que giram com ventos de intensidade muito baixa. Seria uma solução para poupar energia e, por outro lado, para acabar de vez com as construções ilegais que grassam por todo o lado.Estas micro-turbinas poderão também ser usadas em Macau sem qualquer estudo prévio. Para tal basta contactar o inventor. E, claro, esperar que o Gabinete aprove!"

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