O QUE fazer quando recebemos uma caixa pelo correio e a maioria do conteúdo está destruído por deficiente transporte e tratamento da embalagem?
Uma pergunta com que, decerto, já muitos de nós nos deparámos. Já não é a primeira vez que aqui escrevo sobre o serviço de correios que temos no território. Lembro-me que da primeira vez foi com o correio urgente, que acabava por chegar mais tarde do que o ordinário.
Desta vez foi apenas correio ordinário e pessoal vindo de Portugal. Por razões pessoais tive de fazer um pedido de Galos de Barcelos artesanais, feitos de encomenda, que foram enviados para Macau em três caixas e em três períodos diferentes.
A primeira a chegar vinha danificada, mas nada de preocupante. No entanto, ao abri-la em casa, deparei com o triste cenário de perto de uma dezena de estatuetas destruídas. Na altura nada fiz, porque estava à espera de mais duas caixas e, caso estivesse tudo em ordem, a danificação de dez galos em nada afectaria o planeado. Na chegada da segunda e terceira caixas, que acabaram por ser entregues ao mesmo tempo, mesmo que tenham sido despachadas em datas diferentes em Portugal, deparei com o cenário que se pode ver na fotografia. As caixas dentro de sacos plásticos, atadas com elásticos e abertas em vários locais. Mais parecia que tinham estado à chuva e anos em viagem.
Estranhando o facto, pedi para que fossem abertas no local para verificação do seu conteúdo. Tal tornou a cena ainda mais desoladora. Só na primeira caixa, a que estava mais mal tratada, estavam 15 galos destruídos de tal forma, que não há qualquer recuperação possível.
Perante tal situação, perguntei o que poderia ser feito, ao que me foi respondido, de muita má vontade e num tom de voz pouco indicado, que poderia apresentar queixa, mas, logo à partida, apressaram-se a dizer que a culpa não seria dos Correios de Macau! Afinal a caixa tinha chegado assim.
Depois de inspeccionar as caixas e ver que grande parte das estatuetas estava, de facto, destruída, acabei por mostrar o desejo de apresentar reclamação. A tal pedido veio um sujeito, que presumi ser o chefe de estação, tal não fora a sua atitude autoritária, que me perguntou qual a razão da queixa. A quem se juntou uma funcionária a ajudar à causa.
Formulários para a frente, formulários para trás, acabo por descobrir que, nos Correios de Macau, se queremos apresentar queixa, seja do que for, temos de saber Chinês ou, espantem-se, Francês, pois os formulários existentes apenas estão escritos nestas duas línguas. Algo que nunca tinha visto por estas paragens ao longo de todos estes anos!
Mais me foi dito que, se apresentasse queixa, mesmo depois de todos terem inspeccionado o conteúdo da caixa, perderia todos os direitos sobre os artigos, não os podendo levar comigo (nem mesmo os que ainda estavam em condições!). Perante tal exigência, acabei por não apresentar queixa porque, por experiência própria, a queixa, possivelmente, iria arrastar-se por meses e não iria dar em nada. Tal já tinha sucedido antes com um caso do EMS.
Acabei, por isso, por sair dos Correios de Macau com os Galos de Barcelos, partidos e inteiros, assim como todos os outros itens (estes não eram quebráveis para minha felicidade) que vinham dentro das duas últimas caixas. Os gastos foram avultados e o prejuízo foi todo meu. Os Correios nenhuma responsabilidade assumiram e, apesar de prestarem um serviço público e de os ordenados dos seus funcionários serem pagos pelos impostos de todos nós, tratam-nos como se fossemos nós os empregados deles.
Ao sair do balcão 1 do Edifício Central, resignado com a situação e decidido a encaixar os prejuízos causados por um serviço que foi pago e que custou mais de 500 patacas (pago na origem em Portugal), ainda foi possível ouvir os funcionários a criticar o facto de eu querer apresentar queixa, como se tal fosse algo de muito extraordinário.
Há falta de civismo em muitos locais em Macau e, em particular neste caso, os funcionários comportaram-se como se o cliente fosse o culpado da situação que fora «criada» pelo serviço que prestam.
Acredito que os Correios de Macau tenham recebido a «mercadoria» na situação em que foi entregue ao destinatário, porém, não se compreende que não exista nenhum apuramento de responsabilidades quando um serviço é pago.
Se nós, quando vamos a um restaurante e nos é servida comida de má qualidade podemos reclamar e ver a comida substituída (ou não a pagar), porque não se pode fazer o mesmo neste serviço público? Afinal, quando pagamos, temos o direito de receber um serviço completo.
A título de exemplo, quero referir que o mesmo aconteceu, há vários anos, mas em sentido contrário. No entanto, os CTT em Portugal entregaram o pacote danificado ao seu destinatário, depois de o registarem em fotografia e aceitaram a queixa do destinatário. Sem mais perguntas! Sei que, mais tarde, a pessoa foi compensada pela perda com o valor dispendido no envio.
É triste que em Macau não levem em consideração os clientes e nos tratem como se fosse nossa obrigação aceitar tudo o que nos querem impor. A verdade é que, em particular neste serviço que é superiormente dirigido por uma pessoa que muito estimo e que acredito não estar a par de todos estes abusos cometidos pelos seus subordinados, os funcionários algumas vezes agem como se fossem donos do mundo. Não todos, é claro. À semelhança do director, também outros trabalhadores há que merecem o nosso respeito e consideração.No entanto, por vezes, uma pequena parte e a forma como a instituição presta o serviço dão, por um motivo ou outro, uma muito má imagem para o exterior.
Uma pergunta com que, decerto, já muitos de nós nos deparámos. Já não é a primeira vez que aqui escrevo sobre o serviço de correios que temos no território. Lembro-me que da primeira vez foi com o correio urgente, que acabava por chegar mais tarde do que o ordinário.
Desta vez foi apenas correio ordinário e pessoal vindo de Portugal. Por razões pessoais tive de fazer um pedido de Galos de Barcelos artesanais, feitos de encomenda, que foram enviados para Macau em três caixas e em três períodos diferentes.
A primeira a chegar vinha danificada, mas nada de preocupante. No entanto, ao abri-la em casa, deparei com o triste cenário de perto de uma dezena de estatuetas destruídas. Na altura nada fiz, porque estava à espera de mais duas caixas e, caso estivesse tudo em ordem, a danificação de dez galos em nada afectaria o planeado. Na chegada da segunda e terceira caixas, que acabaram por ser entregues ao mesmo tempo, mesmo que tenham sido despachadas em datas diferentes em Portugal, deparei com o cenário que se pode ver na fotografia. As caixas dentro de sacos plásticos, atadas com elásticos e abertas em vários locais. Mais parecia que tinham estado à chuva e anos em viagem.
Estranhando o facto, pedi para que fossem abertas no local para verificação do seu conteúdo. Tal tornou a cena ainda mais desoladora. Só na primeira caixa, a que estava mais mal tratada, estavam 15 galos destruídos de tal forma, que não há qualquer recuperação possível.
Perante tal situação, perguntei o que poderia ser feito, ao que me foi respondido, de muita má vontade e num tom de voz pouco indicado, que poderia apresentar queixa, mas, logo à partida, apressaram-se a dizer que a culpa não seria dos Correios de Macau! Afinal a caixa tinha chegado assim.
Depois de inspeccionar as caixas e ver que grande parte das estatuetas estava, de facto, destruída, acabei por mostrar o desejo de apresentar reclamação. A tal pedido veio um sujeito, que presumi ser o chefe de estação, tal não fora a sua atitude autoritária, que me perguntou qual a razão da queixa. A quem se juntou uma funcionária a ajudar à causa.
Formulários para a frente, formulários para trás, acabo por descobrir que, nos Correios de Macau, se queremos apresentar queixa, seja do que for, temos de saber Chinês ou, espantem-se, Francês, pois os formulários existentes apenas estão escritos nestas duas línguas. Algo que nunca tinha visto por estas paragens ao longo de todos estes anos!
Mais me foi dito que, se apresentasse queixa, mesmo depois de todos terem inspeccionado o conteúdo da caixa, perderia todos os direitos sobre os artigos, não os podendo levar comigo (nem mesmo os que ainda estavam em condições!). Perante tal exigência, acabei por não apresentar queixa porque, por experiência própria, a queixa, possivelmente, iria arrastar-se por meses e não iria dar em nada. Tal já tinha sucedido antes com um caso do EMS.
Acabei, por isso, por sair dos Correios de Macau com os Galos de Barcelos, partidos e inteiros, assim como todos os outros itens (estes não eram quebráveis para minha felicidade) que vinham dentro das duas últimas caixas. Os gastos foram avultados e o prejuízo foi todo meu. Os Correios nenhuma responsabilidade assumiram e, apesar de prestarem um serviço público e de os ordenados dos seus funcionários serem pagos pelos impostos de todos nós, tratam-nos como se fossemos nós os empregados deles.
Ao sair do balcão 1 do Edifício Central, resignado com a situação e decidido a encaixar os prejuízos causados por um serviço que foi pago e que custou mais de 500 patacas (pago na origem em Portugal), ainda foi possível ouvir os funcionários a criticar o facto de eu querer apresentar queixa, como se tal fosse algo de muito extraordinário.
Há falta de civismo em muitos locais em Macau e, em particular neste caso, os funcionários comportaram-se como se o cliente fosse o culpado da situação que fora «criada» pelo serviço que prestam.
Acredito que os Correios de Macau tenham recebido a «mercadoria» na situação em que foi entregue ao destinatário, porém, não se compreende que não exista nenhum apuramento de responsabilidades quando um serviço é pago.
Se nós, quando vamos a um restaurante e nos é servida comida de má qualidade podemos reclamar e ver a comida substituída (ou não a pagar), porque não se pode fazer o mesmo neste serviço público? Afinal, quando pagamos, temos o direito de receber um serviço completo.
A título de exemplo, quero referir que o mesmo aconteceu, há vários anos, mas em sentido contrário. No entanto, os CTT em Portugal entregaram o pacote danificado ao seu destinatário, depois de o registarem em fotografia e aceitaram a queixa do destinatário. Sem mais perguntas! Sei que, mais tarde, a pessoa foi compensada pela perda com o valor dispendido no envio.
É triste que em Macau não levem em consideração os clientes e nos tratem como se fosse nossa obrigação aceitar tudo o que nos querem impor. A verdade é que, em particular neste serviço que é superiormente dirigido por uma pessoa que muito estimo e que acredito não estar a par de todos estes abusos cometidos pelos seus subordinados, os funcionários algumas vezes agem como se fossem donos do mundo. Não todos, é claro. À semelhança do director, também outros trabalhadores há que merecem o nosso respeito e consideração.No entanto, por vezes, uma pequena parte e a forma como a instituição presta o serviço dão, por um motivo ou outro, uma muito má imagem para o exterior.
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