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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O CLARIM - Semanário Católico de Macau

Lei pode resolver problemas do trânsito

MUITO se tem falado sobre a qualidade dos condutores de Macau e do trânsito que, a cada dia que passa, se torna cada vez mais caótico. No entanto, acredito que, se as leis do trânsito fossem seguidas à risca, muito mudaria e a circulação seria muito mais fluida.

Para quem conduz em Macau, percorrer as estradas diariamente é uma aventura que, não poucas vezes, acaba mal. Contudo, eventuais acidentes poderiam, muitas vezes, ser evitados, se todos seguissem as regras que aprenderam nos bancos das escolas de condução.

Daí que, se parte do problema é os condutores não seguirem as regras básicas da circulação rodoviária, faz todo o sentido que os responsáveis do sector comecem por ter isso em conta, ao procurarem solucionar o problema do trânsito.

Ainda me lembro que, no início dos anos 90, na Europa passou-se a criar uma mentalidade, instituída superiormente, que ficou conhecida como «tolerância zero». De um dia para o outro, as autoridades rodoviárias deixaram de ser complacentes para com os prevaricadores, aplicando a lei à letra e não havendo lugar a qualquer tipo de excepção.

Na altura, muitas vozes se levantaram, houve manifestações e mini-revoltas de pessoas que não se conformavam com o facto de, numa sociedade de Direito, terem de seguir regras tão restritivas.

Pergunto-me: afinal, quando se faz o exame de condução e de código não temos de saber a teoria e conduzir bem? Por que razão, depois de ter a carta, passamos a conduzir mal?

Em Macau, a exigência dos exames práticos e teóricos não é inferior à da Europa. Basta ir ao website da Direcção dos Serviços de Assuntos de Tráfego e tentar fazer os exames teóricos que ali estão disponíveis. Em nada ficam atrás do exame que fiz quando tirei a carta de condução, em Coimbra, há uns anos.

Ora, se o ensino e o exame são semelhantes, algo estará errado no sistema. Possivelmente, estamos perante um problema que tem a sua raiz na forma de aplicação da mesma lei…

Nunca vi em Macau um agente da autoridade mandar parar um condutor porque este não respeitou um peão na passadeira, ou porque pisou um risco contínuo. Portanto, se a lei não é aplicada, como se pode exigir que as pessoas conduzam bem e que o trânsito seja fluído?

Se a polícia e os outros agentes envolvidos na regulação do trânsito começarem a ter coragem para aplicar a lei, sem darem lugar a qualquer tipo de clientelismo ou excepções, as mentalidades rapidamente mudam. Excessos de velocidade, pisar o risco contínuo, mudar de direcção sem fazer sinal, desrespeitar sinais vermelhos, prioridades e sinais de STOP, são apenas alguns exemplos dos inúmeros atropelos que diariamente se vêm nas ruas de Macau.

Mas, como em tudo, o exemplo tem mesmo de vir de cima. E, neste caso, os senhores que conduzem carros e motorizadas da polícia terão de ser os primeiros a dar o exemplo. Não esquecendo todos os outros condutores que andam atrás do volante de carros do Governo.

Se assim for, penso que todos começarão a cumprir e o trânsito em Macau acabará por ser mais disciplinado.

Quanto às críticas, que com toda a certeza surgirão quando as autoridades começarem a aplicar a lei à letra, bastará dizer que a lei é igual para todos e para ser cumprida por todos os cidadãos.

Até lá, resta-nos sonhar com uma cidade onde todos se respeitem e saibam cumprir os mínimos de decência de vida em sociedade.

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