POR vezes queixamo-nos da falta de limpeza e, quase sempre, as culpas acabam nos ombros de quem menos se pode defender, sejam eles os turistas que vão e vêem, ou os não-residentes que afluem aos milhares para trabalhar em Macau. Será verdade, mas importa notar que quem aqui vive também tem a sua quota-parte na sujidade. Falo por experiência própria, pois no prédio onde resido travo uma batalha constante, muitas vezes muda, contra quem insiste em deixar lixo nos corredores e atirar resíduos pelas janelas. No meu andar resolvi o problema com um aviso para não deixarem lixo no chão. Até ao momento tem funcionado e quem ali vive (são quatro apartamentos no mesmo piso) parece estar a colaborar com a mensagem. Já nos pisos acima, como nos da parte de baixo, a falta de educação cívica continua a reinar! Desde sacos de «snacks» a beatas de cigarros, de tudo um pouco se vai encontrando pelos corredores.
Cabe a todos os Meios de Comunicação Social e aos chineses em particular, visto a grande maioria dos residentes falar apenas chinês, educar as pessoas e fazer passar a mensagem de que deitar lixo no chão, atirar resíduos pelas janelas ou cuspir para o chão, é falta de educação pura e simples. É feio, porco e mau! As mensagens infantis do Governo não chegam e nada resolvem. Para que as pessoas tomem atenção e levem o recado a sério deve-se adoptar uma postura rígida e mesmo agressiva.
Sei de locais onde os residentes chegaram ao ponto de ter de afixar mensagens do tipo: «Se gosta de viver como um porco, faça-o dentro de casa. Os vizinhos não são obrigados a viver como você!» Ou «Não seja um porco, não deixe lixo no chão!». E, mesmo assim, de pouco tem valido, porque a maioria dos residentes (muitos deles acabados de vir do Continente) estão-se nas tintas para os bons costumes aqui da terra e continuam a comportar-se como se estivessem do outro lado da fronteira, à beira de um campo de arroz.
A verdade é que é difícil obrigar os outros a serem higiénicos. Nem todos vivemos em prédios com associações de condóminos, nem com empresas que fazem a limpeza diária dos locais comuns. Se mesmo nesses locais organizados é difícil obrigar as pessoas, imagine-se nos prédios onde não existem associações de condóminos. É uma tarefa quase impossível; aliás, cada vez que se chama alguém à atenção ainda somos insultados.
Não se vislumbra uma solução que seja fácil e, seja ela qual for, terá de passar certamente, antes de mais, por campanhas de educação e por um sistema de coimas eficiente e em que todos participem. Actualmente, se apresentamos queixa de alguém ter feito lixo, somos tratados como se fôssemos nós os criminosos, razão pela qual poucos são os que se dão ao trabalho de apresentar queixa às autoridades.
Nas ruas temos uma empresa concessionária que deveria ser responsável pela manutenção da limpeza, mas isso nem sempre acontece. A CSR (Companhia de Sistemas de Resíduos) recolhe o lixo e limpa as ruas, mas não parece muito competente naquilo que faz, porque os resultados são pouco visíveis. É evidente que, se não houver colaboração de todos, a empresa sozinha pouco pode fazer por muitos meios que tenha.
Um exemplo elucidativo
Recentemente, na rua onde vivo, na Calçada do Monte, um dos prédios teve um problema eléctrico, tendo sido chamada a CEM (Companhia de Electricidade de Macau) de madrugada para resolver o problema. Por volta das sete da manhã, quando fui à rua, vi três viaturas da CEM e vários elementos da empresa a tentar resolver o problema. Fizeram o que tinham a fazer, restabeleceram o abastecimento eléctrico ao edifício e abandonaram o local depois do serviço terminado. Ao fazê-lo, porém, nem sequer se preocuparam em limpar a sujidade que fizeram na entrada do edifício e no passeio público.
Na noite desse mesmo dia, voltando a passar por ali, verifiquei que o lixo ainda lá se encontrava: desde fita-isoladora, a braçadeiras plásticas e restos de cabos eléctricos. Um pouco de tudo se encontrava no local, sem que os funcionários da CEM se tenham preocupado sequer em chamar a CSR para que procedesse à limpeza adequada da zona. Por sorte, nesse dia choveu copiosamente, o que ajudou a «limpar» aquele espaço, afastando os resíduos ali abandonados. O restante, que não foi levado pelas águas da chuva, foi limpo pela proprietária do restaurante ali próximo, por estar mesmo ao lado do local onde se amontoava o lixo.
Não seria obrigação da CEM, neste caso concreto, limpar toda a zona e deixar o local em perfeitas condições de limpeza?
Cabe a todos os Meios de Comunicação Social e aos chineses em particular, visto a grande maioria dos residentes falar apenas chinês, educar as pessoas e fazer passar a mensagem de que deitar lixo no chão, atirar resíduos pelas janelas ou cuspir para o chão, é falta de educação pura e simples. É feio, porco e mau! As mensagens infantis do Governo não chegam e nada resolvem. Para que as pessoas tomem atenção e levem o recado a sério deve-se adoptar uma postura rígida e mesmo agressiva.
Sei de locais onde os residentes chegaram ao ponto de ter de afixar mensagens do tipo: «Se gosta de viver como um porco, faça-o dentro de casa. Os vizinhos não são obrigados a viver como você!» Ou «Não seja um porco, não deixe lixo no chão!». E, mesmo assim, de pouco tem valido, porque a maioria dos residentes (muitos deles acabados de vir do Continente) estão-se nas tintas para os bons costumes aqui da terra e continuam a comportar-se como se estivessem do outro lado da fronteira, à beira de um campo de arroz.
A verdade é que é difícil obrigar os outros a serem higiénicos. Nem todos vivemos em prédios com associações de condóminos, nem com empresas que fazem a limpeza diária dos locais comuns. Se mesmo nesses locais organizados é difícil obrigar as pessoas, imagine-se nos prédios onde não existem associações de condóminos. É uma tarefa quase impossível; aliás, cada vez que se chama alguém à atenção ainda somos insultados.
Não se vislumbra uma solução que seja fácil e, seja ela qual for, terá de passar certamente, antes de mais, por campanhas de educação e por um sistema de coimas eficiente e em que todos participem. Actualmente, se apresentamos queixa de alguém ter feito lixo, somos tratados como se fôssemos nós os criminosos, razão pela qual poucos são os que se dão ao trabalho de apresentar queixa às autoridades.
Nas ruas temos uma empresa concessionária que deveria ser responsável pela manutenção da limpeza, mas isso nem sempre acontece. A CSR (Companhia de Sistemas de Resíduos) recolhe o lixo e limpa as ruas, mas não parece muito competente naquilo que faz, porque os resultados são pouco visíveis. É evidente que, se não houver colaboração de todos, a empresa sozinha pouco pode fazer por muitos meios que tenha.
Um exemplo elucidativo
Recentemente, na rua onde vivo, na Calçada do Monte, um dos prédios teve um problema eléctrico, tendo sido chamada a CEM (Companhia de Electricidade de Macau) de madrugada para resolver o problema. Por volta das sete da manhã, quando fui à rua, vi três viaturas da CEM e vários elementos da empresa a tentar resolver o problema. Fizeram o que tinham a fazer, restabeleceram o abastecimento eléctrico ao edifício e abandonaram o local depois do serviço terminado. Ao fazê-lo, porém, nem sequer se preocuparam em limpar a sujidade que fizeram na entrada do edifício e no passeio público.
Na noite desse mesmo dia, voltando a passar por ali, verifiquei que o lixo ainda lá se encontrava: desde fita-isoladora, a braçadeiras plásticas e restos de cabos eléctricos. Um pouco de tudo se encontrava no local, sem que os funcionários da CEM se tenham preocupado sequer em chamar a CSR para que procedesse à limpeza adequada da zona. Por sorte, nesse dia choveu copiosamente, o que ajudou a «limpar» aquele espaço, afastando os resíduos ali abandonados. O restante, que não foi levado pelas águas da chuva, foi limpo pela proprietária do restaurante ali próximo, por estar mesmo ao lado do local onde se amontoava o lixo.
Não seria obrigação da CEM, neste caso concreto, limpar toda a zona e deixar o local em perfeitas condições de limpeza?
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