OS RESPONSÁVEIS pelo segundo sector mais importante de Macau, o Turismo, parece que, finalmente, deram ouvidos às gentes da terra! Passados estes anos a dirigir quem nos visita, chegaram à conclusão que o sector tem de passar a apostar na qualidade e não na quantidade.
Apetece-me dizer «Eureka!». Não sei há quantos anos a Imprensa (portuguesa, chinesa e inglesa) vem dizendo que Macau precisa de turistas de qualidade que tragam valor acrescentado, não apenas dinheiro.
Turistas de pé descalço, por muito dinheiro que tenham, mas que cospem para o chão e «mijam» (desculpem o calão, mas tinha mesmo de ser forte) na esquina do edifício dos Correios, não interessam a ninguém, muito menos a Macau, que se quer como destino turístico de nível mundial.
A classe dirigente da RAEM, apesar de genérica e reconhecidamente irem fazendo um bom trabalho, pecam, porém, pelo menos neste aspecto. Estão completamente alheados da realidade, vivendo numa redoma que não lhes permite ver o que se passa cá em baixo. Se, como nós, simples «ralé», andassem na rua a pé, em vez de nos «carros pretos», facilmente chegariam à conclusão que Macau precisa de turistas com qualidade. Para disso se aperceber, basta passar no Largo do Senado à hora de almoço e ver o reboliço que ali vai, com pessoas a cuspir para o chão, a tirar «macacos» do nariz e a gritar e empurrar tudo quanto mexe, sentados no chão ou de cócoras no meio da multidão.
Será este o postal que se quer para o território? Com toda a franqueza, quero acreditar que Macau e as suas gentes merecem melhor e, certamente, com a capacidade profissional de quem aqui reside e trabalha, saberemos fazer melhor do que aquilo que foi feito até agora.
A qualidade do turismo local e daqueles que nos visitam depende do que formos capazes de lhes oferecer e do que for promovido lá fora. A par disso, depende também dos turistas que deixarmos entrar em Macau. A qualidade de que falam os responsáveis do turismo da RAEM julgo estar relacionada com as capacidades socioculturais de quem nos visita e não na sua capacidade financeira. É que, se for dependente desta última característica, temo que não sairemos da cepa torta, pois, como é do conhecimento de todos, ter dinheiro na carteira nem sempre corresponde a ser educado e bem formado. Antes pelo contrário, não é raro ver quem é abastado tornar-se arrogante, mal-educado e pouco respeitador das tradições e bons-costumes locais. O facto de terem poder de compra leva a que pensem ser donos do mundo, quer se trate de ricos chineses, de ocidentais ou de pessoas de qualquer outra proveniência.
Quando os dirigentes do Turismo de Macau afirmam que o futuro do sector no território tem de passar pela qualidade da oferta a quem nos visita, lembro-me de políticas pouco ortodoxas seguidas por alguns países, na tentativa de «escolherem» quem os visita. Na Ásia temos o exemplo do Reino do Butão que, além de quotas anuais por nacionalidade, obriga todo aquele que deseja visitar o País a comprometer-se em gastar um determinado montante de dinheiro, condições exigidas aquando do pedido do visto de entrada. Assim, segundo os dirigentes desses países, conseguem manter de fora grande número de turistas com poucos recursos e controlar o número de pessoas que os visitam, e assegurar que um fluxo constante de verbas entre anualmente no País, tornando assim sustentável um turismo de qualidade e em pequenas quantidades. O número de pessoas que os visitam é diminuto, mas o que gastam «per capita» é elevado.
Será uma boa estratégia para Macau apostar em turistas ricos, nomeadamente grandes apostadores, assegurando que gastem milhões cada vez que entram na RAEM?
Pessoalmente, não penso que seja essa a solução adequada. Os turistas de que Macau precisa nesta fase não são do género daqueles que frequentam as salas de «baccarat». Esses que deixam a carteira nas mesas do casino já estão mais do que conquistados!
Agora precisamos é de cativar quem se interesse por cultura e outras vertentes do entretenimento e mesmo pelo sector dos grandes eventos e convenções. Aí, sim, julgo estar o futuro de Macau e das suas gentes.
Apetece-me dizer «Eureka!». Não sei há quantos anos a Imprensa (portuguesa, chinesa e inglesa) vem dizendo que Macau precisa de turistas de qualidade que tragam valor acrescentado, não apenas dinheiro.
Turistas de pé descalço, por muito dinheiro que tenham, mas que cospem para o chão e «mijam» (desculpem o calão, mas tinha mesmo de ser forte) na esquina do edifício dos Correios, não interessam a ninguém, muito menos a Macau, que se quer como destino turístico de nível mundial.
A classe dirigente da RAEM, apesar de genérica e reconhecidamente irem fazendo um bom trabalho, pecam, porém, pelo menos neste aspecto. Estão completamente alheados da realidade, vivendo numa redoma que não lhes permite ver o que se passa cá em baixo. Se, como nós, simples «ralé», andassem na rua a pé, em vez de nos «carros pretos», facilmente chegariam à conclusão que Macau precisa de turistas com qualidade. Para disso se aperceber, basta passar no Largo do Senado à hora de almoço e ver o reboliço que ali vai, com pessoas a cuspir para o chão, a tirar «macacos» do nariz e a gritar e empurrar tudo quanto mexe, sentados no chão ou de cócoras no meio da multidão.
Será este o postal que se quer para o território? Com toda a franqueza, quero acreditar que Macau e as suas gentes merecem melhor e, certamente, com a capacidade profissional de quem aqui reside e trabalha, saberemos fazer melhor do que aquilo que foi feito até agora.
A qualidade do turismo local e daqueles que nos visitam depende do que formos capazes de lhes oferecer e do que for promovido lá fora. A par disso, depende também dos turistas que deixarmos entrar em Macau. A qualidade de que falam os responsáveis do turismo da RAEM julgo estar relacionada com as capacidades socioculturais de quem nos visita e não na sua capacidade financeira. É que, se for dependente desta última característica, temo que não sairemos da cepa torta, pois, como é do conhecimento de todos, ter dinheiro na carteira nem sempre corresponde a ser educado e bem formado. Antes pelo contrário, não é raro ver quem é abastado tornar-se arrogante, mal-educado e pouco respeitador das tradições e bons-costumes locais. O facto de terem poder de compra leva a que pensem ser donos do mundo, quer se trate de ricos chineses, de ocidentais ou de pessoas de qualquer outra proveniência.
Quando os dirigentes do Turismo de Macau afirmam que o futuro do sector no território tem de passar pela qualidade da oferta a quem nos visita, lembro-me de políticas pouco ortodoxas seguidas por alguns países, na tentativa de «escolherem» quem os visita. Na Ásia temos o exemplo do Reino do Butão que, além de quotas anuais por nacionalidade, obriga todo aquele que deseja visitar o País a comprometer-se em gastar um determinado montante de dinheiro, condições exigidas aquando do pedido do visto de entrada. Assim, segundo os dirigentes desses países, conseguem manter de fora grande número de turistas com poucos recursos e controlar o número de pessoas que os visitam, e assegurar que um fluxo constante de verbas entre anualmente no País, tornando assim sustentável um turismo de qualidade e em pequenas quantidades. O número de pessoas que os visitam é diminuto, mas o que gastam «per capita» é elevado.
Será uma boa estratégia para Macau apostar em turistas ricos, nomeadamente grandes apostadores, assegurando que gastem milhões cada vez que entram na RAEM?
Pessoalmente, não penso que seja essa a solução adequada. Os turistas de que Macau precisa nesta fase não são do género daqueles que frequentam as salas de «baccarat». Esses que deixam a carteira nas mesas do casino já estão mais do que conquistados!
Agora precisamos é de cativar quem se interesse por cultura e outras vertentes do entretenimento e mesmo pelo sector dos grandes eventos e convenções. Aí, sim, julgo estar o futuro de Macau e das suas gentes.
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