Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Macau, o que é isso?


 
QUE tal chegarmos a um local para comer e apreciar a vista junto a um dos mais idílicos locais nas Caraíbas e nos dizerem, com um sorriso na cara, que somos o primeiro português a visitar o estabelecimento?
Faz-nos sempre sentir especiais ser distinguidos com a honra de sermos os primeiros seja no que for. Deve ser dos nossos genes que vêm do tempo dos nossos antepassados das Descobertas. Especialmente quando se trata de um local onde milhares de turistas passam anualmente, um local que visitei não por ser um destino turístico, nem por ser recomendado no «TripAdvisor» (a bíblia de quem viaja por esse mundo fora). De salientar que também em Macau há muitos estabelecimentos recomendados por este mesmo sítio da Internet que classifica os locais através dos votos dos seus clientes, e não através de um qualquer painel de especialistas, dando-lhe, portanto, mais legitimidade e veracidade aos resultados.
«Big Lee beach bar» foi destino sem qualquer razão aparente, pois nem sequer sabia da sua fama. Mas, logo à chegada, o «grande» Lee acolheu-me com um sorriso no rosto, perguntando-me de que país vinha. A parte de ser português entendeu muito bem e confessou logo que, tanto quanto se lembrava dos três anos de actividade, eu era o primeiro. Mesmo considerando estranho, porque muitos portugueses visitam o País de férias. Já a parte de ser proveniente de Macau foi algo mais complicado de explicar a este americano de Chicago, metendo a nu as debilidades da qualidade da promoção feita pelo Turismo de Macau no exterior.
Comparações feitas com Hong Kong e Las Vegas, lá ficou a saber onde fica Macau e assegurou que, definitivamente, era também o primeiro oriundo de Macau! Portanto, algo orgulhosamente, posso afirmar que me senti um «descobridor» e assim levei o nome de Macau ao outro lado do Mundo, sem que o Turismo gastasse uma pataca.
É triste verificar que o Turismo de Macau gaste milhões em promoções e, num país onde os casinos são também uma forte fonte de receitas e atraem milhões de turistas anualmente, ninguém tenha ideia de onde fica Macau, ou tenham alguma vez ouvido falar da «Las Vegas do Oriente». Nem mesmo pessoas ligadas ao sector dos jogos de fortuna e azar!... As Caraíbas são um mercado potencial, onde abundam jogadores ávidos de outras apostas mais exóticas, mas que é totalmente posto de parte pelas autoridades de Macau.
A história repete-se nas Ilhas Virgens Britânicas, em Curaçao, em Trindade e Tobago, etc. «Macau, o que é isso e onde fica?», ouvi vezes sem conta.
Provavelmente fiz mais para promover Macau em duas semanas, do que o Turismo e os seus milhões em campanhas direccionadas a quem, por natureza, já tem Macau como destino final. De que vale gastar milhões da RAEM a promover Macau em mercados como a China e Hong Kong, Tailândia e Malásia? Todos sabem o que é Macau e aqui vêm com intenção de jogar. O que é preciso para estes mercados tradicionais são operações de charme para cativar e manter clientes.
Em locais como as Caraíbas, onde o jogo também atrai milhões e ninguém cospe ou defeca no chão, são precisas campanhas para tentar convencer alguns dos muitos apostadores a viajar até à Ásia. Começando, claro, por promover o que é Macau: onde fica e o que pode oferecer.
Essa divulgação não se faz com delegações e festinhas. Há que usar métodos mais subtis para ir chamando a atenção, como campanhas em aviões, em veleiros e em barcos de cruzeiro, como vi o Turismo das Filipinas fazer, ou o de Singapura, que tinham publicidade em vários veleiros a navegar por aquelas águas.
Tive oportunidade de conhecer um casal de Singapura que decidiu fazer uma pausa de dois anos na sua vida profissional para navegar pelas Caraíbas e que era apoiado, quase na totalidade das suas despesas, pelo Governo da cidade-Estado, algo que Macau poderia fazer mas não tem visão para tal.
Sendo o Mar das Caraíbas o paraíso da vela e o local de eleição de todos os apaixonados por este modo de vida, tem como suporte publicitário de excelência os veleiros e as suas tripulações. Ninguém fica indiferente a um veleiro quando entra num porto ou quando passa com as velas cheias de vento. Ou mesmo quando vêem as tripulações a passar com os uniformes, ostentando logótipos de certas marcas. Um método simples e eficiente!
Quem está por dentro do mercado da publicidade sabe que nos Estados Unidos a publicidade em veleiros movimenta milhões e gera resultados mais eficientes do que os média tradicionais.
Infelizmente, Macau e o organismo responsável pela sua promoção nem tem qualquer visão neste sentido. Mesmo tendo sido contactados por diversas vezes, continuam a ignorar algo que é cristalino como a água.
O leitor sabe-me explicar como se pode recusar apoios a projectos para levar o nome de Macau aos quatro cantos do mundo, quando – ainda por cima – apenas se pede apoio institucional para levar o nome desta terra? Eu não consigo perceber tanta falta de visão e de vontade!

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