NO seguimento do meu artigo de há duas semanas, em que falava de um bom exemplo dado pelos agentes da autoridade de Macau, não queria deixar passar a oportunidade de referir que bons e maus exemplos vêmo-los em todas as profissões. O referido artigo deu origem a uma série de comentários, uns abonatórios, outros nem tanto!
Se, na generalidade, na Imprensa se aborda mais os maus exemplos, isso se deve ao facto de serem estes a excepção e não a regra. Qualquer profissional tem por obrigação exercer bem a sua função, sendo os erros merecedores de comentários menos positivos e de críticas que se espera sejam construtivas.
Quando feitos de forma construtiva, os comentários são sempre positivos. Quem deles é alvo deve aprender a tirar o melhor proveito e usá-los como forma de aumentar a qualidade do produto do seu trabalho. As críticas que apontam para outro lado, o melhor é esquecê-las e não pensar mais no assunto!
Na verdade, a polícia de Macau, como já foi dito inúmeras vezes, é de boa qualidade e a grande maioria dos agentes são bem formados e dignos da farda que envergam. A qualidade da escola de polícia está acima de qualquer suspeita e tem provas dadas ao longo dos anos.
No entanto, alguns agentes, quando começam a trabalhar na rua,c parece terem esquecido tudo o que aprenderam durante a formação, acabando por denegrir o todo da corporação, levando a que a população tenha a polícia em muito pouca consideração.
O facto dos agentes serem frequentemente visados nas páginas dos jornais e nas redes sociais reflecte apenas a necessidade de haver uma maior fiscalização por parte dos superiores e das comissões – (Macau é a terra delas!) – que foram criadas para assegurar a qualidade. Muitos desculpam os «descuidos», pelo facto de ser um trabalho de rua, em vez de ser num escritório com ar condicionado! Contudo, não nos podemos esquecer que também são feitas muitas críticas a outros funcionários públicos da linha da frente que trabalham em locais com ar condicionado e ambiente controlado. Portanto, o facto de ser um trabalho que tem de lidar com os rigores do clima em nada os desculpa das asneiras que fazem!
Quando me aparecem com essas desculpas, só me apetece dizer que ninguém é obrigado a ser polícia. E se não querem ser alvos de críticas desse tipo, optem por outras profissões. Afinal, pelo que sei, só vai para a polícia quem quer.
Qualquer profissão, especialmente as que lidam diariamente com a população, são constantemente alvo de críticas por parte das pessoas com quem contactam. É da natureza humana apontar apenas os erros…
Por exemplo, os jornalistas, pelo simples facto de fazerem críticas em textos de opinião, ou de abordarem certos temas de forma menos «correcta», são bombardeados com comentários de pessoas que ou não entenderam, ou não concordam com o ponto de vista. Infelizmente, por muito que se tente, não se consegue agradar a todos.
O que me aborrece é o facto de alguns cidadãos não aceitarem que possa haver pessoas com pontos de vista diferentes, assim como pessoas que, no seu direito à opinião, não gostem do trabalho dos agentes (tanto da polícia como de qualquer outro serviço) e sejam alvo de represálias por expressarem a sua opinião livremente. Afinal, temos ou não liberdade de expressão em Macau?
Hipoteticamente, o eu não gostar da polícia em geral não deve ser um factor negativo para a minha vida em sociedade. Assim como não deve ser para outros cidadãos que, possivelmente, não gostem de médicos, ou juízes, ou dos fiscais do fumo, para citar alguns exemplos.
Cada cidadão tem a liberdade de apontar o que pensa estar errado e esperar, da parte das autoridades competentes, que isso seja corrigido, quando tal se justificar.
A verdade é que em Macau, neste caso a polícia, tem muito que melhorar, especialmente no que diz respeito aos agentes que andam à chuva e ao sol. O factor climatérico não pode, nem deve, interferir na sua capacidade de desenvolver e prestar um serviço de qualidade ao cidadão comum. Há muitos agentes policiais que, mesmo perante os rigores do clima de Macau, prestam um serviço exemplar.
Um erro, por pequeno que seja, causa má impressão na população e acaba por manchar a globalidade da corporação, pondo em causa os milhares de agentes que, diariamente, dão o seu melhor, à chuva e ao sol.
É isto que as chefias da corporação devem ter em conta: ver onde estão os maus exemplos e corrigi-los, para que toda a equipa fique a ganhar. Tentar desculpar as chamadas «ovelhas negras» só acaba por prejudicar toda a imagem do grupo.
Por mim, como sempre, andarei por aqui para ir apontando o dedo e aprendendo com as críticas.
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