AQUILO que se anunciava há muito, está agora oficializado. A novela que envolvia a adjudicação dos serviços de autocarros, emperrada desde que a TCM (Sociedade de Transportes Colectivos de Macau, SARL) impugnou o concurso por ter sido excluída, parece ter encontrado a porta de saída. Chegou ao fim a sequela ao estilo de Macau!
Depois de idas e voltas a todos os tribunais, a TCM conseguiu o que queria. Em vez de duas licenças, como o Governo sempre defendeu e para o qual abriu concurso, foram obrigados a criar três! Mantiveram-se as duas existentes, – Transmac (Transportes Urbanos de Macau, SARL) e a referida TCM, – mais a nova empresa, a Reolian, resultado de uma colaboração entre a companhia francesa Veolia e o grupo de Macau H. Nolasco.
A história que envolve o concurso de adjudicação tem contornos com muitas dúvidas, resumindo-se ao facto da TCM ter entregado a proposta fora do prazo por apenas alguns minutos. Razão que levou à sua exclusão inicial. No entanto, não concordando com tal argumentação por parte das autoridades governamentais responsáveis pelo concurso público, lutou em todos os tribunais, recebendo, umas vezes, apoio, noutras, respostas negativas. Mas, no final e como já nos vamos habituando em Macau em casos de conflito com grandes grupos económicos, acabaram por levar adiante a sua vontade e acabaram recebendo também uma das licenças.
Ao que se sabe, a decisão foi tomada porque a nova empresa no mercado acordou em «abrir mão» de 13 das rotas para que a contenda se resolvesse e não se prolongasse indeterminadamente.
A questão que mais me incomoda não é saber se são duas ou três empresas, pois, para mim, até podiam ser cinco ou seis. O que me preocupa, e deve preocupar a maior parte dos utentes, é a qualidade do serviço prestado por cada uma delas e a forma como tal será fiscalizado. Se tudo continuar como até agora, mais vale a pena andarmos a pé.
Todos sabemos que Macau não tem condutores suficientes e os que ainda estão a trabalhar demonstram muita má qualidade. Basta andar de autocarro e passar pela experiência de os sentir parar, abrandar ou arrancar. Entre correrias e ultrapassagens dignas de um piloto do Circuito da Guia, os condutores fazem de tudo. Agora com a entrada de mais um operador em campo, certamente que a tendência é para piorar. Não havendo mais condutores em Macau, – já só com duas companhias havia problemas de recrutamento, – a solução não se adivinha nada fácil. Vai caber à terceira empresa tentar encontrar soluções para contratar os seus funcionários. As companhias já a operar irão, com toda a certeza, manter os que já têm. Contudo, visto o panorama local não ser animador, a Reolin deverá ter de recorrer ao outro lado da fronteira, acabando por cometer os mesmos erros e trazendo a mesma falta de qualidade para Macau.
Contratar a tempo parcial condutores do continente, com todos os perigos que isso apresenta (má qualidade, falta de educação e pouca preparação para conduzir um veículo que transporta dezenas de pessoas), é a solução que menos agrada aos utentes mas talvez a única viável.
Como já disse, não me diz respeito, nem me perturba, serem uma, duas ou três empresas. A única coisa que me interessa é a qualidade e ver se o Governo, como sempre apregoa que vai andar a controlar a qualidade dos transportes públicos, realmente o exige.
A par de exames anuais de reciclagem, pedem-se critérios apertados e regras claras para todos os operadores; pedem-se mecanismos de queixa dos utentes e informação visível e acessível a todos os que vivem em Macau; pede-se às empresas que disponibilizem serviços nas línguas oficiais sem lacunas e recorrendo ao inglês como terceira língua. No interior dos autocarros pede-se, também, informação sonora em cantonense e português e, se possível, em inglês. O caderno de encargos é bastante claro e as empresas devem respeitá-lo.
De nada serve terem autocarros novos se os condutores não os souberem conduzir e continuarem a provocar a queda de passageiros, cada vez que param com os travões a fundo nas paragens ou quando arrancam ainda com as portas abertas. De nada serve se, durante a carreira num autocarro novo, a informação das paragens for apenas dada em chinês. Exige-se, como está estipulado no caderno de encargos do concurso, que toda a informação seja disponibilizada nas duas línguas oficiais.
Aliás, o exemplo deve começar pela Direcção dos Assuntos de Tráfego. Os painéis que colocaram nas paragens de autocarro com informação em tempo real não respeitam as línguas oficiais. A queixa foi endereçada para a DSAT. Foi respondida com a promessa de ser rectificado, mas passados quase seis meses tudo continua na mesma.
Depois de idas e voltas a todos os tribunais, a TCM conseguiu o que queria. Em vez de duas licenças, como o Governo sempre defendeu e para o qual abriu concurso, foram obrigados a criar três! Mantiveram-se as duas existentes, – Transmac (Transportes Urbanos de Macau, SARL) e a referida TCM, – mais a nova empresa, a Reolian, resultado de uma colaboração entre a companhia francesa Veolia e o grupo de Macau H. Nolasco.
A história que envolve o concurso de adjudicação tem contornos com muitas dúvidas, resumindo-se ao facto da TCM ter entregado a proposta fora do prazo por apenas alguns minutos. Razão que levou à sua exclusão inicial. No entanto, não concordando com tal argumentação por parte das autoridades governamentais responsáveis pelo concurso público, lutou em todos os tribunais, recebendo, umas vezes, apoio, noutras, respostas negativas. Mas, no final e como já nos vamos habituando em Macau em casos de conflito com grandes grupos económicos, acabaram por levar adiante a sua vontade e acabaram recebendo também uma das licenças.
Ao que se sabe, a decisão foi tomada porque a nova empresa no mercado acordou em «abrir mão» de 13 das rotas para que a contenda se resolvesse e não se prolongasse indeterminadamente.
A questão que mais me incomoda não é saber se são duas ou três empresas, pois, para mim, até podiam ser cinco ou seis. O que me preocupa, e deve preocupar a maior parte dos utentes, é a qualidade do serviço prestado por cada uma delas e a forma como tal será fiscalizado. Se tudo continuar como até agora, mais vale a pena andarmos a pé.
Todos sabemos que Macau não tem condutores suficientes e os que ainda estão a trabalhar demonstram muita má qualidade. Basta andar de autocarro e passar pela experiência de os sentir parar, abrandar ou arrancar. Entre correrias e ultrapassagens dignas de um piloto do Circuito da Guia, os condutores fazem de tudo. Agora com a entrada de mais um operador em campo, certamente que a tendência é para piorar. Não havendo mais condutores em Macau, – já só com duas companhias havia problemas de recrutamento, – a solução não se adivinha nada fácil. Vai caber à terceira empresa tentar encontrar soluções para contratar os seus funcionários. As companhias já a operar irão, com toda a certeza, manter os que já têm. Contudo, visto o panorama local não ser animador, a Reolin deverá ter de recorrer ao outro lado da fronteira, acabando por cometer os mesmos erros e trazendo a mesma falta de qualidade para Macau.
Contratar a tempo parcial condutores do continente, com todos os perigos que isso apresenta (má qualidade, falta de educação e pouca preparação para conduzir um veículo que transporta dezenas de pessoas), é a solução que menos agrada aos utentes mas talvez a única viável.
Como já disse, não me diz respeito, nem me perturba, serem uma, duas ou três empresas. A única coisa que me interessa é a qualidade e ver se o Governo, como sempre apregoa que vai andar a controlar a qualidade dos transportes públicos, realmente o exige.
A par de exames anuais de reciclagem, pedem-se critérios apertados e regras claras para todos os operadores; pedem-se mecanismos de queixa dos utentes e informação visível e acessível a todos os que vivem em Macau; pede-se às empresas que disponibilizem serviços nas línguas oficiais sem lacunas e recorrendo ao inglês como terceira língua. No interior dos autocarros pede-se, também, informação sonora em cantonense e português e, se possível, em inglês. O caderno de encargos é bastante claro e as empresas devem respeitá-lo.
De nada serve terem autocarros novos se os condutores não os souberem conduzir e continuarem a provocar a queda de passageiros, cada vez que param com os travões a fundo nas paragens ou quando arrancam ainda com as portas abertas. De nada serve se, durante a carreira num autocarro novo, a informação das paragens for apenas dada em chinês. Exige-se, como está estipulado no caderno de encargos do concurso, que toda a informação seja disponibilizada nas duas línguas oficiais.
Aliás, o exemplo deve começar pela Direcção dos Assuntos de Tráfego. Os painéis que colocaram nas paragens de autocarro com informação em tempo real não respeitam as línguas oficiais. A queixa foi endereçada para a DSAT. Foi respondida com a promessa de ser rectificado, mas passados quase seis meses tudo continua na mesma.
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