COMEMORAM-SE amanhã seis décadas de vida da República Popular da China, uma data de grande importância para toda a nação chinesa e que nos deixa cheios de orgulho por vivermos neste grande país. No entanto, por muito que goste de enaltecer o meu país de acolhimento, não é disso que quero escrever. Aliás, nestes dias muito se há-de escrever sobre os 60 anos da China e, tendo eu pouco mais do que metade dessa provecta idade, não terei nenhum conhecimento de causa para me pronunciar sobre a efeméride. O que sei, pelos livros da história ocidental, pouco abona a favor de Pequim, pelo que mais vale estar calado!
O que quero aqui abordar é algo que li recentemente e que, cada vez que passo pelo local, me faz sentir um frio na espinha. Recentemente, a presidente do Instituto Cultural, Heidi Ho, anunciava que a Casa do Mandarim estaria para abrir. Não sei se seria campanha eleitoral fora de época ou se estava a ouvir mais um «bitaite» descabido, como os muitos que a ex-colega manda. A dita casa deve ser assombrada ou ter mau «fong soi». Há vários anos que está a ser recuperada e já por várias vezes foi anunciada a sua abertura ao público; mas, como se pode ver quando por ali se passa, tudo continua fechado a sete chaves!
A verdade é que a Casa do Mandarim é parte importante de todo o Património de Macau e o facto de estar fechada ao público é uma perda enorme para todos nós. A sua recuperação deveria ter sido tarefa de primeira importância e deveria ter sido levada a cabo com toda a seriedade, pois só assim seria possível terminá-la em prazo aceitável, para ser restituída a quem dela tem direito a usufruir: todos nós e quem nos visita.
Milhões têm sido canalizados para a sua recuperação Ao certo ninguém sabe quando foi gasto, ou quanto ainda será preciso gastar nas restantes obras de beneficiação do local. Mas não é o dinheiro a razão deste apontamento. A razão é bem outra. É que o prazo, que se arrasta no tempo, começa a dar indícios de que muitos interesses ocultos devem estar a lucrar com este atraso fenomenal. Bem ao estilo de Macau, o mais impressionante é que, para além de umas interpelações esporádicas de alguns deputados na Assembleia Legislativa, pouco mais se vê na procura da verdade por detrás de todo este processo de recuperação.
Outro aspecto que quero salientar é a forma da sua recuperação. Segundo sei, os trabalhos tinham como objectivo restituir a forma original ao edifício. Será que quando o «mandarim» ali vivia já a casa tinha portão de ferro eléctrico?
Os parquímetros para motociclos
Foi anunciado recentemente que o Governo planeia lançar, a título experimental, lugares de estacionamento pago para veículos de duas rodas. Lembro-me de ter aqui abordado este tema uma ou duas vezes e de sempre ter referido que, ao se avançar para esta medida, havia outros factores a ter em conta.
A criação de parquímetros para veículos de duas rodas não é tão fácil como para os automóveis. Primeiro tem de se ter em conta como se vai processar o pagamento e a sua prova. Deve ter-se em conta também toda a demarcação do lugar de estacionamento porque, se somos obrigados a pagar, teremos de receber algo de volta. Logo, ao ter de pagar por estacionamento, tem de haver uma demarcação no piso para cada veículo.
Um ponto a ter em conta em Macau e de que todos os proprietários de veículos de duas rodas têm conhecimento, é a facilidade com que outros utentes movem os veículos estacionados para conseguirem arranjar um espaço para o seu. Nestes casos, e tendo os veículos estacionados pago a tarifa devida, como se vai proceder ao seu controle, caso o utente seguinte o retire da zona demarcada? Por outro lado, caso não sejam demarcados lugares individuais e caso não haja a emissão de títulos de pagamento, como se pode provar que o utente pagou o tempo devido?
Sendo proprietário de motociclo, e defendendo os parquímetros para veículos de duas rodas há muito tempo, alerto para a necessidade de se ter cuidado com muitos aspectos de carácter técnico.
Por outro lado, ao se introduzirem parquímetros, sejam eles para duas ou quatro rodas, deve-se ter em conta que a maior parte dos prédios de Macau não têm parque de estacionamento. Dou o meu exemplo: no prédio onde comprei casa não existem estacionamentos para venda, pelo que sou obrigado a estacionar na rua. O silo automóvel mais próximo é privado e não disponibiliza lugares mensais; o do Governo, nas proximidades, não tem lugares disponíveis. Qual será, pois, a solução para pessoas na minha situação, se tiver todos os lugares com parquímetro na zona onde vivo? Vou ter de ir, de duas em duas horas, meter a moedinha? Porque não criar, à semelhança de muitas cidades ocidentais, cartões de estacionamento em parquímetros para residentes da área, ou passes de estacionamento que são pagos mensalmente ou anualmente ao Governo?
O que quero aqui abordar é algo que li recentemente e que, cada vez que passo pelo local, me faz sentir um frio na espinha. Recentemente, a presidente do Instituto Cultural, Heidi Ho, anunciava que a Casa do Mandarim estaria para abrir. Não sei se seria campanha eleitoral fora de época ou se estava a ouvir mais um «bitaite» descabido, como os muitos que a ex-colega manda. A dita casa deve ser assombrada ou ter mau «fong soi». Há vários anos que está a ser recuperada e já por várias vezes foi anunciada a sua abertura ao público; mas, como se pode ver quando por ali se passa, tudo continua fechado a sete chaves!
A verdade é que a Casa do Mandarim é parte importante de todo o Património de Macau e o facto de estar fechada ao público é uma perda enorme para todos nós. A sua recuperação deveria ter sido tarefa de primeira importância e deveria ter sido levada a cabo com toda a seriedade, pois só assim seria possível terminá-la em prazo aceitável, para ser restituída a quem dela tem direito a usufruir: todos nós e quem nos visita.
Milhões têm sido canalizados para a sua recuperação Ao certo ninguém sabe quando foi gasto, ou quanto ainda será preciso gastar nas restantes obras de beneficiação do local. Mas não é o dinheiro a razão deste apontamento. A razão é bem outra. É que o prazo, que se arrasta no tempo, começa a dar indícios de que muitos interesses ocultos devem estar a lucrar com este atraso fenomenal. Bem ao estilo de Macau, o mais impressionante é que, para além de umas interpelações esporádicas de alguns deputados na Assembleia Legislativa, pouco mais se vê na procura da verdade por detrás de todo este processo de recuperação.
Outro aspecto que quero salientar é a forma da sua recuperação. Segundo sei, os trabalhos tinham como objectivo restituir a forma original ao edifício. Será que quando o «mandarim» ali vivia já a casa tinha portão de ferro eléctrico?
Os parquímetros para motociclos
Foi anunciado recentemente que o Governo planeia lançar, a título experimental, lugares de estacionamento pago para veículos de duas rodas. Lembro-me de ter aqui abordado este tema uma ou duas vezes e de sempre ter referido que, ao se avançar para esta medida, havia outros factores a ter em conta.
A criação de parquímetros para veículos de duas rodas não é tão fácil como para os automóveis. Primeiro tem de se ter em conta como se vai processar o pagamento e a sua prova. Deve ter-se em conta também toda a demarcação do lugar de estacionamento porque, se somos obrigados a pagar, teremos de receber algo de volta. Logo, ao ter de pagar por estacionamento, tem de haver uma demarcação no piso para cada veículo.
Um ponto a ter em conta em Macau e de que todos os proprietários de veículos de duas rodas têm conhecimento, é a facilidade com que outros utentes movem os veículos estacionados para conseguirem arranjar um espaço para o seu. Nestes casos, e tendo os veículos estacionados pago a tarifa devida, como se vai proceder ao seu controle, caso o utente seguinte o retire da zona demarcada? Por outro lado, caso não sejam demarcados lugares individuais e caso não haja a emissão de títulos de pagamento, como se pode provar que o utente pagou o tempo devido?
Sendo proprietário de motociclo, e defendendo os parquímetros para veículos de duas rodas há muito tempo, alerto para a necessidade de se ter cuidado com muitos aspectos de carácter técnico.
Por outro lado, ao se introduzirem parquímetros, sejam eles para duas ou quatro rodas, deve-se ter em conta que a maior parte dos prédios de Macau não têm parque de estacionamento. Dou o meu exemplo: no prédio onde comprei casa não existem estacionamentos para venda, pelo que sou obrigado a estacionar na rua. O silo automóvel mais próximo é privado e não disponibiliza lugares mensais; o do Governo, nas proximidades, não tem lugares disponíveis. Qual será, pois, a solução para pessoas na minha situação, se tiver todos os lugares com parquímetro na zona onde vivo? Vou ter de ir, de duas em duas horas, meter a moedinha? Porque não criar, à semelhança de muitas cidades ocidentais, cartões de estacionamento em parquímetros para residentes da área, ou passes de estacionamento que são pagos mensalmente ou anualmente ao Governo?
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