CTM mete a «pata» na poça
ESTE artigo vai soar a diário de uma pessoa insatisfeita, mas, como penso não estar sozinho nesta luta, decidi, mesmo assim, escrever.
Às seis e meia da manhã do dia 25 de Fevereiro, já acordado, decidi verificar a minha correspondência electrónica, como faço todos os dias durante a semana. Para surpresa minha, não tinha acesso à Internet em casa através do sistema sem fios que tenho instalado em todo o apartamento. Pensando ser um problema do sistema físico, fiz o que mandam os livros, verificando todas as ligações e, depois de me certificar que tudo estava conforme, desliguei todo o sistema e recomecei-o. De nada valeu. Continuava sem acesso à rede global em casa. Verifiquei o telemóvel, visto que, como muitos de nós, hoje em dia, também por esse meio posso aceder à Internet, e tudo funcionava, acabando por consultar a correspondência ali mesmo. Digamos que às seis e meia da manhã estava com pouca paciência para telefonar para a CTM e ter de explicar tudo, em inglês, a um(a) telefonista que nada iria resolver. Isto, claro, se fosse capaz de me fazer entender, porque maior parte das vezes o nível de entendimento em inglês (para já não falar do português que deveria ser tido como língua principal, ao lado do chinês) é pouco mais que básico! Culpa não do funcionário, mas da empresa que não contrata pessoas competentes, ou não lhes dá o treino devido.
Problema da correspondência resolvido, voltei costas ao problema e fiz-me à vida.
Chegado ao escritório, já esquecido do «glitch» técnico que me tinha deixado mal disposto logo de manhã cedo, ligo o computador, verifico todas as contas de mensagens electrónicas e, como sempre, deixo a privada da CTM para último. Os afazeres profissionais no escritório vêm sempre em primeiro lugar e só se verifica a conta privada caso haja tempo livre para isso.
Ao aceder à caixa de correio da CTM, via «Cyberctm webmail», na página em português, «Sorry, you haven't subscribe the service»! Só aqui me apercebi que pelo telefone também não tinha tido acesso a esta conta!
Nesta altura já me tinha esquecido do que havia ocorrido às seis e meia da manhã. Eram 9 e 15 e tentei ligar a linha 1000, tendo sido atendido, depois de dez minutos de música, por uma telefonista na linha em português, sob a opção Internet, que me perguntou o que queria (em inglês!). Se estava na opção Internet, certamente que não queria tratar de assuntos do telemóvel, certo? Ao ter referido o que se passava, nem tempo me deu para explicar mais, dizendo que me iria transferir para o «Internet Service». Fiquei perplexo! Então, não tinha eu teclado 1000, opção 3 (português, o inglês vem em segundo lugar, antes da língua oficial portuguesa!) e depois opção 2 para Serviços de Internet e 0 para falar com um agente de serviço?
Olhei para o relógio dessa manhã de sexta-feira e marcava 9:17. Ouvi música e uma voz que, de tempos a tempos, em Chinês, Inglês e Português, me ia dizendo que estavam todos muito ocupados e que, em breve, iria ser atendido. Às 9.38, depois de muita música, alguém atendeu a minha chamada que estava em espera, para me dizer o que a voz gravada me vinha repetindo incontáveis vezes! Depois, perguntando se era urgente e, em tal caso, para deixar o meu contacto e que alguém me iria telefonar mais tarde!
Sendo urgente, será que se coadunava com esperar por um telefonema mais tarde e que, hipoteticamente, nunca iria chegar? Quando me preparava para deixar o número de telefone, e como estranhei o silêncio do outro lado da linha, deparei que me tinha desligado a chamada na cara, sem apelo nem agravo!
O problema devia-se a não ter sido feito o pagamento da conta. Contudo, apesar de estarem certos e com direito a cortarem-me o sinal, algo deveriam ter feito para me avisar. Quando me desloquei à empresa para pagar outras contas, como sempre faço, nada me foi dito (apesar de estarem todas sob o mesmo nome e endereço). Nem um telefonema me fizeram a avisar. Dizem ter enviado um «email»! De que serviria, se eu não tinha acesso a ele?
Sei não estar sozinho nesta onda de insatisfação perante o serviço da CTM. Basta falar com conhecidos para ouvir queixas das mais variadas, sejam elas relativas aos telemóveis (onde felizmente temos outras opções), seja relativo à linha fixa (onde não parece haver grandes problemas, visto o serviço ser invariavelmente mau e de pouco uso), ou seja acerca da Internet (onde, infelizmente, não temos opções e considero que o Governo deveria tomar uma posição para resolver o problema).
Macau, que pretende ser um território evoluído e que se promove como cidade internacional, precisa urgentemente de mais opções para serviços de Internet. Só havendo outro(s) concorrente(s) que ofereçam serviços idênticos, a CTM se verá «obrigada» a melhorar os seus e os cidadãos poderão ter acesso a um serviço mais desenvolvido.
O serviço da Internet da CTM é deplorável e caro. A velocidade de acesso é arrepiantemente lenta, quando comparada com as velocidades (efectivas e reais) que se praticam noutros países (basta ir a Hong Kong, se não quisermos comparar com a Europa). Nós que pagamos merecemos melhor. Merecemos, pelo menos, respeito e sinceridade.
Todos temos problemas e, caso sejam reconhecidos, certamente todos iremos entender e ser mais tolerantes. A postura de que a culpa é sempre do outro não nos serve. Logo que haja outra opção, mesmo que pior, serei dos primeiros a experimentar, até que a CTM se decida a tratar os clientes com respeito e seriedade.
Chega de arrogância, mau serviço e falta de educação e respeito.
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