UM dos maiores ícones do património de Macau, a Fortaleza do Monte, merece ser preservada e mantida em perfeitas condições. Mas quem por ali passeia ao fim do dia sabe que tal anseio está bem longe da realidade. As paredes e as peças de artilharia no exterior estão cheias de exemplos de falta de civismo de quem nos visita. Aliás, também o próprio piso nos mostra bem que há muita gente que não foi educada convenientemente no que diz respeito ao comportamento em sociedade.
É uma vergonha ver o estado a que chegou o seu exterior. Quanto ao interior, nem me quero pronunciar, já que, visto de fora, suscita pouca vontade e interesse em ver o que está lá dentro. E se o que vemos ao chegar não nos agrada, imaginem o que pensam os que se decidem a entrar!
A verdade é que, por fora, a imagem que nos é dada do exterior não é muito convidativa. Parece que existem duas fortalezas. Uma, virada para as Ruínas de São Paulo, bem iluminadas, com bancos e bem tratada; outra, dos outros dois lados, voltada para a zona do hospital Kiang Wu, às escuras, sem bancos e sem caixotes de lixo. Um local que à noite se torna inseguro e pouco aconselhável a quem por ali queira dar umas voltas com tranquilidade.
Torna-se difícil entender tal modo de actuar por parte do Governo. A rede de iluminação está instalada em toda a periferia da estrutura, mas, inexplicavelmente, apenas no percurso que vai da entrada (que fica nas traseiras, na Estrada dos Artilheiros) até à zona de jardim que dá acesso às Ruínas de São Paulo, está ligada durante a noite. Todo o restante percurso que circunda a Fortaleza permanece desligado, deixando na escuridão e, consequentemente, com falta de segurança, toda aquela zona para quem por ali queira passear.
De salientar ainda que não existe segurança, nem mesmo policiamento do local, para já não falar de vídeo-vigilância, o que pode dar azo às mais variadas e indesejáveis situações. Felizmente, ainda não aconteceu nada de grave, apesar de haver relatos de pessoas (especialmente do sexo feminino) que são assediadas nessas zonas mais recônditas e sem iluminação.
Não havendo seguranças nem agentes da autoridade no local, até a apresentação de queixas provoca algum receio, pois quem, eventualmente, tenha visto qualquer coisa de anormal na zona, não quer intrometer-se em assuntos que não lhe dizem respeito, optando por fingir que nada viu. E as vítimas, muitas vezes, para evitarem o vexame público, preferem normalmente não dizer nada.
Como resido na zona há já alguns anos, ali me desloco diariamente com o meu cão, tendo já assistido a cenas menos propícias, especialmente de exibicionismo e mesmo outros actos bem mais condenáveis e que não deveriam ser presenciados naquele local.
Tal como eu, muitos outros residentes ali se dirigem, sendo o local bastante frequentado, principalmente à noite, por famílias e pessoas idosas.
Durante o dia, devido à afluência de turistas àquele local, os residentes evitam por ali andar, porque a confusão é muita e a falta de civismo de quem nos visita é cada vez menor. Mas à noite, e sem outras opções nas redondezas, nós que ali vivemos aproveitamos para desfrutar do local o mais possível.
A falta de policiamento poderia ser resolvida colocando uma caixinha da polícia em cada extremo da estrutura, obrigando assim o agente a ter de ali passar, pelo menos para «picar o ponto». Não sendo um policiamento constante, serviria como elemento dissuasor para quem ali se desloca com segundas intenções. Para nós, residentes, serviria de consolo saber que, de tempos a tempos, cruzaríamos com um agente da autoridade. Não seria pedir muito, penso eu. Os agentes têm uma dessas caixinhas de metal na calçada à entrada da Fortaleza, bastaria deslocá-la para a zona mais distante.
Um episódio triste
No final de uma volta completa à fortaleza com o meu animal de estimação deparei, logo após a esquina onde está o canhão apontado para o lado do Grande Lisboa, com um casalinho de chineses do continente a inscreverem o seu nome na parede do monumento para a posteridade! Não estive com meias medidas e chamei-os à atenção. De nada valeu porque, apesar de terem parado quando lhes disse que era errado o que estavam a fazer, assim que virei costas a caminho de casa, voltaram à tarefa para acabar a sua «obra-prima». Ainda tentei encontrar um agente da autoridade para o alertar, mas, como é usual na zona àquela hora, não consegui ver nenhum. Não me restou senão continuar o meu caminho e escrever este apontamento, com a esperança de que as autoridades e o Governo se decidam, por um lado, a ligar a iluminação em toda a extensão exterior da Fortaleza e, por outro, a colocarem policiamento ou segurança 24 horas, para que o património seja preservado e as pessoas se sintam em segurança.
É uma vergonha ver o estado a que chegou o seu exterior. Quanto ao interior, nem me quero pronunciar, já que, visto de fora, suscita pouca vontade e interesse em ver o que está lá dentro. E se o que vemos ao chegar não nos agrada, imaginem o que pensam os que se decidem a entrar!
A verdade é que, por fora, a imagem que nos é dada do exterior não é muito convidativa. Parece que existem duas fortalezas. Uma, virada para as Ruínas de São Paulo, bem iluminadas, com bancos e bem tratada; outra, dos outros dois lados, voltada para a zona do hospital Kiang Wu, às escuras, sem bancos e sem caixotes de lixo. Um local que à noite se torna inseguro e pouco aconselhável a quem por ali queira dar umas voltas com tranquilidade.
Torna-se difícil entender tal modo de actuar por parte do Governo. A rede de iluminação está instalada em toda a periferia da estrutura, mas, inexplicavelmente, apenas no percurso que vai da entrada (que fica nas traseiras, na Estrada dos Artilheiros) até à zona de jardim que dá acesso às Ruínas de São Paulo, está ligada durante a noite. Todo o restante percurso que circunda a Fortaleza permanece desligado, deixando na escuridão e, consequentemente, com falta de segurança, toda aquela zona para quem por ali queira passear.
De salientar ainda que não existe segurança, nem mesmo policiamento do local, para já não falar de vídeo-vigilância, o que pode dar azo às mais variadas e indesejáveis situações. Felizmente, ainda não aconteceu nada de grave, apesar de haver relatos de pessoas (especialmente do sexo feminino) que são assediadas nessas zonas mais recônditas e sem iluminação.
Não havendo seguranças nem agentes da autoridade no local, até a apresentação de queixas provoca algum receio, pois quem, eventualmente, tenha visto qualquer coisa de anormal na zona, não quer intrometer-se em assuntos que não lhe dizem respeito, optando por fingir que nada viu. E as vítimas, muitas vezes, para evitarem o vexame público, preferem normalmente não dizer nada.
Como resido na zona há já alguns anos, ali me desloco diariamente com o meu cão, tendo já assistido a cenas menos propícias, especialmente de exibicionismo e mesmo outros actos bem mais condenáveis e que não deveriam ser presenciados naquele local.
Tal como eu, muitos outros residentes ali se dirigem, sendo o local bastante frequentado, principalmente à noite, por famílias e pessoas idosas.
Durante o dia, devido à afluência de turistas àquele local, os residentes evitam por ali andar, porque a confusão é muita e a falta de civismo de quem nos visita é cada vez menor. Mas à noite, e sem outras opções nas redondezas, nós que ali vivemos aproveitamos para desfrutar do local o mais possível.
A falta de policiamento poderia ser resolvida colocando uma caixinha da polícia em cada extremo da estrutura, obrigando assim o agente a ter de ali passar, pelo menos para «picar o ponto». Não sendo um policiamento constante, serviria como elemento dissuasor para quem ali se desloca com segundas intenções. Para nós, residentes, serviria de consolo saber que, de tempos a tempos, cruzaríamos com um agente da autoridade. Não seria pedir muito, penso eu. Os agentes têm uma dessas caixinhas de metal na calçada à entrada da Fortaleza, bastaria deslocá-la para a zona mais distante.
Um episódio triste
No final de uma volta completa à fortaleza com o meu animal de estimação deparei, logo após a esquina onde está o canhão apontado para o lado do Grande Lisboa, com um casalinho de chineses do continente a inscreverem o seu nome na parede do monumento para a posteridade! Não estive com meias medidas e chamei-os à atenção. De nada valeu porque, apesar de terem parado quando lhes disse que era errado o que estavam a fazer, assim que virei costas a caminho de casa, voltaram à tarefa para acabar a sua «obra-prima». Ainda tentei encontrar um agente da autoridade para o alertar, mas, como é usual na zona àquela hora, não consegui ver nenhum. Não me restou senão continuar o meu caminho e escrever este apontamento, com a esperança de que as autoridades e o Governo se decidam, por um lado, a ligar a iluminação em toda a extensão exterior da Fortaleza e, por outro, a colocarem policiamento ou segurança 24 horas, para que o património seja preservado e as pessoas se sintam em segurança.
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