MOVIDO pela curiosidade que me assolou a alma depois de um episódio, – mais um, – caricato nos Serviços de Saúde (SS), decidi ver o que significa «fazer um checkup» nos termos médicos. Visto ser completamente ignorante no assunto, ou assim pensarem os SS sobre os pacientes que ali se deslocam, e para que não me restassem dúvidas, consultei um dos muitos dicionários disponíveis na internet dedicados às coisas da medicina.
De acordo com o «Merriam-Webster’s Medical Dictionary», considerado uma das fontes mais credíveis pelos profissionais do sector, o termo em inglês checkup significa: «a general physical examination», sendo que, em português e em termos latos, se pode traduzir «exame físico geral».
Confrontando com o que tinha sido pedido ao médico dos SS, – estava escrito no papel entregue ao paciente «Full Checkup», – deduzi que se tratava de um exame de saúde completo. Aliás, era o que havia sido pedido para ser feito. No entanto, os SS referem «full checkup», mas apenas fazem exames de urina e de sangue, ficando o restante esquecido.
A questão que quero frisar é a da inexactidão do uso das línguas. Quando se tem de recorrer ao uso de uma língua, que não uma das línguas oficiais de Macau, há que ter muito cuidado. Porquê? Porque não sendo a língua utilizada o idioma materno do médico e do paciente, pode dar origem a mal-entendidos com consequências graves. Neste caso o paciente queria fazer um exame completo para apurar, não só o seu estado de saúde, mas também físico. Contudo, o clínico entendeu que seriam apenas necessárias análises de urina e de sangue. Mesmo assim, a terminologia que utilizou foi a de um exame completo. Como se pode ver na foto do boletim de consulta, recorre-se ao chinês, ao português e ao inglês ao mesmo tempo e de forma desigual. O Artigo 9.º da Lei Básica é claro no que respeita ao uso das línguas oficiais e não deixa margem para dúvidas.
No mesmo dia em que estive no Centro de Saúde do Tap Seac, a situação vivida era tão caricata que decidi tirar algumas fotografias. Aproveito agora para as publicar, até para que os SS não me venham acusar de má vontade por andar sempre a criticar a falta de informações em português. A verdade é que essas informações não existem. E mesmo que os responsáveis digam o contrário, os utentes não as encontram.
Na ocasião, dezenas de pessoas esperavam amontoadas num espaço sem as mínimas condições de ventilação e de salubridade. No banco de sangue estava uma pessoa de idade, de nacionalidade portuguesa, que não falava inglês (também de pouco adiantava porque os funcionários ali destacados mal se exprimiam nesse idioma), nem tão pouco cantonense. Sem saber o que fazer e sem ter quem lhe conseguisse explicar o procedimento, viu-se obrigada a ir embora. É que depois de muito procurar, não encontrou nenhuma informação na sua língua que, por acaso, até é uma das oficiais da RAEM. Aliás, como podem ver, o simples procedimento de retirar a senha de chegada está indicado em chinês!
Estando ali e tendo ficado indignado com a situação, tentei confrontar um dos funcionários de bata branca (não o consegui identificar pois não ostentava a placa com o nome) sobre o assunto. A reacção foi brusca, ríspida e totalmente inapropriada para um funcionário público, – tal não foi a falta de respeito e educação, – chegando mesmo a afirmar (num inglês que penso ter entendido) não haver necessidade de afixar informações em português! Indigno-me, tenho vergonha e não sei o que fazer nestas situações.
Acredito que os SS venham agora, – como têm sempre feito, – explicar, por carta, que se esforçam muito para escrever informações em português e que se não fazem mais é porque não podem. Pois eu volto a afirmar: Se fazem, fazem pouco, porque os resultados não se vêm.
A falta de recursos não pode servir de desculpa quando se fala de serviços do Governo, especialmente quando se trata da Saúde Pública. Se não têm funcionários suficientes contratem mais e resolvam a situação, pois a população de Macau tem todo o direito de ser bem atendida. E nas duas línguas oficiais...
No último artigo que escrevi e que intitulei «Serviços de Saúde estão-se nas tintas», publicado em Fevereiro, vieram-me dizer, por carta, que tudo fazem e que não é fácil resolver a situação. Ora, o facto de não ser fácil não pode ser desculpa para que nada se faça. Se outros serviços públicos o fazem, porque não os Serviços de Saúde?
De acordo com o «Merriam-Webster’s Medical Dictionary», considerado uma das fontes mais credíveis pelos profissionais do sector, o termo em inglês checkup significa: «a general physical examination», sendo que, em português e em termos latos, se pode traduzir «exame físico geral».
Confrontando com o que tinha sido pedido ao médico dos SS, – estava escrito no papel entregue ao paciente «Full Checkup», – deduzi que se tratava de um exame de saúde completo. Aliás, era o que havia sido pedido para ser feito. No entanto, os SS referem «full checkup», mas apenas fazem exames de urina e de sangue, ficando o restante esquecido.
A questão que quero frisar é a da inexactidão do uso das línguas. Quando se tem de recorrer ao uso de uma língua, que não uma das línguas oficiais de Macau, há que ter muito cuidado. Porquê? Porque não sendo a língua utilizada o idioma materno do médico e do paciente, pode dar origem a mal-entendidos com consequências graves. Neste caso o paciente queria fazer um exame completo para apurar, não só o seu estado de saúde, mas também físico. Contudo, o clínico entendeu que seriam apenas necessárias análises de urina e de sangue. Mesmo assim, a terminologia que utilizou foi a de um exame completo. Como se pode ver na foto do boletim de consulta, recorre-se ao chinês, ao português e ao inglês ao mesmo tempo e de forma desigual. O Artigo 9.º da Lei Básica é claro no que respeita ao uso das línguas oficiais e não deixa margem para dúvidas.
No mesmo dia em que estive no Centro de Saúde do Tap Seac, a situação vivida era tão caricata que decidi tirar algumas fotografias. Aproveito agora para as publicar, até para que os SS não me venham acusar de má vontade por andar sempre a criticar a falta de informações em português. A verdade é que essas informações não existem. E mesmo que os responsáveis digam o contrário, os utentes não as encontram.
Na ocasião, dezenas de pessoas esperavam amontoadas num espaço sem as mínimas condições de ventilação e de salubridade. No banco de sangue estava uma pessoa de idade, de nacionalidade portuguesa, que não falava inglês (também de pouco adiantava porque os funcionários ali destacados mal se exprimiam nesse idioma), nem tão pouco cantonense. Sem saber o que fazer e sem ter quem lhe conseguisse explicar o procedimento, viu-se obrigada a ir embora. É que depois de muito procurar, não encontrou nenhuma informação na sua língua que, por acaso, até é uma das oficiais da RAEM. Aliás, como podem ver, o simples procedimento de retirar a senha de chegada está indicado em chinês!
Estando ali e tendo ficado indignado com a situação, tentei confrontar um dos funcionários de bata branca (não o consegui identificar pois não ostentava a placa com o nome) sobre o assunto. A reacção foi brusca, ríspida e totalmente inapropriada para um funcionário público, – tal não foi a falta de respeito e educação, – chegando mesmo a afirmar (num inglês que penso ter entendido) não haver necessidade de afixar informações em português! Indigno-me, tenho vergonha e não sei o que fazer nestas situações.
Acredito que os SS venham agora, – como têm sempre feito, – explicar, por carta, que se esforçam muito para escrever informações em português e que se não fazem mais é porque não podem. Pois eu volto a afirmar: Se fazem, fazem pouco, porque os resultados não se vêm.
A falta de recursos não pode servir de desculpa quando se fala de serviços do Governo, especialmente quando se trata da Saúde Pública. Se não têm funcionários suficientes contratem mais e resolvam a situação, pois a população de Macau tem todo o direito de ser bem atendida. E nas duas línguas oficiais...
No último artigo que escrevi e que intitulei «Serviços de Saúde estão-se nas tintas», publicado em Fevereiro, vieram-me dizer, por carta, que tudo fazem e que não é fácil resolver a situação. Ora, o facto de não ser fácil não pode ser desculpa para que nada se faça. Se outros serviços públicos o fazem, porque não os Serviços de Saúde?
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