Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Rescaldo antes das férias
VAMOS também entrar de férias, como grande parte da Comunidade Portuguesa de Macau, e aproveitar estes dias de nada fazer para sair do território e encontrar locais mais aprazíveis, de preferência com praia, pouca gente, família e um ar mais limpo e seco! No entanto, antes de irmos, quero deixar-vos com alguns apontamentos do que me tem vindo a apoquentar nos últimos dias. Apesar de estarmos naquela estação a que a Comunicação Social decidiu chamar «silly season», por não haver muito em termos de notícias sérias, aqui em Macau temos tido sorte porque em breve temos eleições, pelo que o Verão tem sido preenchido com peripécias pré-eleitorais. Tem havido de tudo, desde acusações de campanha antes do tempo, a candidatos a oferecerem pacotes de comida com fotografias suas, mas alegando que são dados por associações a que pertencem e que nada têm a ver com campanha. Outros, menos perspicazes, mandam colocar cartazes e painéis publicitários com as suas caras e referências ao bom trabalho que têm feito. Vale de tudo! Mas existem também os que, por falta de meios financeiros, ou falta de jeito para mais algo, enveredam pela crítica e acusação sem grande cabimento, mas populista, sem dúvida. Uma candidata decidiu, sem grande espanto da minha parte, atacar os profissionais da Saúde de origem portuguesa. Ao que se viu parece ter-se saído mal, visto que os enfermeiros portugueses foram rapidamente apoiados pelo Governo. Mas, sendo ela membro de uma associação de peso em Macau, suspeito que haverá mais por detrás das suas afirmações, do que apenas populismo eleitoral. Há muito que desconfio de certos movimentos que vão surgindo de tempos a tempos, mesmo que o Governo venha logo a seguir meter «água na fervura». A verdade é que existe, desde alguns anos, um crescente mal-estar e uma cada vez maior falta de apoio à divulgação daquilo que tem origem portuguesa e os exemplos são cada vez mais e mais visíveis, apesar de secretamente ainda querer acreditar que estou errado, porque a Macau que conheci não é esta que deixo. Outros candidatos decidem apontar armas aos seus concorrentes mais directos e fazem manifestações à porta dos locais onde vivem, como que marcando a posição oposta, apenas não se apercebendo do ridículo da situação. Mas, sendo Macau tão evoluído a nível de consciência democrática, não fico muito admirado se tais manobras derem frutos nas urnas. Mas nem só de peripécias pré-eleitorais se tem vivido nestes últimos dias. O trânsito e os serviços que dele deveriam cuidar, como durante todo o ano, têm estado debaixo de fogo. Sinceramente não consigo ver nenhuma solução airosa para a DSAT. Os erros e enganos têm sido tantos que a única solução deve ser mesmo fechar portas, arrumar a casa, e surgir com outro nome e outras pessoas na liderança. Desde os incontáveis acidentes na Ponte da Amizade e na Ponte Sai Van (não são conhecidas as médias, mas pelo número de avisos que recebo no telemóvel, mais de uma dúzia por dia!), aos problemas com os autocarros de transportes públicos, tudo tem exaltado os ânimos da população. Recentemente escrevi nestas páginas sobre o «Macau Pass», fortemente subsidiado pelo Governo, mas que também pode ser utilizado livremente pelos turistas. Macau deve ser o único local no mundo que tem subsídios de transportes iguais para os residentes e para quem nos visita. Um estado socialista dos transportes onde todos somos iguais!!! Sem esquecermos o facto de que os turistas não pagam impostos, claro, enquanto que a nós, mesmo violando a Lei Básica, nos levam quase um salário por ano. Da DSAT ficou-se também a saber que o problema do trânsito de Macau tem que ser resolvido através dum elaborado sistema que passa por envolver todos os meios de transporte, a que chamam «duplo eixo, dupla via» ou algo parecido, mas que ninguém parece perceber. Nem mesmo eles, desconfio. Entre muitas medidas, preparam-se para investir milhões em equipamentos para convencer as pessoas a andarem mais a pé na cidade. Das duas uma, ou ainda não perceberam que em Macau transpiramos o ano inteiro e que andar a pé é mesmo só de ar condicionado para ar condicionado, ou quem tem criado estas medidas vive fora de Macau e nunca aqui andou a pé nem faz quaisquer planos de o fazer no futuro. Eu percorro cerca de um quilómetro (da Fortaleza do Monte até à Calçada do Tronco Velho) todos os dias e acabo sempre todo transpirado na maior parte do ano. Quem vive em Macau e gosta de andar a pé estaria contente com tais medidas, mas temos de encarar a realidade. Macau é um local quente, húmido e pouco dado a actividades ao ar livre para quem não gosta de andar malcheiroso. Portanto, para a maioria das pessoas que tem de trabalhar diariamente, a hipótese de andar debaixo de calor é muito pouco apelativa. Mas os senhores da DSAT, perante as críticas, parecem fazer ouvidos moucos para esta e todas as outras questões. Esperemos que depois das férias venham com ideias mais apropriadas para Macau…
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