Um dos grandes vultos da escrita portuguesa deixou-nos com uma grande obra. Partiu do nosso convívio mas deixou para trás milhares de páginas e histórias inesquecíveis. Henrique de Senna Fernandes morreu, a literatura de língua portuguesa ficou mais pobre.
Transcrevo aqui a descrição do Homem e da sua obra pela editora Gryphus.
http://www.gryphus.com.br/autor_sseena%20fernandez.html
“Henrique de Senna Fernandes é a personificação da Macau do século XX. Nascido em 1923, neste pequeno enclave na foz do Rio das Pérolas, acompanhou de perto a transição deste território sob administração de Portugal desde 1557 até o arriar da bandeira portuguesa, em 19 de dezembro de 1999, quando Macau se tornou uma Região Administrativa Especial da República Popular da China. Com mais de 400 anos de História, foi o primeiro entreposto e a última colônia européia na China.
Filho de uma das mais antigas e ilustres famílias macaenses, Henrique de Senna Fernandes teceu uma vida próspera e confortável com os seus 11 irmãos até o início da Segunda Guerra Mundial na Ásia, quando o pai perdeu a fortuna na Bolsa de Hong Kong, e a família teve de procurar abrigo em Macau, fugindo ao avanço japonês. Passou por um período de miséria terrível e sofreu discriminação social. Não obstante, sua determinação em não vergar perante as intempéries dessa vida no limite, fortaleceu o talento para a escrita. E é nele que a Macau dos anos 30, 40 e 50 encontra um legítimo testemunho, através de livros como Nam Van – Contos de Macau e Amor e Dedinhos de Pé. .
A mulher – e as suas múltiplas facetas – é o tema central da obra de Henrique de Senna Fernandes, e o amor, a sua natural conseqüência, envolvendo com freqüência uma moça chinesa e uma rapaz macaense. De alguma forma, há referências autobiográficas em seus livros. Também ele, o orgulho de uma família tradicional macaense, amou e casou-se com uma bela mulher chinesa, desafiando as convenções de uma cidade pequena e conservadora.
Estudou Direito em Coimbra, tornou-se advogado, regressou e montou escritório, apenas para conseguir independência financeira. Sua verdadeira vocação foi sempre escrever e ensinar.
Filho incondicional da sua terra, sempre teve (e ainda tem) orgulho das raízes portuguesas. “Se Portugal é a minha pátria, Macau é a minha mátria”, gosta de dizer.”
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