Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

Já passou muito tempo desde que fiz o meu último post no blog. Tenho andado arredado destas lides devido a afazeres pessoais. Quem me conhece sabe do que estou a falar e, para que fiquem a saber melhor, basta consultarem a página no Facebook, pois lá está a “reportagem” fotográfica detalhada de todos os movimentos nestes últimos dias.
Desde o dia 23 de Novembro em Macau, e no mundo, aconteceu muita coisa. No campo pessoal, posso dizer que tem sido o mês mais feliz da minha vida. Tive amigos juntos durante dias, tive os meus pais de visita ao local que adoptei como minha casa, estive de visita ao local onde nasci e passei os melhores dias com a pessoa mais importante da minha vida. Agora? Agora é tempo de voltar ao trabalho e ao dia-a-dia do escritório.
Dentro em breve estaremos a entrar num novo ano, o de 2010, o fecho da primeira década deste século.
Transcrevo agora, porque o não fiz até agora, os meus textos publicados n’O Clarim. Não o faço na íntegra porque seria muito maçudo. Deixo-vos apenas um excerto e o link para a página do jornal para que possam ler a sua totalidade.
Até breve… Depois vos falarei das mudanças que vi encontrar em Macau depois de um mês fora.

No dia 27 de Novembro publicava n’O Clarim um artigo sobre o Festival de Gastronomia, ou melhor “food festival” visto que o português nem sequer fazia parte das línguas usadas! “Não seria um caso de maior importância, se o mesmo não fosse suportado pelo Governo e pago, se não na totalidade, pelo menos em grande parte, por dinheiros públicos.
Porventura para condizer com a quase inexistência de presença de restaurantes de comida portuguesa, o único que se pode, a muito custo, apelidar de comida portuguesa que está presente é o Restaurante Carlos, além do Café OuMun, esse sim genuinamente português, mas que tem como «prato forte» a pastelaria e padaria, apesar de servir refeições diariamente.
Na imprensa, a organização dizia, pela voz do deputado e presidente da Associação dos Empresários do Sector da Restauração – responsável pela organização do evento, Chan Chak Mo, que «este é o único evento do género em Macau que se apresenta como uma boa oportunidade para os restaurantes locais promoverem a sua cozinha junto dos turistas e residentes». E dizia ainda que a culinária portuguesa estava presente com sete restaurantes do território, que se associaram ao evento para dar a conhecer e provar algumas das iguarias lusas, como o pão com chouriço, enchidos e vinhos.
Já no dia 4 de Dezembro escrevi sobre o que há muito tempo se pedia. Igualdade de tratamento entre Macau e Hong Kong. “FOI anunciado recentemente que os residentes de Macau, desde o início de Dezembro, não teriam de preencher a declaração de entrada em Hong Kong. Algo que era reivindicado há vários anos e que, do meu ponto de vista e à luz da reciprocidade, era discriminatório e deixava os residentes da RAEM prejudicados em relação aos seus vizinhos da antiga colónia britânica.
Entretanto, uma notícia veio agora a público informando que a data exacta é o próximo dia 10, depois de Hong Kong ter aprovado um novo diploma de combate à imigração ilegal. Ao ler-se o que foi publicado, fica-se com a impressão de que o facto de nós não entrarmos em Hong Kong apenas com o bilhete de identidade se deve ao facto de o nosso documento de identificação não ser avançado tecnologicamente até há bem pouco tempo!
Na edição de 18 de Dezembro, por dificuldades de comunicação, não me foi possível enviar o habitual artigo para publicação. No entanto, ainda fui a tempo de enviar o de Natal. Publicado no dia 23 de Dezembro, falava do que se passou durante o ano e do meu desejo para prenda de Natal e para 2010. “É tradição pedirem-se prendas de Natal e eu creio que este ano muitos dos residentes de Macau devem estar a sonhar com o desejo de encontrar no sapatinho mais surpresas agradáveis do que no Natal de 2008.
Se olharmos para trás, vemos um ano cheio de tragédias e de preocupações. A nível mundial foi aquilo que todos sabemos: crise económica, crise do imobiliário, «crash» das bolsas, conflitos bélicos e a gripe A H1N1. Isto só para mencionar algumas das aflições que inquietaram o mundo. A nível local, tivemos também os nossos problemas. A crise económica afectou Macau da pior forma, deixando milhares sem emprego, devido à paragem das obras no COTAI. As grandes empresas (refiro-me nomeadamente aos casinos) deixaram de contratar, afectando sobremaneira a mão-de-obra local. Quanto à gripe A H1N1, também nos afectou e continua a afectar, com novos casos diários e mortes registadas. A juntar a tudo isto, temos o facto da China, numa tentativa compreensível de proteger a sua economia na região do Delta do Rio das Pérolas, ter voltado a restringir a atribuição de vistos individuais a quem nos queria visitar. E de um momento para o outro decidiu acabar com os vistos que permitiam aos residentes do continente visitar Macau e Hong Kong de uma só vez. Com esta medida, acabou por tirar grande parte dos apostares da RAEM, fazendo as estatísticas caírem a pique logo nos primeiros meses do ano. No entanto, como sempre acontece e sem ninguém perceber muito bem como, o sector do Jogo começou a recuperar e a dar sinais de liderança no processo de saída da crise económica, acabando o ano com mais umas marcas nunca antes registadas. O que, em ano de crise, faz com que todos pensemos que esta passou ao lado do sector mais forte da economia de Macau.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CAR for SALE... good conditions...

Para os residentes de Macau. For Macau residents
Um anúncio de um amigo. A friends announcement
Carro para venda em muito bom estado e primeiro dono. Car for sale, pristine conditions, first owner.

TOYOTA ECHO 1.3 5 Doors M/T
車牌號碼Matrícula Registration: MJ-27-XX
顏色Cor Color: AZUL METALIZADO Blue

價錢Preço Price: 港幣四萬八千元HKD48,000
電話Telefone Telephone: 甄先生 6682 1816 (Mario)


Um cheirinho do meu artigo

Na última edição de Novembro d’ O Clarim não queria deixar passar a oportunidade de vos falar do maior evento gastronómico de Macau. Termina no próximo dia 29 e penso já ser tarde para reparos este ano. No entanto, tenho esperança de que no próximo ano alguns erros possam ser redimidos.
Na imprensa a organização dizia, pela voz do deputado e presidente da Associação dos Empresários do Sector da Restauração - responsável pela organização do evento, Chan Chak Mo, que “este é o único evento do género em Macau que se apresenta como uma boa oportunidade para os restaurantes locais promoverem a sua cozinha junto dos turistas e residentes”. Afirmando ainda que a culinária portuguesa estava presente com sete restaurantes do território, que se associaram ao evento para dar a conhecer e provar algumas das iguarias lusas, como o pão com chouriço, enchidos e vinhos.
Sinceramente, apesar de lá ter ido duas vezes, nada vi além do que referi anteriormente.
Vi sim vários restaurantes locais apelidados de comida portuguesa e que já aqui várias vezes critiquei e apelei para que autoridades portuguesas fizessem algo em relação ao assunto porque, na minha opinião, é um atentado ao bom nome do nosso país, costumes e cultura gastronómica. Porque, servir comida que nada tem a ver com a tradição de Portugal e chamar-lhe “comida portuguesa” só pode ser um insulto à nossa inteligência e à nossa identidade como povo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ideias formosinas

NÃO quero que me interpretem mal sobre o tema que vou abordar no texto de hoje, mas como estamos habituados a tanta decisão sem qualquer senso em Macau, porque não mais uma?
Há um problema que algumas associações de defesa de direito dos animais tentam combater de diversas formas e que tem a ver com o aumento contínuo do número de cães abandonados nas ruas de Macau. Número esse que, sempre que a Economia abana, tende a aumentar ainda mais.
Do mesmo modo, quando os bolsos têm mais dinheiro, aumenta o número de cachorros comprados pelas famílias com posses em Macau. As que não têm assim tantas possibilidades compram-nos do outro lado da fronteira, sem que as autoridades policiais pareçam preocupar-se com isso, pois basta dar mais 100 reminbis para que passem o dito para este outro lado da fronteira!
As razões de abandono aqui apontadas são, frequentemente, resultantes da falta de espaço, de tempo e de paciência. E eu acrescentaria mais uma: a falta de carácter (para não dizer outra coisa menos apropriada) de quem assim procede. O que me veio à mente seria bem pior!
Pois bem! Aqui ao lado, em Taiwan, um jovem empresário teve a brilhante ideia de criar um conceito novo de hotel canino. Difere dos muitos que vão aparecendo aqui e além, por oferecer espaço, actividades e um serviço completo aos seus hóspedes. Além de oferecer a possibilidade, a quem não tem casa com condições para ter um animal, de deixar ali o seu cão e ir visitá-lo sempre que quiser. As condições que oferecem não são umas pequenas gaiolas onde colocam os pobres animais quando os seus donos ainda têm o civismo suficiente para os manter em casa e pagar por um local onde possam ser acolhidos durante as férias.
Este hotel, segundo uma notícia veiculada pela imprensa internacional, cobra por dia cerca de 100 patacas, excluindo comida, mas oferece piscina, jardins, animadores e quartos privados para cada cachorro, no caso de não estarem bem em sociedade!
Pode parecer que dão mais atenção aos cães do que às pessoas, mas a verdade é que, quando assumimos o compromisso de ter um cão, se devem ponderar muito bem todas as condições exigidas pelo animal, nomeadamente, as condições financeiras que permitam ao seu dono sempre que, por qualquer razão, tenha de ausentar-se de Macau, deixar o cachorro alojado em local condigno.
Pessoalmente já tive cães e sei que surge uma grande dificuldade quando se pretende ir de férias, por não haver locais em Macau onde se possa deixar o animal (ou animais) nas condições mínimas exigidas. Pois deixar um animal, que se tem como sendo parte da família, num local com pouco mais de um metro quadrado, onde não pode correr ou andar livremente, não me parece que seja o mais indicado.
Por essas razões e pelo facto das casas em Macau não estarem minimamente preparadas para animais de estimação, decidi não ter mais cão em casa.
Quando me lembrei de referir este exemplo de Taiwan, fi-lo com o propósito de lembrar que, por estranho que pareça, este projecto poder ser aplicado em Macau sem grandes obstáculos. Como há inúmeros edifícios industriais abandonados, ou em ruínas, estes poderiam, sem muito investimento, ser transformados neste tipo de hotéis. Muitos deles poderiam ser mesmo usados pelo Governo para albergar condignamente os animais das pessoas que não os querem, ou não os podem ter em casa.
À semelhança deste caso de Taiwan, poderia também ser oferecido o serviço de hospedagem vitalícia (um pouco à semelhança de creche ou lar de idosos), onde quem não tem, ou não quer ter, um animal em casa pudesse ir e visitar o seu animal, sendo responsável pela sua alimentação e estadia. Em Taiwan, aliás, comparam este serviço ao de babysitter a tempo inteiro. Porém para animais é mais barato!
Numa época em que todos reclamamos quanto ao preço das casas e pela falta de habitação social do Governo, esta sugestão poderá cair mal em algumas mentes mais conservadoras. Porém, visto que os animais são como parte da família, seria sensato recorrer a edifícios devolutos para oferecer mais um serviço útil e assim contribuir para, de uma vez por todas, acabar com os cães vadios nas ruas de Macau, dando-lhes um local devidamente apropriado. Ao mesmo tempo, desse modo dar-se-ia também, a quem não tem condições em casa para ter um animal de estimação, a possibilidade de ter um, assumindo a respectiva responsabilidade de cuidar dele.
Claro que tudo isto funciona em Taiwan! Em Macau tenho as minhas sinceras dúvidas que as pessoas continuassem a honrar o compromisso de cuidar e pagar para o seu animal de estimação! Com efeito, se têm a falta de carácter de os abandonar, quando já não lhes convém tê-los em casa, que fariam se estivessem num estabelecimento deste tipo?!
São precisas leis que protejam os animais e a população! Mas, acima de tudo, é preciso que, seguidamente, essas leis sejam realmente postas em prática com o rigor que se impõe.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Food Festival uma vergonha em Macau

Ontem desloquei-me ao Nono Festival da Gastronomia de Macau, ou melhor, 9th Macau Food Festival, visto já nem existir a denominação em português no local do evento. Porventura para condizer com a, quase, inexistência de presença de restaurantes de comida portuguesa. O único que se pode, a muito custo, apelidar de comida portuguesa que estava presente era o Restaurante Carlos, além do café OuMun, esse sim genuinamente português mas que tem como "prato forte" a pastelaria e padaria, apesar de servir refeições também.
A organização, a cargo da associação que agrega proprietários de restaurantes de Macau e outras do sector, mas que conta com um volumoso apoio do
Governo, seja a nível monetário (ascende a vários milhões o investimento feito) que seja a nível logístico com o apoio da Direcção dos Serviços de Turismo na sua promoção além de outros organismos governamentais. Aliás, este evento é, a par do Grande Prémio de Macau, um dos maiores do cartaz anual da RAEM.
O desprezo é tal que não se vislumbrava uma única palavra em português nos cupões ou nos cartazes no recinto. O inglês que se ía vendo era, muitas das vezes, usado pelos restaurantes convidados da Malásia.
No local de compra dos cupões, quando tentámos falar inglês (porque o português estaria fora de questão) olharam para nós como se estivéssemos a cometer o maior dos crimes. Quanto perguntamos algo, acerca do uso dos cupões, começaram a comentar em chinês (pensando que não iríamos perceber certamente) que vínhamos para ali falar inglês como se eles tivessem obrigação de nos entender!
Não a têm , claro está, alias depois falou-se em chinês e até pedido de desculpas houve. No entanto, existem duas línguas oficiais em Macau e o Governo, visto que ali enfiou milhões de patacas de todos nós, tem mais que os obrigar a usar os dois idiomas. Quanto ao inglês, devem-no utilizar porque este evento é turístico e grande parte dos turistas que nos visitam usam a língua inglesa como meio de comunicação, na falta do português ou do chinês.
É apenas uma questão de bom senso para uma cidade que se diz INTERNACIONAL.
Quanto ao português, é do Governo a obrigação, e da associação que organiza o evento com o dinheiro do Governo, fazer o seu uso adequado.
Não será, certamente, pedir muito.
Basta olhar para o evento da Lusofonia, onde o chinês e o português são usados em pé de igualdade, mesmo sendo um evento virado para as comunidades de lingua portuguesa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Esta sexta-feira n’ O Clarim vai sair um texto que, apesar de abordar um tema importante e premente, versa mais o lado humorístico do problema dos animais abandonados em Macau. Apresenta-se uma solução vinda de Taiwan recentemente e que em Macau poderia, sem grandes problemas, vir a ser aquilo a que popularmente apelidamos “matar dois coelhos (pobres diabos!) de uma cajadada só!”...
A ler na sexta-feira, depois deste cheirinho. “(...)Existem inúmeros edifícios industriais abandonados, ou em ruínas, que podem sem muitos investimentos, serem transformados neste tipo de hotéis. Muitos deles poderiam ser mesmo usados pelo governo para albergar condignamente os animais das pessoas que não os querem, ou não os podem ter em casa.
À semelhança deste caso de Taiwan, poderia também ser oferecido o serviço de hospedagem vitalícia (um pouco à semelhança de creche ou lar de idosos) onde quem não tem, ou não quer ter, um animal em casa pudesse ir e visitar o seu animal, sendo responsável pela sua alimentação e estadia. Em Taiwan, aliás, comparam este serviço ao de babysitter a tempo inteiro, mas para animais e mais barato! (…)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Malásia diz-se dona de Alá

NOS meus anos de vida li e ouvi muito disparate relacionado com religiões e tive oportunidade de presenciar muitos abusos, feitos a coberto das crenças de cada um. No entanto, recentemente, deparei com um, vindo da Malásia, que não passa pela cabeça de ninguém.
Não pretendo fazer juízos de valor acerca de cristãos, muçulmanos, budistas, ou de qualquer outra religião, mas, como sempre me ensinaram, num país livre e democrático a minha liberdade acaba quando começa a interferir com a liberdade do meu semelhante.
Vou passar a explicar, resumidamente, o que vinha na imprensa internacional acerca da decisão do Governo malaio e que pode ser facilmente consultado na internet. Trata-se de uma polémica que envolve um lote de Bíblias importado da Indonésia e escrito em bahasa indonésio para os cristãos malaios. O dito lote foi confiscado porque nele aparece escrito a palavra Alá! E, como refere a Lei da Malásia, a palavra Alá não pode ser usada por cidadãos não-muçulmanos! Aliás, uma prerrogativa da Lei, que muitos vêm como uma cedência do Governo de Kuala Lumpur às fortes forças islâmicas do país, em oposição aos direitos de liberdade religiosa consagrados na Constituição da Malásia. Algo que, aos olhos de muitos observadores, é muito preocupante e abre muitos precedentes.
Os órgãos governamentais baseiam o acto de banir o lote de Bíblias no facto da palavra Alá ser de origem arábica, portanto islâmica, e que o seu uso por não-islâmicos irá ser visto pela comunidade islâmica como um insulto! Por seu lado, as autoridades católicas na Malásia vêem o acto como algo ofensivo e ridículo, tendo já avançado com uma queixa-crime em tribunal contra a decisão governamental.
A Federação Cristã da Malásia diz que a palavra Alá tem sido usada ao longo dos séculos para se referirem a «Deus», tanto no bahasa malaio, como Indonésio (que são bastante semelhantes), pelo que não conseguem compreender a razão da decisão actual.
O bispo Ng Moon Hing chegou mesmo a afirmar que, caso o acesso às Bíblias na língua que escolhem não seja garantido, será posto em causa o direito garantido na Constituição, que dá aos católicos malaios liberdade religiosa.
Esta polémica tem minado a imagem de liberdade religiosa que se acreditava existir neste país asiático maioritariamente muçulmano. A Malásia sempre fez questão de salientar que, apesar do islamismo ser a religião mais praticada no país, as outras religiões (que representam mais de 30% da população) são também praticadas livremente.

Alguma semelhança

Esta polémica à volta de quem pode, ou não pode, usar determinados termos traz-me à lembrança alguns casos que se passam em Macau, onde não poucas vezes nos vimos obrigados a medir as palavras que escrevemos, para que não firamos o orgulho da China.
Nunca me irei esquecer que, depois da passagem de soberania, muitos dos termos e nomes utilizados, nomeadamente para identificar edifícios históricos, foram completamente mudados! Isto já para não falar na limpeza de sinais físicos, que foi feita logo aos primeiros dias de RAEM.
Não quero citar mais exemplos para nos apercebermos disso; basta apenas, em relação aos edifícios mais conhecidos, ver fotos do antes e depois de 20 de Dezembro.
Penso que se tratou de exageros que não se voltam a repetir e que agora já não vale a pena tentar corrigir, porque, como se diz popularmente, «seria pior a emenda que o soneto»!
Isto para não falar nas sensibilidades que se mostram feridas, quando nos referimos à China como um Estado totalitário e autoritário!
São diferenças culturais que é necessário aprender a digerir e a interpretar, para que «não se perca a face».
Afinal, andamos há mais de cinco séculos a fazê-lo pela Ásia!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Choro na língua materna

Vinha estampado na imprensa recentemente que os bebés choram no tom da sua língua materna. O estudo de uma universidade europeia diz que os recém-nascidos têm um tom de choro similar ao tom da voz que ouvem enquanto estão no útero.
Sem saber qual a finalidade ou utilidade do estudo, pergunto-me que será dos bebes que ouvem diversas línguas enquanto andam na barriga da mãe?
Aqui por Macau, por exemplo, onde casais multiculturais falam múltiplas línguas (falo por mim que em casa falamos três quatro línguas), os rebentos devem ter os tons todos misturados!
O mesmo estudo adianta que a língua materna pode ter um efeito decisivo no desenvolvimento do feto no útero.
Será que devido à miríade de línguas em Macau os nossos filhos fiquem todos confundidos?
Estudos para tudo e mais alguma coisa!
Vejam o artigo completo aqui...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Na próxima sexta-feira vai ser possível ler n’O Clarim um artigo sobre as autoridades da Malásia que parecem ser donos da palavra. “Os órgãos governamentais baseiam o acto de banir o lote de Bíblias pelo facto da palavra Alá ser de origem arábica, portanto islâmica, e que o seu uso por não-islâmicos irá ser visto pela comunidade islâmica como um insulto! Por seu lado, as autoridades católicas na Malásia vêm o acto como algo ofensivo e ridículo, tendo já avançado com uma queixa-crime em tribunal contra a decisão governamental.
A Federação Cristã da Malásia diz que a palavra Alá tem sido usada ao longo dos séculos para se referirem a “Deus” tanto no bahasa Malaio como Indonésio (que são bastante semelhantes), pelo que não conseguem compreender a razão da decisão actual.

Alexandre Ho foi arquivado!

Que raio de vida esta. Vem agora a público que o Ministério Público arquivou o processo de alegada (que já afirmavam ser confirmada!) corrupção do ex-presidente do Conselho de Consumidores. Lembramos que Alexandre Ho cometeu suicídio recentemente, em Zhuhai, deixando uma carta onde alegava não conseguir aguentar a pressão de ser acusado de corrupção e de não ter oportunidade de se defender. O caso foi conhecido há mais de um ano e há mais de oito meses que não tinha qualquer avanço, sendo durante esse tempo o nome de Alexandre Ho arrastado na praça pública. Em consequência disso foi afastado do cargo que ocupava no CC e era olhado com desconfiança por muitos dos seus pares. Tudo, sem que nada tenha sido provado e que agora se vem a saber (pelo arquivamento) não ter sido provado haver fundamento. O arquivamento vai fazer com que nunca se saiba a verdade das acusações.Agora, pergunta-se, quem será responsabilizado pela morte de uma pessoa inocente (visto que, até prova em contrário, assume-se a inocência da pessoa acusada…)Relembra-se que o alegado caso de corrupção envolvia, de acordo com os dados conhecidos, verbas que ascendiam às 10mil Patacas!
(Imagem da capa do PF noticiando a morte de Alexandre Ho a 19 de Agosto deste ano.)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O mundo lusófono e a infância

ESTE mês que agora começa, o de Novembro, é, por tradição, o de maior cartaz turístico em Macau. Este ano, apenas por força do Grande Prémio, visto que o Festival da Lusofonia foi, uma vez mais, antecipado para Outubro. Resta-nos, que mais não seja, o Festival Internacional de Música, – o encerramento é já amanhã, – que todos os anos lá nos vai trazendo alguma coisa do que se faz em Portugal. Desta vez, aliás, trouxe-nos algo do que se fez, «numa de saudosismo»!
Não se percebe muito bem porque é que no ano em que se comemora o décimo aniversário da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), a festa que assinala a mais-valia de Macau não tenha tido, no mínimo, o mesmo destaque do ano passado. Muitas vozes se levantaram contra esse facto, mas as explicações oficiais foram poucas. Passadas poucas semanas, porém, já ninguém se lembra e a vida continua, como se nada tivesse acontecido e dizendo cada um com os seus botões: «para o ano há mais»!
A verdade é que se nota uma grande disparidade entre o que se diz e o que se faz. Se, por um lado, temos altas figuras da hierarquia, quer de Macau quer de Pequim, a dizer que as relações entre a Grande China e os países da Lusofonia devem passar, obrigatoriamente e com todo o sentido, por Macau, – aliás, para isso até foi criado um fórum que muito tem contribuído para tal, – por outro, esquecem-se de incluir os eventos lusófonos, quando se comemoram os dez anos da RAEM.
Quando nos referimos à lusofonia, às relações com a China e ao papel de Macau, temos também de olhar para o outro lado do problema. O que se faz nos países lusófonos para promover a imagem de Macau como plataforma ideal para este convívio? Ou o que se faz em Portugal, por exemplo, para dignificar e dar a conhecer as relações centenárias com a China e o significado de Macau nas mesmas?
É uma questão antiga que, certamente, não terá apenas uma resposta nem nunca será satisfatoriamente esclarecida. Vamos, como sempre, vivendo de compromissos e posições dúbias, que nenhum dos lados assume oficialmente, mas que ambos praticam como mais lhes convém. Macau é isto mesmo: um compromisso assumido há quase meio século e que promete perdurar por muitos mais anos.
Nós, os lusófonos, queixamo-nos, porque parece estar no nosso sangue tal fazer, ou assim pensam os nossos comparsas asiáticos. Por muito ou pouco que se faça, há sempre críticas a quem faz e ao que se apresenta. Aliás, temos um dito muito conhecido na língua portuguesa que diz, mais ou menos assim: «não se pode agradar a gregos e troianos». Assim sendo, não será necessário entrar em muitos mais detalhes neste campo.
Nós, que decidimos viver em Macau, há muito que aceitamos estas situações como normais e olhamos para cada caso como sendo um percalço do percurso de crescimento da RAEM, como já nos habituámos a ouvir de muitas pessoas de boca oficial.
Ao completar dez anos, a RAEM entra na idade da «estupidez», como é conhecido popularmente o período «teenager» em Portugal. Um período onde todas as traquinices e diabrites são perdoadas, porque não se é ainda adulto, mas também já não se é propriamente uma criança.
Vamos esperar até à maioridade da região para ver em que tipo de adulto se irá transformar. Afinal, iremos vê-la com mais anos de maioridade, do que como criança ou adolescente. Será conveniente lembrar que a RAEM vai andar por aqui até aos cinquenta anos.
Acabámos um ciclo de criança que teve os seus momentos altos e baixos. Vamos agora entrar no período de adolescência, em que serão postos à prova os conhecimentos e experiência adquiridas nos primeiros anos de vida. Um momento, pois, de real preparação e definição do carácter adulto de qualquer entidade. Ora, neste caso, tratando-se de uma entidade e não de uma pessoa, está em causa a forma como a mesma se irá relacionar com os cidadãos que nela vivem.
Preocupamo-nos, principalmente, com o que será da lusofonia em Macau, em todas as suas vertentes.
Julgo que, como se viu nos primeiros anos de vida da RAEM, será da capital que virão sempre os maiores incentivos à preservação e fomento desses laços que a língua portuguesa aqui deixou. Penso também que tal interesse se irá manter, enquanto se mantiverem os interesses económicos da China nos países de língua portuguesa e na União Europeia.
Quando tal terminar, se antes não tiver sido fomentado qualquer outro tipo de dependência, podemos muito bem esquecer o que nos mantém em Macau. Até lá, muito trabalho há a fazer de ambos os lados pelas partes interessadas. Os nossos Governos têm de mostrar muito mais trabalho de casa e, antes de mais, têm de manifestar genuinamente estarem empenhados em alimentar esta relação centenária e privilegiada com a China.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Duarte deixa Macau a suspirar por mais

POUCAS pessoas em Macau tiveram conhecimento, mas passou pelo território, entre 16 e 26 deste mês, um dos fadistas mais conhecidos da nova geração em Portugal. Duarte, prémio Amália revelação de 2005/2006, esteve na região em visita privada e aproveitou para fazer uma pré-apresentação do seu novo álbum, que será lançado em meados de Novembro, no Museu do Fado em Lisboa.
Com a sua voz inconfundível, Duarte acedeu a quatro actuações, uma na Casa Garden, sede da Fundação Oriente; uma no restaurante Miramar, em Coloane; e duas no restaurante O Santos. Todas as actuações, num ambiente descontraído e com Duarte a cantar e a tocar viola, foram acompanhadas pelo exímio guitarra portuguesa, Samuel Cabral. Guitarrista que já tocou com todos os grandes nomes do Fado e um dos melhores especialistas da guitarra portuguesa da actualidade. Um apelativo extra das actuações de Duarte em Macau foi ver e ouvir Samuel Cabral dedilhar as cordas da guitarra portuguesa, extraindo os acordes mais incríveis nos concertos.
Duarte, por sua vez, recebeu várias ovações do público em pé, nos locais onde actuou. Apesar de não ser muito frequente ouvir fado em Macau, quem agora teve tal oportunidade mostrou saber como comportar-se no ambiente típico de uma casa de fados. Excepção feita a uma das actuações, em que um dos presentes, depois de várias advertências, teve de ser convidado a abandonar o local por estar a perturbar a actuação dos artistas e o bom ambiente no interior do recinto. Foi, porém, uma excepção, que não voltou a repetir-se.
Apesar dos vários contactos feitos para conseguir organizar mais actuações deste fadista em Macau, as portas mantiveram-se todas fechadas. Mesmo instituições que deviam ser sensíveis para mostrar o que se faz em Portugal, consideraram de pouca importância o facto de estar no território uma das vozes mais representativas da nova vaga de fadistas portugueses. Aliás, esta seria até uma boa oportunidade para, com pouco investimento, organizar um evento cultural que a comunidade local apreciaria. Prova disso foram as várias actuações feitas, que mereceram os maiores elogios por parte de quem esteve presente. Um dos comentários mais ouvidos foi o de que era incompreensível estarem estes artistas em Macau e não ter sido organizado nada pelas entidades oficiais, fossem elas da cultura do Governo ou da parte do Consulado Geral de Portugal.
Pessoalmente, tendo marcado presença em todas as actuações, não me lembro de ter visto ninguém em representação do Governo, nem mesmo o cônsul geral de Portugal em Macau ou alguém do Consulado Geral.
Falo disto porque, a pedido do fadista e do seu agente, por sermos amigos de longa data, me tinha sido solicitado fazer contactos com possíveis locais interessados em que eles actuassem. Dos que tive possibilidade de contactar, – não vale a pena estar aqui a enumerá-los, – as respostas foram todas negativas ou, com muita falta de respeito, nem sequer responderam. Os que responderam positivamente foram os locais onde o fadista actuou e que, – diga-se, – mostraram toda a disponibilidade para mais actuações e um possível regresso em breve.
Muitas vezes nos queixamos em Macau pelo facto de não haver muitas oportunidades para desfrutar de momentos vivos da cultura portuguesa, especialmente no que diz respeito às novas tendências. Acontece, porém, surgirem ocasiões como esta, em que elas nos «batem à porta», mas as portas se mantêm fechadas. O próprio Governo, que através dos seus departamentos de cultura se diz apostado em não deixar morrer a cultura de cariz português que torna Macau um local diferente, pouco ou nada faz. Aliás, alguns digníssimos representantes do Instituto Cultural (IC) cruzaram-se com os ditos fadistas num casino de Macau e nem se dignaram a apresentar cumprimentos!
Duarte deixou Macau bastante bem impressionado pela forma como foi recebido, sem qualquer tipo de ressentimento e deixou a porta aberta para um possível regresso, caso as entidades oficiais de Macau assim o entendam.
Eu diria mais: se querem trazer a Macau grupos que representem Portugal e que nos tragam o que de melhor lá se faz actualmente, acho que deveriam aproveitar oportunidades como esta, em vez de andarem a gastar milhares a trazer grupos e artistas que passaram à história há dezenas de anos e que apenas nos trazem cultura datada e sem nada de novo.
O que se quer em Macau, a nível de cultura de cariz português, é o que se vai fazendo de novo, porque de saudosismo, por cá, já estamos todos bem servidos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O que aí vem na próxima «quadratura»

NOS últimos anos habituámo-nos a ouvir grandes disparates na política de Macau, mas, como sempre, à boa maneira desta terra, olha-se para o lado e nada se diz, ficando tudo bem como dantes.
Depois de ler algumas declarações na imprensa, feitas por um dos novos deputados, apetece-me dizer que vamos ter um mandato da Assembleia Legislativa bastante emocionante e «colorido»! A avaliar pelas recentes opiniões dessa cara nova, podemos esperar de tudo nestes próximos quatro anos. Afinal, pode ser que, a partir de agora, a desculpa mais usada em meios institucionais (é tudo uma questão cultural) passe a ser usada «oficialmente» e seja regulamentada.
Mak Soi Kun, que tomou posse na passada sexta-feira e que é uma das surpresas das eleições deste ano, diz ter como bandeira do seu mandato a «qualidade de vida e defesa das Pequenas e Médias Empresas». Numa recente entrevista publicada na imprensa de língua portuguesa, afirmou que olha para os jantares oferecidos, como sendo uma «forma de mostrar respeito» pelos eleitores!
O deputado eleito pela lista Guangdong-Macau e que veio substituir Fong Chi Keong, diz-se defensor do cidadão comum, mas, por outro lado, não deixa de defender os interesses dos empresários. Algo que, em minha modesta opinião, pode, pelo menos, trazer algumas incompatibilidades! A não ser que, na opinião deste senhor, segundo o qual deve ser a população a decidir acerca das reformas políticas, sejamos todos empresários!
Quando um legislador defende que oferecer jantares aos eleitores é uma questão sem importância e que apenas serve para mostrar respeito só pode estar na política com intenções de «brincar» com todos nós e, mais grave, brincar com as instituições governamentais.
A sombra de Fong Chi Keong, ao afirmar que não vê nada de errado nos jantares que ofereceu, e que tal é tradição em Macau, apenas mostra que desrespeita o primado da Lei da RAEM. A lei eleitoral é clara nesse aspecto, pelo que desculpá-lo por ser uma questão cultural (algo que nunca percebi muito bem e que pode ser muito ambíguo) ou por apenas ser uma forma de dizer «obrigado», é algo que não deve ter lugar e que merece ser punido.

Lusofonia

Este fim-de-semana realiza-se a décima segunda edição do certame que assinala o lado lusófono de Macau. Agora chamado de Festival da Lusofonia voltou ao formato inicial de dois dias e meio com três noites de espectáculos e um orçamento muito mais reduzido.
Nos últimos dias tenho visto várias pessoas a apontar o dedo ao Instituo para os Assuntos Cívicos e Municipais pela falta de verba; se olharmos, porém, para os anos anteriores, a verba aplicada tem aumentado de ano para ano. Apenas em 2008 foi substancialmente mais elevada porque houve a participação do Fórum para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Tal ajuda este ano não existiu, sendo o IACM obrigado a fazer ginástica financeira para conseguir, na medida do possível, manter algum do nível que mostrou no certame do ano passado.
Todos sabemos que sempre que os eventos melhoram quando existem fundos suficientes para se fazer um bom trabalho, no ano seguinte torna-se difícil explicar a razão pela qual se apresenta um programa mais fraco. No entanto, tem que se ter em conta que a entidade responsável, assim como a pessoa que trabalha horas a fio para que estes dois dias e meio de festa possam existir, estão constringidos por rigores orçamentais.
Cabe ao Governo, talvez à secretaria que tutela o Turismo ou a Cultura, tomar pulso desta iniciativa e desbloquear a verbas necessárias para organizar um certame à altura do que se fez no ano passado. Afinal, há tantas verbas do Orçamento do Governo que acabam por não ser utilizadas!
Para este ano resta-me dizer que, com pouco mais de um milhão de patacas, muito se faz e muito se oferece, quando comparado com os muitos milhões que havia no ano passado!
Divirtam-se, pois! Um feliz Festival da Lusofonia 2009.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Na edição da próxima sexta-feira vão ler um texto que fala dos disparates de um novo deputado.
A sombra de Fong Chi Keong ao afirmar que não vê nada de errado nos jantares que ofereceu, e que tal é tradição em Macau, apenas mostra que desrespeita o primado da Lei da RAEM. A Lei eleitoral é clara nesse aspecto, pelo que desculpá-lo por ser uma questão cultural (algo que nunca percebi muito bem e que pode ser muito ambíguo) ou por apenas ser uma forma de dizer “obrigado” é algo que não deve ter lugar e que merece ser punido.
E que aborda também a Lusofonia, o festival que hoje começa e que todos criticam.
Este fim-de-semana realiza-se a décima segunda edição do certame que assinala o lado lusófono de Macau. Agora chamado de Festival da Lusofonia voltou ao formato inicial de dois dias e meio com três noites de espectáculos e um orçamento muito mais reduzido.
Nos últimos dias tenho visto várias pessoas a apontar o dedo ao Instituo para os Assuntos Cívicos e Municipais pela falta de verba mas, se olharmos para os anos anteriores, a verba aplicada tem aumentado de ano para ano. Apenas em 2008 foi substancialmente mais elevada porque houve a participação do Fórum para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Tal ajuda este ano não existiu, sendo o IACM obrigado a fazer ginástica financeira para conseguir, na medida do possível, manter algum do nível que mostrou no certame do ano passado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Barracas de gente rica

As barracas da Ilha Verde acabaram, segundo anunciou o Governo com toda a pompa na semana passada. Este legado, que a todos envergonhava e que se arrastou por dezenas de anos, chegou finalmente ao fim. Para que não esqueçamos a triste história, está patente no Armazém do Boi uma exposição fotográfica que mostra a sua evolução ao longo dos anos.
Todo o processo de demolição esteve envolto em polémica, seja porque os ocupantes reclamavam mais indemnizações do Governo, fosse porque o Governo era acusado de não ouvir as partes interessadas e de recorrer à força excessiva para efectuar as demolições e os necessários desalojamentos.
O episódio final, que envolvia a última família que se recusava a abandonar a barraca, teve o fim que todos adivinhavam. As máquinas do Governo avançaram e demoliram o que ali existia.
Agora que tudo veio abaixo, fala-se da história da família que ali vivia e que se recusava a sair porque, consideravam, deveriam receber mais do Governo.
A verdade é que, segundo os documentos oficiais, que são públicos, a dita família a viver numa barraca (segundo diziam) tinha comprado, em 1994 e em 1995 duas habitações económicas, tendo posteriormente vendido uma delas. No entanto, o registo de propriedade desta nunca mudou de nome, o que é o mesmo que dizer que a família era proprietária de duas habitações sociais subsidiadas pelos impostos de todos nós e ainda reclamavam a atribuição de mais uma casa em troca da barraca na Ilha Verde.
Não critico que as pessoas tentem lutar por uma vida melhor, mas quando para tal não olham a meios, a verdade tem de ser dita. Esta família, sendo proprietária de habitação subsidiada pelo Governo, não tem direito a outra. A Lei é clara nesse aspecto. Aliás, a família, ao ter adquirido duas casas, estava já a violar os regulamentos de atribuição de casa subsidiada pelo Governo. O regulamento diz claramente que para os residentes se candidatarem não podem ser proprietários de qualquer fracção habitacional em Macau e devem ter condição económica que justifique a atribuição da ajuda do Governo.
O facto de a família ser proprietária de, pelo menos, uma habitação em Macau, faz com que não tenha direito a outra das mesmas condições. Pelo que a remoção da barraca na Ilha Verde dará, quanto muito, lugar a uma pequena indemnização pelo facto do Governo os ter expropriado, no caso de haver documentos que comprovem a sua titularidade sobre o terreno onde a barraca se encontra. Caso contrário, não têm direito a nada.
Aliás, olhando para os dados que são conhecidos, a referida família, tendo a certa altura duas casas, não me parece que seja propriamente uma família necessitada de habitação social! Além do mais, vendeu, ao que se sabe, uma das habitações sociais que tinha adquirido entre 1994 e 1995 o que, só por si, deveria ser factor suficiente para nunca mais ser elegível para atribuição de habitação subsidiada pelo Governo.
Reclamam que são uma família numerosa (penso que seis elementos) e que a segunda habitação (de cerca de 40 metros quadrados) não é suficiente. Por isso reclamam que lhes seja atribuída uma de três quartos e até fixam o preço máximo em 300 mil patacas! No entanto, esquecem-se que já tiveram direito a duas fracções anteriormente, enquanto que, pela Lei, deveriam apenas ter recebido um apartamento.
A questão aqui prende-se com o facto de se saber, ao certo, se esta família precisa, ou não, de casa do Governo. O facto de já lhes ter sido dada a oportunidade de adquirirem duas fracções a preço subsidiado, e o facto de terem vendido uma delas, leva a pensar que não deverá haver grande dificuldade económica no seio da família para que adquiram casa como a maioria das pessoas de Macau, caso não estejam satisfeitos com o que o Governo lhes deu.
Sei de casos de famílias que pagaram bem mais do que esta para ter uma casa de 40 metros quadrados. E quando digo bem mais, refiro-me a quatro e cinco vezes mais!
Esta situação tem sido explorada pela comunicação social e alimentada pelas diversas movimentações da família, no intuito de conseguirem o que querem; porém, desta vez e de acordo com a Lei, o Governo tem sido inflexível. Aliás, assim deveria agir em todos os incidentes deste e de outro tipo.
Por outro lado, há muitas famílias que se encontram em situação muito pior do que esta e que continuam à espera que lhes seja atribuída uma habitação social ou subsidiada, para que possam levar uma vida digna.
Enquanto o Governo continuar a perder tempo com casos destes, não será possível ao Instituto de Habitação debruçar-se sobre os casos que realmente precisam de ajuda e, como todos sabemos, apesar de toda a riqueza existente em Macau, esses casos abundam a cada esquina.
Só não os vê quem não quer ou quem não tem sensibilidade para ver a miséria que nos rodeia.
Apetece dizer, eu quero uma casa do Governo com três quartos também!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sangue por todo o lado

Presenciei há pouco, assim como muitas outras pessoas, um incidente que envolveu uma criança, estudante do ensino secundário. O jovem, que não deveria ter mais de 15 ou 16 anos, encontrava-se sentado, com uniforme vestido, sangrando abundantemente na zona da cabeça. O sangue era tanto que não deu para saber de onde estaria a sair. No entanto, visto que os polícias no local não pareciam muito preocupados, deduzo que seria do nariz e que nada de anormal se terá passado.
O incidente deu-se à hora de almoço, a Rua do Dr Soares, que liga a Almeida Ribeiro à Calçada do Tronco Velho, ali mesmo perto do edifício amarelo ao lado do Leal Senado, com imensas pessoas a passar e a parar para ver o que se passava, dificultando ainda mais a chegada da ambulância que havia já sido chamada.
Não fiquei, nem sequer abrandei para saber ao certo o que se passou com o jovem, visto as autoridades estarem a tomar conta da ocorrência. Mas, no regresso ao escritório, depois de almoço, passei pelo local onde o jovem se encontrava sentado e deparei com a triste cena que a foto retrata.
Sangue por todo o lado, lenços de papel sujos de sangue, enfim, tudo o que o jovem usou para estancar a sangria, ali ficou sem que nem os agentes da PSP nem os do Corpo de Bombeiros se dignassem a removê-los e a limpar o chão.
É uma questão de civismo mas também de higiene pública visto tratar-se de sangue humano e, no caso de ter alguma doença contagiosa, poderá ser um risco para a Saúde Pública.
Os agentes da polícia passam ali diariamente, mais do que uma vez visto que no cimo da Calçada do Tronco Velho existir o Comissariado Número 1, e nada fazem.
Cabe à população indignar-se e fazer alguma coisa?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Duarte actua n'O Santos em Macau

Noite de fados, com a participação do fadista português Duarte, vencedor do Prémio Amália 2005/2006.
Duarte vai estar em Macau por uns dias, para visita particular, e acedeu actuar n’O Santos duas noites.
Dia 19 de Outubro, Segunda-feira, a partir das 21 horas.
Dia 20 de Outubro, Terça-feira, a partir das 20 horas.
Neste dia O Santos abre apenas para a noite de fados!
Em Novembro de 2006, o Duarte recebeu o prémio “Melhor novo fadista” da Fundação Amália Rodrigues, a mais prestigiada organização de Fado em Portugal, um legado deixado pela Diva do Fado, Amália Rodrigues.

Para reservas, use o link do Facebook, ou contacte o Restaurante O Santos (28825594).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A culpa morre solteira

AS eleições para a Assembleia Legislativa foram a novela que todos sabemos. Os atrasos na divulgação dos votos, as confusões com os cartazes das listas, os almoços, jantares, autocarros e outros acessórios fizeram do evento algo de colorido, muito à maneira de Macau. Se não estivéssemos habituados, ainda poderíamos considerar tudo isto digno de um país do terceiro mundo, mas, como se diz nesta terra, «Macau sã assi».
A minha opinião acerca de tudo isto é muito privada e não caberia aqui estar a divulgá-la, mas como o Chefe do Executivo se manifestou recentemente acerca da contagem dos votos nulos, achei que também poderia manifestar a minha abertamente.
É incompreensível como é que Edmund Ho, em fim de mandato, vem a público dizer que as pessoas que não cumpriram a Lei (a Comissão Eleitoral e a Assembleia de Apuramento Geral) não têm de ser chamadas à responsabilidade porque, «no final de contas, tudo correu bem»!
Os factos são muito claros. Os votos nulos foram validados por aquelas duas instituições, sendo, depois, devido a recurso interposto judicialmente por algumas listas, considerados inúteis pelo Tribunal de Última Instância. Portanto, a entidade judicial máxima da RAEM considera que o acto foi ilegal. Sabe-se quem o praticou (pelo menos sabe-se de quem é a responsabilidade institucional) e nada acontece?
Apontam o dedo ao facto dos eleitores não saberem onde deviam meter o carimbo. No entanto, não me lembro de ter visto na comunicação social qualquer campanha de educação sobre a forma de votar. Algo que se justificava, visto ter sido a primeira vez que o sistema de carimbo era utilizado.
Mas Edmund Ho não está sozinho nesta campanha de perdão institucional. A ele juntou-se o Comissário Cheong U, dizendo que tudo correu dentro do normal, mesmo tendo o CCAC recebido quase 350 queixas relativas a este processo eleitoral.

É mesmo Macau!

É incompreensível que, num local onde existem leis e onde o primado da lei é uma das pedras basilares da nossa sociedade, se possa deixar passar incólume este tipo de situações. A verdade é que dois organismos de fiscalização não fizeram o seu trabalho e causaram prejuízos a um processo eleitoral que se queria transparente. Em última instância, quando não se pode ou não se quer apurar em pormenor o responsável pelo erro, é o chefe máximo que o deve assumir. Assim mandam as regras de um bom chefe: quando os seus subordinados falham e não se pode identificar quem foi, é o chefe que, por uma questão de honorabilidade, deve chegar à frente e assumir toda a responsabilidade.
Seria impensável em qualquer outro local acontecer uma situação desta natureza e continuar tudo na mesma. Olhe-se, por exemplo, para a situação que se passou durante a campanha eleitoral em Portugal e da polémica em torno das suspeitas de escutas telefónicas ao pessoal da Casa da Presidência da República. Ainda não se sabendo ao certo se é, ou não, verdade, o assessor do Presidente foi já demitido visto ter sido identificado como o responsável directo da informação. Mesmo que não tenha sido ele quem deu a informação à imprensa, a responsabilidade final é dele, porque está no âmbito das suas atribuições.
Aqui por Macau começa a tornar-se hábito pessoas com responsabilidade não assumirem as suas próprias responsabilidades quando acontecem erros crassos. É de justeza de carácter que se fala.
Quando um dirigente não tem frontalidade e carácter para assumir a responsabilidade por algo que correu mal sob a sua alçada, que mais se poderá pedir dessa pessoa ou, em última instância, desse sistema

Prazos que não se cumprem

COMEMORAM-SE amanhã seis décadas de vida da República Popular da China, uma data de grande importância para toda a nação chinesa e que nos deixa cheios de orgulho por vivermos neste grande país. No entanto, por muito que goste de enaltecer o meu país de acolhimento, não é disso que quero escrever. Aliás, nestes dias muito se há-de escrever sobre os 60 anos da China e, tendo eu pouco mais do que metade dessa provecta idade, não terei nenhum conhecimento de causa para me pronunciar sobre a efeméride. O que sei, pelos livros da história ocidental, pouco abona a favor de Pequim, pelo que mais vale estar calado!
O que quero aqui abordar é algo que li recentemente e que, cada vez que passo pelo local, me faz sentir um frio na espinha. Recentemente, a presidente do Instituto Cultural, Heidi Ho, anunciava que a Casa do Mandarim estaria para abrir. Não sei se seria campanha eleitoral fora de época ou se estava a ouvir mais um «bitaite» descabido, como os muitos que a ex-colega manda. A dita casa deve ser assombrada ou ter mau «fong soi». Há vários anos que está a ser recuperada e já por várias vezes foi anunciada a sua abertura ao público; mas, como se pode ver quando por ali se passa, tudo continua fechado a sete chaves!
A verdade é que a Casa do Mandarim é parte importante de todo o Património de Macau e o facto de estar fechada ao público é uma perda enorme para todos nós. A sua recuperação deveria ter sido tarefa de primeira importância e deveria ter sido levada a cabo com toda a seriedade, pois só assim seria possível terminá-la em prazo aceitável, para ser restituída a quem dela tem direito a usufruir: todos nós e quem nos visita.
Milhões têm sido canalizados para a sua recuperação Ao certo ninguém sabe quando foi gasto, ou quanto ainda será preciso gastar nas restantes obras de beneficiação do local. Mas não é o dinheiro a razão deste apontamento. A razão é bem outra. É que o prazo, que se arrasta no tempo, começa a dar indícios de que muitos interesses ocultos devem estar a lucrar com este atraso fenomenal. Bem ao estilo de Macau, o mais impressionante é que, para além de umas interpelações esporádicas de alguns deputados na Assembleia Legislativa, pouco mais se vê na procura da verdade por detrás de todo este processo de recuperação.
Outro aspecto que quero salientar é a forma da sua recuperação. Segundo sei, os trabalhos tinham como objectivo restituir a forma original ao edifício. Será que quando o «mandarim» ali vivia já a casa tinha portão de ferro eléctrico?

Os parquímetros para motociclos

Foi anunciado recentemente que o Governo planeia lançar, a título experimental, lugares de estacionamento pago para veículos de duas rodas. Lembro-me de ter aqui abordado este tema uma ou duas vezes e de sempre ter referido que, ao se avançar para esta medida, havia outros factores a ter em conta.
A criação de parquímetros para veículos de duas rodas não é tão fácil como para os automóveis. Primeiro tem de se ter em conta como se vai processar o pagamento e a sua prova. Deve ter-se em conta também toda a demarcação do lugar de estacionamento porque, se somos obrigados a pagar, teremos de receber algo de volta. Logo, ao ter de pagar por estacionamento, tem de haver uma demarcação no piso para cada veículo.
Um ponto a ter em conta em Macau e de que todos os proprietários de veículos de duas rodas têm conhecimento, é a facilidade com que outros utentes movem os veículos estacionados para conseguirem arranjar um espaço para o seu. Nestes casos, e tendo os veículos estacionados pago a tarifa devida, como se vai proceder ao seu controle, caso o utente seguinte o retire da zona demarcada? Por outro lado, caso não sejam demarcados lugares individuais e caso não haja a emissão de títulos de pagamento, como se pode provar que o utente pagou o tempo devido?
Sendo proprietário de motociclo, e defendendo os parquímetros para veículos de duas rodas há muito tempo, alerto para a necessidade de se ter cuidado com muitos aspectos de carácter técnico.
Por outro lado, ao se introduzirem parquímetros, sejam eles para duas ou quatro rodas, deve-se ter em conta que a maior parte dos prédios de Macau não têm parque de estacionamento. Dou o meu exemplo: no prédio onde comprei casa não existem estacionamentos para venda, pelo que sou obrigado a estacionar na rua. O silo automóvel mais próximo é privado e não disponibiliza lugares mensais; o do Governo, nas proximidades, não tem lugares disponíveis. Qual será, pois, a solução para pessoas na minha situação, se tiver todos os lugares com parquímetro na zona onde vivo? Vou ter de ir, de duas em duas horas, meter a moedinha? Porque não criar, à semelhança de muitas cidades ocidentais, cartões de estacionamento em parquímetros para residentes da área, ou passes de estacionamento que são pagos mensalmente ou anualmente ao Governo?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Gripe A e os critérios dos médicos


As informações relativas à gripe A em Macau limitam-se à publicação, diária, de dados estatísticos e pouco mais se sabe oficialmente. No entanto, em conversas “de café” vai-se sabendo que o tratamento que se dá aos pacientes que se dirigem aos Serviços de Saúde com sintomas gripais, ou porque em sua consciência consideram que são pessoas de risco por terem estado em contacto com pessoas infectadas, não é uniforme. Há exemplos de quem se dirigiu às Urgências com pequenos sintomas de gripe e lhes foi recusado o teste de H1N1 e foram enviados para casa 1 ou 2 dias sem mais medicação do que a normalmente receitada. Outros, que mantiveram contacto prolongado com doentes infectados, e porque não apresentavam sintomas febris, nem sequer lhes foi feito o rastreio nem lhes foi dado ordem de quarentena, tendo-lhes sido dito que poderiam continuar a fazer a sua vida diária como normalmente. E outros existem que, mesmos sem sinais de doença, mas porque “apanharam um médico simpático” ficaram uma semana em casa como medida de precaução!
A verdade é que em Macau, um local com pouco mais de 500 mil pessoas, 3392 é o número total de casos de infectados. Destes, nove continuam hospitalizados e destes nove, dois estão em estado satisfatório enquanto os outros sete estão em estado considerado grave.
Entre terça e quarta-feira os Serviços de Saúde anunciaram ter detectado mais nove dezenas de pessoas com sinais de H1N1. “Entre os dias 6 e 7 de Outubro da parte da tarde, registaram-se 90 casos de doentes com sintomas gripais que recorreram ao Centro Hospitalar Conde de São Januário e ao Hospital Kiang Wu. No dia 7 de Outubro, nenhum estabelecimento escolar local necessitou de proceder à suspensão de aulas por infecção colectiva pela gripe. No entanto, os Serviços de Saúde continuam a manter o sistema de vigilância epidemiológica nos estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
De segunda a terça-feira, de acordo com os SS, foram encontrados em Macau quase uma centena de pessoas com gripe A. “Do dia 5 à tarde a dia 6 de Outubro à tarde, um total de 92 doentes com sintomas gripais recorreram à consulta médica respectivamente, dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário e do Hospital Kiang Wu. A 6 de Outubro, na Escola Portuguesa de Macau (EPM), um total de 7 turmas, do 8.º ao 12.º ano, teve de suspender as aulas por ocorrência de um grande número de casos de infecção colectiva de Gripe A (H1N1). Segundo informação da escola, na madrugada do dia 2 de Outubro, mais de 100 alunos da EPM participaram numa festa privada organizada pelos estudantes finalistas. Nos dias sucessivos à festa, alguns alunos começaram a apresentar sintomas gripais tendo sido posteriormente confirmados como casos de Gripe A (H1N1). Visto que muitos alunos destas 7 turmas manifestaram ao mesmo tempo sintomas gripais, os Serviços de Saúde já informaram a escola em causa para a suspensão das aulas por 5 dias nas turmas supracitadas, a fim de prevenir a propagação da gripe na escola. Os S.S. continuam a manter um sistema de vigilância epidemiológica para os estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
De domingo a segunda-feira tinham sido detectados 142 casos positivos de H1N1. “Do dia 4 até à tarde do dia 5 de Outubro, um total de 142 doentes com sintomas gripais recorram à consulta médica respectivamente dos Serviços de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário e do Hospital Kiang Wu. A 5 de Outubro, um total de 3 turmas teve de suspender as aulas por ocorrência de casos de infecção colectiva de Gripe A (H1N1), registados principalmente na turma P1 da Escola Secundária Sam Yuk de Macau, na turma (Chi) do 4º ano da Escola Primária Luso-chinesa De Tamagnini Barbosa e na turma P6C da Escola Cheung Kung Hui (Macau). Os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação epidemiológica em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Na próxima edição d’O Clarim vai ler-se ainda sobre o processo eleitoral. Mesmo um pouco fora de época, acho que devia voltar a falar de todo o processo de recontagem de votos. Afinal foi o Chefe do Executivo que trouxe o assunto à baila. “É incompreensível que, num local onde existem leis e onde o primado da Lei é uma das pedras basilares da nossa sociedade, se possa deixar passar incólume este tipo de situações. A verdade é que dois organismos de fiscalização não fizeram o seu trabalho e causaram prejuízos a um processo eleitoral que se queria transparente. Em última instância, quando não se pode ou não se quer apurar em pormenor o responsável pelo erro, é o chefe máximo que o deve assumir. Assim mandam as regras de um bom chefe, quando os seus subordinados falham e não se pode identificar quem foi, é o chefe que, por uma questão de honorabilidade, deve chegar à frente e assumir toda a responsabilidade.

3068 casos de Gripe A H1N1


Terminadas as celebrações dos 60 anos da China popular, voltados ao trabalho, vamos agora fazer o balanço da gripe. Parece que nada mudou e continuamos com a mesma situação que tínhamos antes de ter-mos rumado às praias das Filipinas!
De acordo com o último despacho dos Serviços de Saúde, a única alteração é mesmo a nova estratégia de elaboração dos títulos, que agora são ênfase aos pacientes que vão tendo alta hospitalar. Daqui podemos depreender duas coisas, ou o número de casos graves que necessitam de hospitalização estão a aumentar ou os cuidados paliativos não estão a funcionar pelo que os pacientes têm de ser admitidos!
Do dia 3 até à tarde do dia 4 de Outubro, registaram-se totalmente 89 casos de doentes com sintomas gripais que recorreram ao serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário e ao serviço de urgência do Hospital Kiang Wu. No dia 4 de Outubro, um total de 3 turmas tiveram de suspender as aulas por ocorrência de vários casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo respectivamente a turma “Mong” do 3.° ano do ensino secundário-geral da Escola Secundária Pui Ching, turma 9 do 3.° ano do ensino secundário-geral da Escola Hou Kong e turma 9A da Escola Portuguesa de Macau. Os Serviços de Saúde ainda estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência de gripe em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.
No último dia de Setembro tinham sido detectados 34 novos casos.
No dia 1 de Outubro foram mais 33.
No dia 2, surpreendentemente, e sem que haja qualquer explicação oficial, foram detectados 141 casos, um aumento de quase 500% relativamente ao dia anterior!
No dia 3 o número de casos baixou para os 89.
Quanto aos casos mais graves, são neste momento seis.
Como agora já não são fornecidos dados totais de casos de gripe A, cabe-nos fazer as contas. 2.771 casos no dia 30 de Setembro, portanto, até ontem tinham sido detectados mais de três mil casos. Mais concretamente 3068 casos de Gripe A H1N1.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

2694 casos, fase de transmissão sustentada


De acordo com os Serviços de Saúde a “A H1N1 entrar na 3ª. fase (fase de transmissão sustentada)” pelo que agora, todos os que apresentarem sintomas de gripe serão tratados com antivirais. Sendo os casos mais graves submetidos a exames virais para despistagem do H1N1.
Para breve, à semelhança de Hong Kong, sob a desculpa de salvaguardar os recursos humanos, deverá ser anunciada a paragem da contabilização dos casos diários. Em Hong Kong, recentemente, um responsável da Saúde adiantava que o número de infectados era duas ou três vezes mais do que os números oficiais (25 mil)! E que, actualmente, mais de 80% dos casos de gripe (leve, média e severa) eram já de gripe A, pelo que os clínicos estavam instruídos para tratarem todos os pacientes como se estivessem na presença de casos positivos.
Aqui, por enquanto, ainda se contam casos, com uma notória diminuição dos mesmos nos últimos dias! No dia 26 anunciava-se que “Do dia 25 até à tarde do dia 26 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 44 novos casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo 15 do sexo feminino e 29 do sexo masculino, com idades variando entre 1 e 66 anos. A turma P4D da Escola de Aplicação anexa à Universidade de Macau em que se verificaram casos de infecção colectiva da Gripe A (H1N1), foi avisada pelos Serviços de Saúde para suspender as aulas. Além desta, existem 9 turmas que foram obrigadas a suspender as aulas devido à apresentação colectiva de casos com sintomas gripais, sendo os casos registados principalmente na Escola Hou Kong (Pré-Primário), na Escola para Filhos e Irmãos dos Operários e na Escola Secundária Pui Va. Os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação de pandemia de gripe em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
E no Domingo “Do dia 26 até à tarde do dia 27 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 25 novos casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo 12 do sexo feminino e 13 do sexo masculino, com idades variando entre 7 meses e 31 anos. Relativamente à Turma P3B da Escola São Paulo e à Turma F1C da Escola Secundária Pui Ching, cujas aulas tinham sido suspensas por terem verificados casos de infecção colectiva de gripe, após a análise laboratorial, foram confirmados ser casos de infecção colectiva da Gripe A (H1N1). Os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação de pandemia de gripe em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
Na totalidade foram contabilizados, até ao dia 27 de Setembro, 2694 casos da Gripe A.

Um cheirinho do meu artigo

É costume aqui dizer que na próxima sexta-feira vão ler n’O Clarim isto e aquilo. Bom, esta semana é na Quinta-feira em virtude dos feriados que caem na quinta e sexta-feira.
No artigo desta semana falo de dois assuntos, um de cariz cultural outro de cariz cívico.
Milhões têm sido canalizados para a sua recuperação Ao certo ninguém sabe quando foi gasto, ou quanto ainda será preciso gastar nas restantes obras de beneficiação do local. A verdade é que o dinheiro, neste caso, é o mal menor. O prazo, que se arrasta no tempo, começa a dar indícios de que muitos interesses ocultos devem estar a lucrar com este atraso fenomenal. Mas, bem ao estilo de Macau, o mais impressionante é que, para além de umas interpelações esporádicas por alguns deputados na Assembleia Legislativa, pouco mais se vê na procura da verdade por detrás de todo o processo de recuperação.
Outro aspecto que quero salientar é a forma da sua recuperação. Segundo sei os trabalhos tinham como objectivo restituir a forma original ao edifício. Será que quando o “mandarim” ali vivia já a casa tinha portão de ferro eléctrico?
(…)
Foi anunciado recentemente que o Governo planeia lançar, a título experimental, lugares de estacionamento pago para veículos de duas rodas. Lembro-me de ter abordado este tema aqui por uma ou duas vezes e de sempre referir que, ao se avançar por esta medida, havia outros factores a ter em conta.
A criação de parquímetros para veículos de duas rodas não é tão fácil como a criação para os automóveis. Primeiro tem de se ter em conta como se vai processar o pagamento e a sua prova. Deve ter-se em conta também toda a demarcação do lugar de estacionamento porque, se somos obrigados a pagar, teremos de receber algo de volta. Logo, ao se pagar por estacionamento, tem de haver uma demarcação no piso para cada veículo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

2.583 casos


Chegamos ao fim de mais uma semana com o registo de mais 56 casos positivos de gripe A em Macau. “Entre 23 e 24 de Setembro da parte da tarde, os Serviços de Saúde registaram 56 novos casos confirmados da gripe A (H1N1), sendo 27 do sexo feminino e 29 do sexo masculino, com idades variando entre 1 e 55 anos de idade. No dia 24, um total de 20 turmas foram obrigadas a suspender as aulas, devido à apresentação colectiva de casos com sintomas gripais. Destas escolas afectadas, a Escola “Fong Chong” da Taipa, o Colégio “Yuet Wah” (Secção Inglesa) e o Colégio de Santa Rosa de Lima (Secção Chinesa) foram as que registaram maior número de infectados. Os Serviços de Saúde continuam a acompanhar de perto a situação de ocorrência de gripe A (H1N1) em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.
Contabilizaram-se já 2.583 casos de Gripe A (H1N1), dois dos casos continuam em estado muito grave.

CebuPacific, nunca mais!

COMO operam as companhias áreas que voam de e para Macau e que nos transportam para os mais variados destinos na Ásia?
Existem princípios mínimos de bom senso que devem ser cumpridos. No que diz respeito a alterações de bilhetes, porém, tais princípios parecem ser continuamente ignorados, sem que ninguém faça nada para alterar esta situação.
Poucas são as empresas que se preocupam em olhar para o cliente como parte importante de todo o processo. Não sei se cada companhia aérea tem liberdade de elaborar as suas regulamentações relativas aos bilhetes, sem que tenham de cumprir qualquer tipo de regulamentação internacional. Julgo, no entanto, que existem princípios de bom senso que deveriam ser observados.
Olhando para as companhias aéreas que usam o Aeroporto Internacional de Macau, as condições de alteração de voos são as mais variadas. Têm, contudo, um ponto comum. Quem sai sempre a perder é o passageiro!
Umas dão a possibilidade de, duas ou mais semanas antes da data marcada inicialmente, se poder alterar as datas, sem encargos adicionais, caso o voo seja do mesmo preço ou mais baixo. Outras cobram uma pequena taxa pela alteração. Mas há, porém, uma empresa, em concreto a CebuPacific, que cobra, à partida e por cada sector, a módica quantia de 400 patacas! Seja uma semana antes ou dois dias antes da partida. E, claro, se o novo voo escolhido for mais caro, acresce essa diferença. Com o «bónus» de se perder tudo quanto se tinha pago anteriormente. Se o passageiro tinha já pago para transportar peso extra e lugar marcado, ao mudar para outro voo tem de abrir os cordões à bolsa novamente! O que, no final, acaba por totalizar mais do que o que se pagou inicialmente pelo bilhete.
Uma política de lucro, a todo o custo, adoptada por muitas das empresas «low cost». Deve ser essa uma das razões de a empresa ser criticada em tudo quanto é «fórum» na internet. No entanto, os seus responsáveis não parecem muito afectados com tais críticas, visto que ninguém da empresa dá a isso qualquer resposta.
Trago aqui um exemplo que é semelhante a muitos outros. Um bilhete marcado para o dia 29 deste mês de Setembro, com saída de Macau, escala em Manila e destino final noutra cidade filipina, com peso extra e lugar marcado nos dois voos de ida, tinha um preço de pouco mais de mil e cem patacas, sem taxas. A alteração para o dia seguinte, no mesmo horário, levou uma taxa de 400 patacas, mais 800 de diferença de preço e mais 100 pelo lugar marcado e outro tanto pelo peso extra de bagagem! Ou seja, um bilhete que custava 1100 passou a custar 2500. Isto, tendo sido a alteração feita duas semanas antes. Se fosse no dia, ou no dia anterior ao voo, a diferença seria ainda maior!
Há ainda a acrescentar, pelo menos, dois telefonemas de 45 minutos para o Call Center nas Filipinas, o que, aos custos da CTM, significa cerca de 350 patacas! Telefonemas porque nada se conseguia fazer na página electrónica da companhia, mas que também de nada serviram, porque a alteração acabou por ter de ser feita no representante da companhia, em Macau, a agência de viagens da STDM, onde, além do preço do bilhete, cobraram ainda a ilegal taxa de cartão de crédito Visa (1.2%)! Tudo isto na maior das ilegalidades, mas sem qualquer reacção das autoridades.
A queixa foi endereçada, assim como este artigo antes da sua publicação, ao Conselho de Consumidores de Macau, mas de nada serviu. O CC telefonou a confirmar a recepção da queixa e arquivou-a. Aliás, tal vem acontecendo desde há muito tempo, sem que nada mude.

Impotência desoladora

Sei que de nada serve apresentarmos queixa sobre estes incidentes e que, nestas situações, o mais sensato é pensar que acontece a todos. As companhias aéreas, nomeadamente as de baixo custo, tentam fazer lucro de todas as formas e, regra geral, quem acaba por ser o mais prejudicado é sempre o cliente. Apesar de não sermos obrigados a usar estes serviços, há mínimos morais que estas empresas deveriam ser obrigadas a cumprir. Primeiro, deveriam ter opções viáveis para que os clientes possam fazer as alterações devidas, sem que para isso tenham de pagar mais do que aquilo que despenderam para o bilhete originalmente. O caso retratado foi de um bilhete de preço normal e não de uma promoção.
O cliente teve de fazer a alteração por motivos de força maior, não por capricho pessoal ou por pura conveniência. A empresa, porém, aproveitou-se da situação para fazer lucro. Foi ponderada a possibilidade de cancelar o bilhete; depois de consultar a companhia, a decisão foi não o fazer, porque a perda, nesse caso, seria total, porque não há lugar a reembolsos!
Esta crítica acerca da CebuPacific pode-se aplicar a muitas outras companhias. De uma forma ou de outra, todas elas acabam por fazer o mesmo.
Já acerca das taxas cobradas ilegalmente pela STDM Tours, tratando-se de uma companhia local, espera-se que as autoridades correspondentes procedam ao tratamento adequado da situação e, de uma vez por todas, façam fiscalização e obriguem todas as empresas em Macau a cumprir a lei, sem que seja necessário os clientes andarem a fazer de «fiscais».
Quanto às companhias aéreas, depois de tantas queixas e reclamações, resta-nos deixar de voar, visto que nada mais se poderá fazer. Ou, em alternativa, continuar a reclamar, como fazem milhares de pessoas em todas as páginas da Internet.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

2.527 casos de Gripe A


Entre o dia 21 e o dia 23 foram detectados em Macau 120 casos positivos de gripe A, estando cinco pacientes em estado grave. Outra das novidades destes últimos dias é o esclarecimento dos Serviços de Saúde quanto à súbita descida do número de casos. Os SS salientam que tal não se deve a uma melhoria da situação mas sim a um reajustamento dos procedimentos laboratoriais. Não estando a par do que isto significada, interrogo-me, sendo o laboratório alvo de ajustamento, não seria de esperar ainda mais detecções? Ou será que ajustaram para menos!
Bom, no que diz respeito aos medicamentos, e estando a situação como todos sabemos, os SS anunciaram que o hospital chinês agora também distribui Tamiflu, caso o médico assim o entenda. O medicamento é gratuito para os residentes de Macau.
Na segunda-feira os SS diziam: “Do dia 21 até à tarde do dia 22 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 77 novos casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo 43 do sexo feminino e 34 do sexo masculino, com idades variando entre 5 meses e 79 anos. No dia 22, um total de 45 turmas teve de suspender as aulas por ocorrência de casos de infecção colectiva de Gripe A (H1N1), registados principalmente na Escola São Paulo, Colégio Dom Bosco (Yuet Wah), Colégio do Sagrado Coração de Jesus e Escola Secundária Pui Ching. Os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação epidemiológica em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.” Passadas 24 horas: “Entre 22 e 23 de Setembro da parte da tarde, os Serviços de Saúde registaram 43 novos casos confirmados da gripe A (H1N1), sendo 19 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, com idades variando entre 1 e 54 anos de idade. Entre esses novos casos, registaram-se infecções colectivas da gripe A (H1N1) na turma D do 3º ano do Colégio Dom Bosco (Yuet Wah) – (Secção primária), na turma A do 4º ano e na turma A do 5º ano da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau (Secção primária). Os Serviços de Saúde notificaram as escolas para suspenderem as aulas das turmas afectadas. Para além disso, no dia 23, 12 turmas foram obrigadas a suspender as aulas devido à apresentação colectiva de casos com sintomas gripais. Destas escolas afectadas, a Escola São Paulo, e Colégio De Santa Rosa De Lima – (Secção chinesa) foram as que registaram maior número de infectados. Actualmente, os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência da gripe A H1N1 em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.
No total contam-se já 2.527 casos de Gripe A.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

2.407 casos de Gripe A


No dia de ontem, quando todos andavam distraídos com as eleições legislativas, veio a público uma boa notícia relativa à gripe A. Os Serviços de Saúde anunciavam que a criança internada nos Cuidados Intensivos já não precisava de respiração assistida. Ao mesmo tempo eram anunciados mais 59 novos casos positivos. “Entre 20 e 21 de Setembro da parte da tarde, os Serviços de Saúde registaram 59 novos casos confirmados da gripe A (H1N1), sendo 20 do sexo feminino e 39 do sexo masculino, com idades variando entre 1 e 38 anos de idade. Entre esses novos casos, registaram-se infecções colectivas da gripe A (H1N1) na turma P3B da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau, na turma D do ensino secundário da Escola Pui Ching e na turma 1 do ensino primário do Colégio Dom Bosco (Yuet Wah). Os Serviços de Saúde notificaram as escolas para suspenderem as aulas das turmas afectadas. Para além disso, 70 turmas foram obrigadas a suspender as aulas devido à apresentação colectiva de casos com sintomas gripais. Destas escolas afectadas, a Escola São Paulo, Colégio Diocesano de São José - 5ª. Escola e Escola Secundária Pui Ching foram as que registaram maior número de infectados. Actualmente, os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência da gripe A H1N1 em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Na última edição d’O Clarim deste mês vão ler uma história sobre uma mudança de bilhete de avião numa “low cost” que opera em Macau. Um “rebooking” feito com antecedência mas que acabou por custar mais do que o bilhete do preço normal!
“(…) A alteração para o dia seguinte, no mesmo horário, levou uma taxa de 400 patacas, mais 800 de diferença de preço e mais 100 pelo lugar marcado outro tanto pelo peso extra de bagagem! Ou seja, um bilhete que custava 1100 passou a custar 2500, isto tendo sido a alteração feita duas semanas antes. Se fosse no dia, ou no dia anterior ao voo, a diferença seria ainda maior!
A tudo isto há a acrescentar, pelo menos, dois telefonemas de 45 minutos para o
Call Center (…)".

2.348 casos de gripe A


Na sexta-feira contabilizaram-se mais seis dezenas de casos positivos de H1N1 em Macau. “Do dia 17 até à tarde do dia 18 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 60 novos casos de Gripe A (H1N1), sendo, 30 do sexo masculino e 30 do sexo feminino, com idades variando entre os 7 meses e os 58 anos. No dia 18, por não ter-se registado infecção colectiva da gripe A H1N1 nas escolas, não foi preciso suspender as aulas. Actualmente, os Serviços de Saúde estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência da gripe A H1N1 em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades. Em simultâneo, mais 3 doentes tiveram alta após submetidos a tratamento, estando ainda 12 doentes a ser submetidos a tratamento médico hospitalar. Destes, 2 estão em situação grave e 1 criança encontra-se em estado crítico, necessitando de apoio de ventilador. O estado dos outros doentes é satisfatório e estável.
No Sábado eram anunciados mais 58 casos. “De 18 até à tarde de 19 de Setembro, foi registado um número de 58 casos novos da gripe A H1N1 nos Serviços de Saúde, dos quais 34 são pacientes do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com idade máxima de 72 anos e mínima de 5 meses. Regista-se ainda uma infecção colectiva da referida gripe na turma F2C do Colégio Perpétuo Socorro Chan Sui Ki. Os Serviços de Saúde notificaram o Colégio da suspensão das aulas dessa turma e estão a observar de perto a situação de infecção da gripe A H1N1 nas escolas, lares e outras organizações.
No Domingo, dia das eleições para a Assembleia Legislativa, registaram-se 43 casos. “Entre 19 e 20 de Setembro da parte da tarde, os Serviços de Saúde registaram 43 novos casos confirmados da gripe A (H1N1), sendo 20 do sexo feminino e 23 do sexo masculino, com idades variando entre 8 meses e 51 anos de idade. No dia 20, nenhum estabelecimento escolar local necessitou de proceder à suspensão de aulas por motivo de infecção colectiva pela Gripe A (H1N1). No entanto, os Serviços de Saúde ainda estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência de gripe A (H1N1) em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.”
Ao todo, entre sexta e domingo, foram detectados 161, elevando o total para 2.348.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O que se segue?


As infecções colectivas continuam a alastrar em Macau. Lembro-me de adiantar aqui que o pior ainda estaria para chegar quando as aulas tivessem início. Apesar de gostar de ter estado enganado, parece que se confirma o meu prognóstico.
No dia de ontem registaram-se, mais uma vez, mais de uma centena de casos positivos. “Do dia 16 até à tarde do dia 17 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 104 novos casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo 49 do sexo feminino e 55 do sexo masculino, com idades variando entre 8 meses e 58 anos. Desses novos casos, na Turma F do 12º ano do Colégio Santa Rosa de Lima – Secção inglesa, na Turma B do 4º ano do Colégio de Sagrada Coração de Jesus (secção primária), e na Turma D do 1º ano da Escola para Filhos e Irmãos dos operários (secção primária), foram verificados casos de infecção colectiva da Gripe A (H1N1). Os Serviços de Saúde notificaram as escolas sobre a suspensão de aulas destas turmas, e estão acompanhar de perto a situação epidemiológica em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
A verdadeira época da gripe ainda não chegou pelo que o panorama é bastante sombrio e faz temer o pior para os meses que se seguem.
Por muito que os técnicos se Saúde, pagos pelo Governo, venham dizer que as medidas tomadas são as mais eficazes e que os resultados sào positivos, os dados conhecidos apontam para o lado oposto…

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Correios promovem empreendimento privado

Em Macau estamos habituados a ver de tudo. Desde a década de noventa do século passado, quando um jornal local (penso que o Hoje Macau) anunciava que um membro do Governo tinha inaugurado um “casa de putas” (referindo-se a um nightclub), que nada mais nos espanta. No entanto, de tempos a tempos, surgem notícias merecedoras de algum destaque.
Os Correios de Macau, superiormente dirigidos por uma pessoa que muito estimo e admiro e que acredito nada ter a ver com isto, vão lançar uma série de selos especiais, para assinalar a abertura de um prédio! Um empreendimento particular e que, na altura em que foi anunciado, causou diversas críticas porque não se sabia muito bem quem o autorizou.
Trata-se da “Grandiosa Abertura do L’Arc Macau”. Para tal os Correios “informam que no dia 21 de Setembro de 2009, haverá um Posto de Correio Temporário, com carimbo comemorativo alusivo à “Celebração Grandiosa de Abertura L’Arc Macau”, instalado na Loja de Filatelia da Sede”. Tirando os erros que foram corrigidos da versão publicada no Gabinete de Comunicação Social, este é o essencial da informação.
O que faltará mais em Macau?
Vejam só a pérola que é a última parte do texto (que não me dei ao trabalho de corrigir: “Serão distribuídos ao público de um sobrescrito comemorativo no dia do posto e à venda de produtos filatélicos dos Correios, sendo obliteradas as correspondências apresentadas para o efeito.
Bem-vindo a visitar e coleccionar.

Mais de dois mil casos


Em Macau já passamos a barreira psicológica dos 2000 mil casos positivos de gripe A H1N1. Será que valerá a pena ainda continuar a contabilizar os casos? O grau de alerta continua o mesmo desde, praticamente, o início. Nível 6 de cor azul!
Ontem registavam-se mais 142 casos, elevando o total para 2083! “Do dia 15 até à tarde do dia 16 de Setembro, os Serviços de Saúde registaram 142 novos casos confirmados da Gripe A (H1N1), sendo 69 do sexo feminino e 73 o sexo masculino, com idades variando entre 9 meses e 79 anos. Desses novos casos, na Turma Hang do 8º ano da Escola Nossa Senhora de Fátima, na Turma P6 da Escola Secundária Sam Yuk de Macau (Secção Inglesa), na Turma P6A da Escola de Aplicação Anexa à Universidade de Macau, na Turma 6 do 6º ano da Escola Hou Kong (Secção Primária) e na Turma A da Creche "O Traquinas”, foram verificados casos de infecção colectiva da Gripe A (H1N1). Os Serviços de Saúde notificaram as escolas sobre a suspensão de aulas destas turmas, e estão acompanhar de perto a situação epidemiológica em estabelecimentos escolares, lares e outras instituições.
Uma situação, perfeitamente, normal!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Koppu faz estragos em Macau

O dono deste carro ganhou o dia!

73 novos casos


Antes da chegada do tufão a Macau eram confirmados mais sete dezenas de casos de gripe A. “Entre 13 e 14 de Setembro da parte da tarde, os Serviços de Saúde registaram 73 novos casos confirmados da gripe A (H1N1), sendo 35 do sexo feminino e 38 do sexo masculino, com idades variando entre 1 e 47 anos de idade. Entre esses novos casos, registaram-se infecções colectivas da Gripe A (H1N1) na turma B da 4.a classe da secção primária da Escola da Sagrada Família, na turma A da 1.a Classe primária da Escola para Filhos e Irmãos dos Operários, na turma “Hang” da 4.a classe da secção primária da Escola Nossa Senhora de Fátima e na turma F6A do Colégio Yuet Wah (Secção Inglesa). Os Serviços de Saúde informaram as escolas em causa para a suspensão das aulas nas turmas supracitadas, bem como estão a acompanhar de perto a situação de ocorrência da gripe A H1N1 em estabelecimentos escolares, lares e outras entidades.

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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