Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O CLARIM - Semanário Católico de Macau

Vela: ID deve apoiar

MAIS de três dezenas de crianças praticam gratuitamente desporto todas as semanas, graças a uma organização fundada por três residentes de Macau, sem qualquer apoio do Governo. Apesar de terem sido obrigados a constituir uma empresa de responsabilidade limitada e não uma associação, – idiossincrasias da Lei local, – optaram por criar a «academia» sem fins lucrativos, apenas pelo amor ao que fazem e para desenvolverem um desporto que já teve muitas tradições em Macau. Investiram algumas centenas de milhares de patacas do seu próprio bolso, recebem alguns apoios de entidades privadas e tentam, a todo o custo, convencer o Instituto do Desporto (ID) para a necessidade que têm de (pelo menos) serem reconhecidos oficialmente. Pois, se tal acontecer, mais apoios poderão chegar pela via privada, nomeadamente da concessionária do Jogo Galaxy, que está na disposição de avançar com um donativo superior a trezentas mil patacas, o que seria suficiente para fazer face às necessidades mais urgentes.

Desenvolvem a sua actividade lúdica há cerca de três anos e trabalham, gratuitamente, com crianças e com adultos, mediante um pequeno pagamento simbólico, que ajuda a suportar algumas das despesas correntes inerentes à gestão de uma organização ligada ao desporto. Quanto às instalações, apesar de terem já tentado, através da Capitania dos Portos, ter acesso a um barracão que não é utilizado há vários anos, continuam a depender da boa vontade de um empresário da restauração local que lhes disponibiliza dois locais onde armazenam os seus materiais e lhes deixa utilizar água canalizada e electricidade sem exigir nada em troca. Quanto à resposta da Capitania foi a de que não dariam autorização para utilizar algo que abandonaram há muitos anos e que apenas acumula lixo e bicharada!

Por esta altura já muitos leitores devem estar a perguntar de que organização se trata, Pois bem, refiro-me à única instituição que em Macau faz e promove activamente a vela desportiva. Apesar de haver uma associação de vela, – aparentemente, tanto quanto sei, pouco mais faz do que ter um barracão em Hác-Sá, cheio de motas de água e de barcos a motor para salvamentos, que os seguranças do recinto usam para pescar ilegalmente, – este grupo de pessoas tem dinamizado a saudável prática da vela, lutando contra todos os contratempos que lhes vão aparecendo, sempre com um sorriso nos lábios e com a resposta pronta de que para se praticar vela há que ter paixão e encarar a actividade como um divertimento.

A barreira mais recente, que impede a Galaxy em avançar com o chorudo donativo, que poderia resolver muitas das questões imediatas, é a falta de reconhecimento por parte do Instituto do Desporto. Pelo que entendi, «a bola» está agora no campo liderado por José Tavares. Apesar de não conhecer o «número dois» do ID, – tem fama de pessoa competente, atenta e sempre pronta a ajudar, além de um vastíssimo currículo profissional, que atesta o seu grande profissionalismo, – acredito que esteja para breve esse reconhecimento, visto que a Academia Jovem de Vela de Macau exerce um trabalho meritório, que merece ser apoiado por todos. Acredito que José Tavares e o seu colega do «leme», Alex Vong, irão dar «luz verde» em breve, visto que em Junho realiza-se o grande cartaz da academia: a regata internacional de Macau, que na sua primeira edição, realizada no ano passado, reuniu centenas de crianças provenientes de vários locais da região. A edição deste ano irá contar com equipas da África do Sul, das Filipinas, de Hong Kong, da China continental, da Malásia, da Austrália, etc. Um verdadeiro festival internacional que só poderá enaltecer o nome de Macau e contribuir para que a nossa juventude alargue os seus horizontes. Claro está que nunca colocando de lado o cariz desportivo e competitivo do evento.

Quem dúvidas tiver daquilo que escrevo, ou queria que os seus filhos e netos aprendam a velejar, basta deslocar-se a um sábado ou Domingo de manhã para junto do restaurante Miramar, – ao lado do hotel Westin, em Coloane, – para ver que em nada estou a exagerar. O entusiasmo das crianças é contagiante, o ambiente é muito saudável e, acima de tudo, é multicultural, o que em Macau apenas faz jus à terra e ao convívio de culturas que o território representa.

Eu próprio fui conhecer esta realidade a conselho de um amigo de Hong Kong. Depois de ler um artigo na revista náutica Fragrant Harbour, o seu director e meu amigo de longa data, David Robinson, aconselhou-me a conhecer o trabalho deste grupo de pessoas dedicadas. Fui – confesso – um pouco céptico, mas voltei convencido e rendido aos sorrisos e empenho dos mais novos.

Acredito que o Governo e outras entidades comecem a apoiar estas iniciativas, pois elas merecem todo o nosso apoio e carinho. Afinal, trata-se de desporto e do bem-estar dos nossos futuros líderes.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jornal russo "Pravda.ru" escreve 4 páginas sobre Portugal

17 March 2011

Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal pelo Governo liberal de José Sócrates, um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

 
E não é porque eles serem portugueses.
 
Vá ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos e
você vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, o povo
que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que
controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa
africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no
Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da
Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao
Japão... e Austrália.

Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda
dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA,
mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório
por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto
com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no
Partido Social Democrata e Partido Socialista, gangorras de má gestão
política que têm assolado o país desde anos 80.

O objectivo? Para reduzir o défice. Por quê?
Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia deixou-se a
ser sugado é aquele em que a agências de Ratings, Fitch, Moody's e
Standard and Poor's, baseadas nos estados unidos da América (onde
havia de ser?) virtual fisicamente controlam as políticas fiscais,
económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da
atribuição das notações de crédito.

Com amigos como estes organismos, e Bruxelas, quem precisa de
inimigos? Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto
forjado por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha
depois que suas tropas invadiram seu território três vezes em setenta
anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e
por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de
pesadelo de Hitler. França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os
mercados para sua indústria.

E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos por
motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores"
(estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de qual país
eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são
Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD
(Partido Social Democrata, direita) e PS (Socialista, de centro), têm
sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses
pelo esgoto abaixo, destruindo sua agricultura (agricultores
portugueses são pagos para não produzir) e sua indústria (desapareceu)
e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas), a troco de quê?
O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total
de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza em uma base
sustentável?

Aníbal  Cavaco da Silva, agora presidente, mas primeiro-ministro durante
uma década, entre 1985 e 1995, anos em que estavam despejando bilhões
através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do
desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores
políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele éconsiderado
"sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso
fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é) e como se
a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de
sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice
público em Portugal e o campeão de gastos públicos.
 
A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal
planeada, o resultado de uma inepta, descoordenada e, às vezes
inexistente localização no modelo governativo do departamento do
Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses
investidos que sugam o país e seu povo.
 
Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção
de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o
transporte interno e fomentando a construção de parques industriais
nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que
assentava no litoral.

O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para
fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques
industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas,
em muitos casos já fecharam.

Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou
em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram
encomendados Lamborghini. Maserati. Foram organizadas caçadas de
javali em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e
Aníbal Silva ficou a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o
dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou
a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a
participarem. Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu
próprio partido político. E ele é um dos melhores.

Depois de Aníbal Cavaco da Silva veio o bem-intencionado e humanitário,
António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados
e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro
em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo diplomata
excelente, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora
Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que
não sei quando") que criou mais problemas com seu discurso do que ele
resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha
qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha.
Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro do Ambiente
competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou
corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado
por interesses instalados.

Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este
primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para
enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise
mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo
foram buscar três triliões de dólares de um dia para o outro para
salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi
produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos
de educação).

E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria,
demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus
ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que
obviamente serão contra-producentes. Pravda.Ru entrevistou 100
funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os
resultados:

Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos
(94%). Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu
melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país
(5%) Concordo com o sacrifício (1%) Um por cento. Quanto ao aumento
dos impostos, a reacção imediata será que a economia encolhe ainda
mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que
multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a
criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado
a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no
caso de Portugal, contínua) recessão. Não é preciso ser cientista de
física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que
sonhou com esses esquemas, tem resultados num pedaço de papel, onde
eles vão ficar. É verdade, as medidas são um sinal claro para as
agências de ratings que o Governo de Portugal está disposto a tomar
medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português. Quanto ao
futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um
retorno para o PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de
Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o
eleitorado de suas ideias e propostas.

Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de
punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os
interesses de Portugal no esgoto, pediu sacrifícios ao longo de décadas,
não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.
Esses traidores estão levando cada vez mais portugueses a questionarem
se deveriam ter sido assimilados há séculos, pela Espanha. Que
convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude".
Certo, bem longe de Portugal, como todos os que possam, estão fazendo.
Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário
lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico, e uma classe
política abominável.
 
 
Timothy Bancroft-Hinc

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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