Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Insegurança latente

APENAS tive conhecimento pelos jornais, cinco ou seis dias depois do sucedido, por culpa minha, que em dias feriado e fins-de-semana abstenho-me de ler jornais ou ver televisão.

Já se registou há algum tempo, mas não deixa de ser actual. A agressão a um advogado português, em plena luz do dia, numa das zonas mais movimentadas de Macau, como é o cruzamento entre a Avenida Infante D. Henrique e a Avenida D. João IV, junto da Escola Portuguesa, faz temer o pior. Apesar da vítima se ter apressado a vir a público dizer que se tratou, possivelmente, de um aviso relativo a um dos casos que tem em mãos, não faz com que o ocorrido passe a ser um caso de menor importância.
Pelo que li, o advogado ia acompanhado do filho menor a caminho da escola, logo pela manhã e numa altura em que, tanto na estrada, como nos passeios, deveriam circular dezenas de pessoas. Nesse momento foi atacado brutalmente por dois indivíduos que circulavam em direcções opostas, o que denuncia uma acção premeditada que... ninguém viu...
Não nos podemos esquecer que aquela zona, nas imediações do hotel Lisboa e do Grand Lisboa, é um dos cruzamentos mais movimentados de Macau, pelo que devem existir, pelo menos, uma dúzia de câmaras de videovigilância de trânsito (que também captam os transeuntes nos passeios e junto das passadeiras, devido à amplitude das lentes e à sua finalidade), além de que também devem existir as famosas câmaras que o Executivo aprovou, há uns anos, para combater a criminalidade em artérias movimentadas e que tanta celeuma levantou. Pelo que me consigo lembrar, o Governo justificou a necessidade de aumentar a vigilância com o crescente número de visitantes.
Não tenho a certeza se, no cruzamento em questão, há das ditas câmaras mas, seguindo o critério do Governo quando as justificou perante a opinião pública, este teria de ser um dos locais a ser vigiado devido ao avolumado número de turistas que ali passa diariamente. Pode-se mesmo dizer que, na sua maioria, os turistas passam todos por ali, pelo menos, uma vez durante as suas visitas a Macau, visto que fica no trajecto entre duas das maiores atracções, o Largo do Senado e o hotel Lisboa!
De acordo com a Comunicação Social, as forças de segurança pediram ajuda à população, para que enviassem informações na tentativa de encontrarem os criminosos, visto que nada conseguiram apurar e nada foi registado em todo este aparato de videovigilância!
O ataque, além do evidente acto cobarde e de violência, vem trazer a público, mais uma vez, a completa falta de valores e de segurança que se vive em Macau.

Apesar de, regra geral, nos sentirmos seguros em qualquer local do território, seja de dia ou de noite, a verdade é que a criminalidade está de volta. Muito em especial a criminalidade violenta. Se bem que a chamada pequena criminalidade também tenha aumentado drasticamente, apesar dos números da polícia apontarem, de ano para ano, consistentemente, uma diminuição! Com tanta diminuição já quase não deve haver crime!
A verdade é que a realidade é muito diferente e quem aqui vive sente isso na pele diariamente. Seja o carteirista no autocarro, ou o ladrão de carros na noite em áreas menos movimentadas, ou o assaltante de casa que entra enquanto o morador dorme descansado, a insegurança tem tomado conta do nosso dia-a-dia.

Claro que não chegamos a níveis de grandes metrópoles como Nova Iorque ou o Rio de Janeiro. Mas ali, ao contrário de Macau, todos sabem com o que podem contar e os números não são dissimulados.
Também é verdade que o ataque violente ao advogado português não é a norma da situação que se vive. Mas, sinceramente, começa a ser preocupante porque os crimes raramente são solucionados. Vamos esperar para ver o que as autoridades vão fazer.
Sempre que se registam casos destes lembro-me do jovem português assassinado a tiro na zona das Docas, ainda durante a Administração Portuguesa. Esse caso ainda não foi resolvido, assim como o do jovem que «caiu» da ponte Nobre de Carvalho e, mais recentemente, no ano passado, o caso do ataque com ácido também a um advogado português, igualmente em pleno centro da cidade. Isto só para referir os casos ligados à Comunidade Portuguesa, porque se formos ver a parte chinesa, a realidade é ainda mais preocupante.

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