Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

As chagas de São Lázaro

ANTES de entrarmos nos assuntos desta semana, como estamos no início de um novo ano, quero aproveitar para desejar um excelente 2011 a todos os leitores d’O Clarim.
Nos últimos dias de 2010 aproveitei para passear pelas ruas de Macau, tendo deparado com algumas situações que julgo merecedoras de seram referidas nestas páginas. Vou-me cingir a algumas que presenciei numa zona nobre deste nosso território.
No bairro de São Lázaro, tão badalado pelo Governo como a nova zona «hip» para as artes e cultura, temos situações de estacionamento completamente inadequadas para um local que se pretende ser frequentado por turistas e pessoas da cultura. O exemplo que vou referir serve para demonstrar que é necessário mais trabalho por parte das autoridades. Não basta dizer que querem fazer da zona um local aprazível. Se essa vontade não for acompanhada de medidas efectivas no terreno, de nada valerão as boas intenções de quem nos governa.
Primeiro: a questão do estacionamento. Como pode verificar quem por ali passa, são ocupados espaços que não se destinam a tal finalidade. Esta situação, que se repete um pouco por todo o bairro, incomoda os moradores e coloca em perigo quem por ali circula; é que, estando os passeios ocupados, os transeuntes têm de se movimentar na via. E quem não deixa o seu veículo a ocupar os passeios, deixa-o a ocupar locais contra-indicados para o efeito, dando mau aspecto a toda a zona e deixando uma má imagem junto de quem nos visita e que espera encontrar um local atractivo e bem arrumado.
Este bairro tem sido escolhido por muitos casais e revistas de moda para sessões fotográficas, especialmente à noite, devido às características da luz e ao efeito emprestado por todos os edifícios bem restaurados. No entanto, como em qualquer estúdio de «faz de conta», em São Lázaro só temos fachada em muitos dos edifícios. Se olharmos para dentro de alguns deles, vemos que estão em ruínas, apenas se mantendo o aspecto exterior com alguma dignidade.
Nesta zona da cidade vive gente (famílias) desde há muitos anos, porventura até há várias gerações. Tal não se coaduna com fachadas arranjadas. É necessário, de uma vez por todas, que a intervenção seja feita na totalidade e em toda a área há inúmeros prédios, de estilo semelhante ao daqueles que se encontram na rua principal, que precisam urgentemente de restauro completo para poderem ser mostrados à população e a quem ali se desloca para conhecer uma zona histórica. Para fachadas e «faz de conta» já basta a Veneza no COTAI.
Outro dos problemas graves que se pode ver na zona prende-se com o lixo. Na Rua do Volong, junto da Escola de Música do Conservatório de Macau, encontram-se uns contentores de lixo que continuamente cheiram mal. Mais à frente, o pessoal de limpeza das ruas deixa abandonado o seu material de trabalho (carrinho de mão e vassouras) no meio do passeio, preso com correntes, não vá alguém querer roubar tão precioso equipamento! No espaço que medeia estes dois locais, há sempre um rasto de líquido putrefacto e outros detritos, acumulando-se os maus cheiros e a falta de salubridade. Aliás, quem por ali passa pode inclusivamente observar que há até mesmo ratoeiras para roedores, tal deverá ser a proliferação de tais bichos, devido à falta de higiene. Algumas vezes, passando por ali, já vi mesmo turistas mudarem de passeio, por não suportarem o mau cheiro que emanava do local em dias mais quentes.
Será este o postal que se quer para São Lázaro?

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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