Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ideias formosinas

NÃO quero que me interpretem mal sobre o tema que vou abordar no texto de hoje, mas como estamos habituados a tanta decisão sem qualquer senso em Macau, porque não mais uma?
Há um problema que algumas associações de defesa de direito dos animais tentam combater de diversas formas e que tem a ver com o aumento contínuo do número de cães abandonados nas ruas de Macau. Número esse que, sempre que a Economia abana, tende a aumentar ainda mais.
Do mesmo modo, quando os bolsos têm mais dinheiro, aumenta o número de cachorros comprados pelas famílias com posses em Macau. As que não têm assim tantas possibilidades compram-nos do outro lado da fronteira, sem que as autoridades policiais pareçam preocupar-se com isso, pois basta dar mais 100 reminbis para que passem o dito para este outro lado da fronteira!
As razões de abandono aqui apontadas são, frequentemente, resultantes da falta de espaço, de tempo e de paciência. E eu acrescentaria mais uma: a falta de carácter (para não dizer outra coisa menos apropriada) de quem assim procede. O que me veio à mente seria bem pior!
Pois bem! Aqui ao lado, em Taiwan, um jovem empresário teve a brilhante ideia de criar um conceito novo de hotel canino. Difere dos muitos que vão aparecendo aqui e além, por oferecer espaço, actividades e um serviço completo aos seus hóspedes. Além de oferecer a possibilidade, a quem não tem casa com condições para ter um animal, de deixar ali o seu cão e ir visitá-lo sempre que quiser. As condições que oferecem não são umas pequenas gaiolas onde colocam os pobres animais quando os seus donos ainda têm o civismo suficiente para os manter em casa e pagar por um local onde possam ser acolhidos durante as férias.
Este hotel, segundo uma notícia veiculada pela imprensa internacional, cobra por dia cerca de 100 patacas, excluindo comida, mas oferece piscina, jardins, animadores e quartos privados para cada cachorro, no caso de não estarem bem em sociedade!
Pode parecer que dão mais atenção aos cães do que às pessoas, mas a verdade é que, quando assumimos o compromisso de ter um cão, se devem ponderar muito bem todas as condições exigidas pelo animal, nomeadamente, as condições financeiras que permitam ao seu dono sempre que, por qualquer razão, tenha de ausentar-se de Macau, deixar o cachorro alojado em local condigno.
Pessoalmente já tive cães e sei que surge uma grande dificuldade quando se pretende ir de férias, por não haver locais em Macau onde se possa deixar o animal (ou animais) nas condições mínimas exigidas. Pois deixar um animal, que se tem como sendo parte da família, num local com pouco mais de um metro quadrado, onde não pode correr ou andar livremente, não me parece que seja o mais indicado.
Por essas razões e pelo facto das casas em Macau não estarem minimamente preparadas para animais de estimação, decidi não ter mais cão em casa.
Quando me lembrei de referir este exemplo de Taiwan, fi-lo com o propósito de lembrar que, por estranho que pareça, este projecto poder ser aplicado em Macau sem grandes obstáculos. Como há inúmeros edifícios industriais abandonados, ou em ruínas, estes poderiam, sem muito investimento, ser transformados neste tipo de hotéis. Muitos deles poderiam ser mesmo usados pelo Governo para albergar condignamente os animais das pessoas que não os querem, ou não os podem ter em casa.
À semelhança deste caso de Taiwan, poderia também ser oferecido o serviço de hospedagem vitalícia (um pouco à semelhança de creche ou lar de idosos), onde quem não tem, ou não quer ter, um animal em casa pudesse ir e visitar o seu animal, sendo responsável pela sua alimentação e estadia. Em Taiwan, aliás, comparam este serviço ao de babysitter a tempo inteiro. Porém para animais é mais barato!
Numa época em que todos reclamamos quanto ao preço das casas e pela falta de habitação social do Governo, esta sugestão poderá cair mal em algumas mentes mais conservadoras. Porém, visto que os animais são como parte da família, seria sensato recorrer a edifícios devolutos para oferecer mais um serviço útil e assim contribuir para, de uma vez por todas, acabar com os cães vadios nas ruas de Macau, dando-lhes um local devidamente apropriado. Ao mesmo tempo, desse modo dar-se-ia também, a quem não tem condições em casa para ter um animal de estimação, a possibilidade de ter um, assumindo a respectiva responsabilidade de cuidar dele.
Claro que tudo isto funciona em Taiwan! Em Macau tenho as minhas sinceras dúvidas que as pessoas continuassem a honrar o compromisso de cuidar e pagar para o seu animal de estimação! Com efeito, se têm a falta de carácter de os abandonar, quando já não lhes convém tê-los em casa, que fariam se estivessem num estabelecimento deste tipo?!
São precisas leis que protejam os animais e a população! Mas, acima de tudo, é preciso que, seguidamente, essas leis sejam realmente postas em prática com o rigor que se impõe.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Food Festival uma vergonha em Macau

Ontem desloquei-me ao Nono Festival da Gastronomia de Macau, ou melhor, 9th Macau Food Festival, visto já nem existir a denominação em português no local do evento. Porventura para condizer com a, quase, inexistência de presença de restaurantes de comida portuguesa. O único que se pode, a muito custo, apelidar de comida portuguesa que estava presente era o Restaurante Carlos, além do café OuMun, esse sim genuinamente português mas que tem como "prato forte" a pastelaria e padaria, apesar de servir refeições também.
A organização, a cargo da associação que agrega proprietários de restaurantes de Macau e outras do sector, mas que conta com um volumoso apoio do
Governo, seja a nível monetário (ascende a vários milhões o investimento feito) que seja a nível logístico com o apoio da Direcção dos Serviços de Turismo na sua promoção além de outros organismos governamentais. Aliás, este evento é, a par do Grande Prémio de Macau, um dos maiores do cartaz anual da RAEM.
O desprezo é tal que não se vislumbrava uma única palavra em português nos cupões ou nos cartazes no recinto. O inglês que se ía vendo era, muitas das vezes, usado pelos restaurantes convidados da Malásia.
No local de compra dos cupões, quando tentámos falar inglês (porque o português estaria fora de questão) olharam para nós como se estivéssemos a cometer o maior dos crimes. Quanto perguntamos algo, acerca do uso dos cupões, começaram a comentar em chinês (pensando que não iríamos perceber certamente) que vínhamos para ali falar inglês como se eles tivessem obrigação de nos entender!
Não a têm , claro está, alias depois falou-se em chinês e até pedido de desculpas houve. No entanto, existem duas línguas oficiais em Macau e o Governo, visto que ali enfiou milhões de patacas de todos nós, tem mais que os obrigar a usar os dois idiomas. Quanto ao inglês, devem-no utilizar porque este evento é turístico e grande parte dos turistas que nos visitam usam a língua inglesa como meio de comunicação, na falta do português ou do chinês.
É apenas uma questão de bom senso para uma cidade que se diz INTERNACIONAL.
Quanto ao português, é do Governo a obrigação, e da associação que organiza o evento com o dinheiro do Governo, fazer o seu uso adequado.
Não será, certamente, pedir muito.
Basta olhar para o evento da Lusofonia, onde o chinês e o português são usados em pé de igualdade, mesmo sendo um evento virado para as comunidades de lingua portuguesa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um cheirinho do meu artigo

Esta sexta-feira n’ O Clarim vai sair um texto que, apesar de abordar um tema importante e premente, versa mais o lado humorístico do problema dos animais abandonados em Macau. Apresenta-se uma solução vinda de Taiwan recentemente e que em Macau poderia, sem grandes problemas, vir a ser aquilo a que popularmente apelidamos “matar dois coelhos (pobres diabos!) de uma cajadada só!”...
A ler na sexta-feira, depois deste cheirinho. “(...)Existem inúmeros edifícios industriais abandonados, ou em ruínas, que podem sem muitos investimentos, serem transformados neste tipo de hotéis. Muitos deles poderiam ser mesmo usados pelo governo para albergar condignamente os animais das pessoas que não os querem, ou não os podem ter em casa.
À semelhança deste caso de Taiwan, poderia também ser oferecido o serviço de hospedagem vitalícia (um pouco à semelhança de creche ou lar de idosos) onde quem não tem, ou não quer ter, um animal em casa pudesse ir e visitar o seu animal, sendo responsável pela sua alimentação e estadia. Em Taiwan, aliás, comparam este serviço ao de babysitter a tempo inteiro, mas para animais e mais barato! (…)

NaE's kitchen A Cozinha da NaE

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