Como blog estaremos aqui para escrever as nossas opiniões, observações e para que quem nos visite deixe também as suas. Tentaremos, dentro das possibilidades, manter este local actualizado com o que vai acontecendo à nossa volta em Macau e um pouco em todo o lado...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Largo do Senado de volta

 
UM dia destes, apesar de ter acordado um tanto ou quanto maldisposto, algo me fez mudar de disposição e meter um sorriso na cara. Uma constatação, durante o meu percurso matinal de casa para o trabalho, de algo que já deveria ter notado há muito tempo e que, aliás, o Governo deveria ter tido o cuidado de anunciar.

Se fazem alarido de tudo e mais alguma coisa, porque não salientar aquilo que a população há muito ansiava e que fizeram de bem?
Afinal vale a pena andarmos nas páginas do jornais, nas ondas da rádio e nas imagens da televisão a criticar e a apontar o que se faz de menos bem em Macau. Os esforços da Comunicação Social e de quem nela colabora, lentamente vão sendo recompensados com os erros corrigidos e as sugestões acatadas. Aliás, os comentários que foram sido feitos não foram mais do que o espelho do real sentir da grande maioria da população.
Já tinha perdido a contas às vezes que, desde os anos noventa do século passado, abordámos a problemática do uso do Largo do Senado para todo o tipo de eventos, advogando sempre que esta praça nobre do território e nosso postal ilustrado que enche a medidas de milhões, com a sua carismática imagem do ondulado da calçada à portuguesa, deveria ser usada apenas para ser praça. Limpa, bonita e acessível. Para ser a cara de Macau e a sala de visitas para quem aqui nos vem visitar – e deixar o dinheiro que vai aguentando a nossa economia.
Antigamente, não há muito tempo, ali se organizava todo o tipo de eventos, desde barraquinhas de jogos das mais variadas associações a feiras das mais enigmáticas onde de tudo se vendia, atafulhando a já estreita praça. Alturas havia que não nos conseguíamos movimentar devido a instalarem barracas dos lados, não deixando espaço para que moradores e turistas conseguissem passar sem ter que se atropelar e acotovelar constantemente.
Felizmente, há mais de um ano se não estou em erro, nada se organiza no Largo do Senado. Tirando a esporádica actividade inaugural na zona de entrada, onde ainda continuam a colocar um palco. Isto ainda é um dos aspectos a rever, porque até mesmo estas actividades podem, e devem, ser feitas noutro local. Felizmente as barracas que enchiam a restante praça desapareceram, devolvendo o espaço aos turistas e aos residentes.
Um outro aspecto que ainda falta solucionar é o da constante autorização do direito à manifestação por parte de um cidadão que já se tornou presença – incómoda e barulhenta – na praça, incomodando tudo e todos com o seu circo diário. Há que não ter medo em considerar a Praça do Leal Senado, assim como outros locais turísticos e Património classificado da UNESCO, como área interdita a todo o tipo de actividades que possam incomodar o normal funcionamento do local. Sejam elas barracas, feiras ou mesmo manifestações. Que fique claro que ao vedar o acesso ao local a manifestações não significa que não se reconheça o direito à manifestação, apenas se resguarda certas zonas desse tipo de actividades. Assim como não se pode buzinar na zona dos hospitais, de acordo com o Código da Estrada, não quer dizer que seja proibido buzinar em todo o lado!
A situação no Largo do Senado estava a tornar-se cada vez mais complicada e difícil de gerir devido ao contínuo aumento de turistas que ali se aglomeram diariamente. Em dias normais já é difícil circular por aquele local, imaginem como era quando ainda se lembravam de ladear a praça com barraquinhas e afins...
Finalmente levaram a sério as sugestões veiculadas pela Comunicação Social para que essas «feiras» fossem descentralizadas para outros locais, nomeadamente a renovada Praça do Tap Seac e para o Espaço Sintra. Aliás, nestes locais ultimamente têm surgido um sem número de eventos e actividades, possivelmente reflectindo aquilo que se tem vindo a advogar. E, contrariamente ao que o Governo anteriormente dizia, justificando o contínuo uso do Largo do Senado, a população parece não se importar que tais actividades sejam feitas nos novos locais. As mentalidades mudam-se...
Tanto quanto sei, não me parece que a população tenha reclamado pela deslocação das feiras e eventos para outros locais da cidade. Antes pelo contrário, as pessoas a quem perguntei sobre o assunto mostraram-se mais satisfeitas com esta mudança do que com a situação que se vivia anteriormente. Estes locais que agora acolhem os eventos que, tradicionalmente caíam no Largo do Senado, têm mais condições, são mais espaçosos e oferecem melhores infra-estruturas, tanto a quem ali vai ver as actividades como a quem tem de participar nas mesmas.

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